3 formas de promover o sentimento de pertença dos trabalhadores remotos

Ter disponibilidade para conversar com cada membro da equipa é um dos caminhos que os líderes devem seguir para erradicar os preconceitos e assegurar que os trabalhadores à distância não se sentem excluídos da empresa, sugere a Adecco.

À medida que as empresas continuam a avaliar cenários de trabalho futuro para determinar a solução mais eficaz a longo prazo, surge outra preocupação: como garantir que um local de trabalho híbrido assegura a igualdade de oportunidades a todos os colaboradores.

Segundo a Adecco, os acordos de trabalho que incluem formas de trabalho híbrido poderão ter impactos negativos nas relações entre empregador e colaborador, se não forem acionadas medidas específicas neste novo normal.

O Microsoft Work Trend Index, publicado na Harvard Business Review em março de 2021, analisou os sinais de produtividade – emails, reuniões virtuais, chats online e mensagens – para determinar quem estava a interagir com quem, quando e como. E concluiu que o trabalho remoto contribuiu fortemente para a redução das redes de relações entre as pessoas.

Também o mais recente estudo do Grupo Adecco ‘Resetting Normal: Defining the New Era Of Work 2021’, que resulta de um inquérito a 15 mil profissionais de escritório de 25 países, revelou que havia uma enorme desconexão entre líderes e pessoas lideradas, com impacto negativo no desempenho e contribuindo para sentimentos de frustração e ansiedade em toda a força de trabalho e, de forma inevitável, para a produtividade, envolvimento e compromisso.

Então, como podem os líderes e as organizações erradicar os preconceitos que existem relativamente à proximidade e assegurar que os trabalhadores à distância não ficam de fora quando se trata de abordar questões como a evolução da sua carreira? A Adecco Portugal aponta três caminhos.

1. Os líderes precisam de tempo de qualidade com as suas equipas
Nos tempos em que todos partilhávamos um escritório a toda a hora, as interações informais permitiam a partilha de informação e as relações desenvolviam-se de forma orgânica. Com o trabalho remoto, os líderes têm de organizar o seu tempo para conversas de “um para um” com cada membro da sua equipa, para debater questões relacionadas com as suas carreiras e até sobre questões físicas e psicológicas. Estas conversas “cara a cara” são essenciais para assegurar que cada membro tem tempo semelhante com os seus líderes.

Devem ainda ser consideradas mais parcerias entre colaboradores, ou seja, os líderes devem juntar mais do que uma pessoa num projeto específico de forma a potenciar as relações interequipas.

2. As empresas devem reinventar os seus escritórios e a forma como os colaboradores usam o espaço
Apesar de terem incentivado o regresso ao escritório dos seus colaboradores, os empreendedores aspiram agora a acordos híbridos de trabalho. Os mais dinâmicos já estão a mudar o layout e a localização dos seus escritórios de forma a atender às necessidades do trabalho à distância.

É importante que as organizações capacitem as suas equipas de forma a estabelecer um modelo híbrido que funcione de forma eficaz.  A maioria dos trabalhadores quer passar pelo menos algum tempo num escritório. Os líderes têm, então, de encontrar a melhor forma de colocar as suas equipas juntas fisicamente, tendo em conta as eventuais necessidades dos colaboradores que estão à distância.

3. E que tal um bónus pela resiliência?
A maior parte dos líderes está consciente do enorme esforço dos seus colaboradores desde o início da pandemia: pessoas que se mantiveram firmes com as suas empresas, fizeram trabalho extra quando foi preciso e que se adaptam ao trabalho à distância sem interrupções. Se há uma altura ideal para reconhecer o seu contributo, é agora.

Tal como todos os programas de reconhecimento, os prémios, ou compensações, não têm de ser monetários. As pessoas ainda se sentem desligadas, mais do que antes da pandemia. É muito fácil que este sentimento se torne em medo de que os seus sacrifícios não estejam a ser suficientemente valorizados. Ter tempo para conhecer e reconhecer estes esforços poderá ser uma forma de reter talento.

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