2017: Empresas do Espaço receberam 3200M € de capital privado

Um relatório da Space Angels revelou um boom de investimento em 2017 na economia do Espaço.
Os números do mais recente relatório da Space Angels, uma organização de business angels que investe em projetos relacionados com a denominada economia do Espaço, refletem um crescente interesse por parte de investidores privados no setor.
Um exemplo disto são as iniciativas que se fazem ouvir no ecossistema de start-ups. No plano nacional, por exemplo, o Instituto Pedro Nunes, uma incubadora e aceleradora de Coimbra, vai liderar um projeto europeu do setor espacial onde vão participar 150 start-ups.
No total, em 2017, foram mais de 3,2 mil milhões de euros investidos por 120 fundos de capital de risco em projetos comerciais relacionados com a industria espacial, o que marca um recorde não só em termos de volume de investimentos, como também de entidades investidoras. Em relação a esta última métrica, só em 2015 é que foi batido o último recorde, com um total de 89.
O interesse das organizações privadas de investimento pode vir do facto de, nos últimos oito anos, terem sido feitas aquisições de start-ups deste sector que, ao todo, atingiram um valor superior a 20 mil milhões de euros.
Em esclarecimentos à CNBC, o CEO da Space Angels, Chad Anderson, revelou que 2017 foi o ano do lançamento comercial e que a quantidade de capital colocado em projetos relacionados com a economia do Espaço foi um ponto de viragem para a indústria.
Só no ano passado houve um total de 37 lançamentos comerciais e de 51 públicos, um número relevante no que toca a mostrar a viragem da realidade pela qual o setor está a passar. Relativamente à categorização entre projetos públicos e privados, o CEO da Space Angels explica que todos querem ser rotulados de privados, de forma a conseguirem tirar proveito dos incentivos do governo dos Estados Unidos.
Para um projeto ser categorizado como comercial precisa de servir três critérios:
– Tem de ser desenvolvido por uma organização não-governamental com fins lucrativos;
– Tem de ter 25% dos custos de desenvolvimento associados a capital privado;
– Servir clientes governamentais e privados.
O aparecimento de projetos não-governamentais tem uma crescente importância no que toca ao ecossistema. Os números apresentados pelo relatório da Space Angels mostram precisamente isso. Em termos de lançamentos bem-sucedidos, as frotas das empresas privadas mostraram-se mais eficientes, com uma eficiência média quase 6% superior aos foguetões governamentais.