Opinião
Vamos dar a volta a isto!

Hoje estamos a passar por momentos economicamente difíceis e que se irão perpetuar durante algum tempo.
Tenho tido muitas reuniões com os meus clientes, seja por Skype, por Zoom, e por outras ferramentas de trabalho. Esses CEO’s, proprietários ou gerentes pertencem aos 99,7% do tecido empresarial português, as PME’s, das quais a maior parte está apreensiva e com muita razão.
Por um lado, um governo português que não sabe estancar a razia do fecho de empresas, o que origina um aumento do desemprego, ficando o poder de compra a decair para patamares perigosos e com um acelerar da pobreza entre os portugueses.
Por outro lado, uma União Europeia muito dividida e a tomar pequenas decisões muito devagar e que não vai ao encontro das verdadeiras necessidades não só das empresas portuguesas, como também das europeias. É urgente uma UE forte, empreendedora e com espírito de maior solidariedade.
A grande peculiaridade desta nova e inesperada crise é que “atacou” todos os países, sendo irrelevante a sua força económica, bélica ou tecnológica. Arrasou todas elas como se fossemos simples “castelos de cartas”.
Logicamente, os países considerados mais poderosos poderão curar as suas feridas económicas de modo mais célere e estancar mais facilmente o sangue derramado por um vírus que veio de longe.
E em Portugal? Que poderemos nós fazer? O que eu digo aos meus clientes é para terem calma, o desespero é o inimigo da lucidez. De certeza que a maior parte das empresas fizeram cortes nos seus custos supérfluos. A seguir, o que devem fazer é um plano de mercado, de marketing ou de Alta Performance de Negócios para “prever” o futuro no espaço de dois anos.
Nesse plano, se conseguir, apostar na internacionalização de produtos, de serviços e de marcas seria ouro sobre azul (se as empresas estiverem preparadas para esse passo), porque as oportunidades vão aumentar. Todos os países com maior poder de compra partem em igualdade de circunstâncias com os países mais pequenos. Isto quer dizer que o mundo, as empresas e as pessoas estão diferentes e se o plano for suficientemente ambicioso e for ao encontro das necessidades (que são diferentes), podem ter uma quota de mercado nunca antes ambicionado pelas empresas nesse nicho de mercado global.
Qual é o meu conselho? Não cruzem os braços e façam como os navegadores portugueses, que sem ferramentas nenhumas atiraram-se por esse mar adentro e conquistaram o mundo. Encham os pulmões, façam um plano verídico, mas engenhoso e trabalhar, trabalhar e trabalhar. Nunca o sucesso empresarial esteve tão perto. Vamos dar a volta a isto?