UpHill quer aumentar eficiência de hospitais públicos e testa software piloto

Equipa Uphill

A solução piloto desenvolvida pela start-up tecnológica funciona como um GPS para as equipas de saúde e será implementada, gratuitamente, em três hospitais nacionais.

A start-up da área da saúde prepara-se para lançar um projeto piloto em três hospitais públicos portugueses. A solução que propõe visa definir e implementar jornadas de cuidados eficientes capazes de garantir melhores resultados, combater os longos tempos de espera que afetam os doentes e reduzir a carga burocrática a que as equipas de saúde estão sujeitas, bem como o desperdício de recursos.

Com duração de seis meses, o projeto conta também com a participação de outras entidades do setor previamente identificadas pela UpHill. A tecnológica procura agora hospitais públicos para desenvolver o piloto, aplicando-o a áreas terapêuticas específicas.

No final do projeto, o objetivo é avaliar de que forma a definição e implementação das jornadas de cuidados contribui para a melhoria dos resultados para o doente, por exemplo que influência tem na necessidade de rehospitalização ou na melhoria de indicadores de qualidade de vida, e para aumentar a eficiência dos processos hospitalares.

“Com esta implementação esperamos ter um papel ativo na resolução de um problema que é particularmente crítico no contexto atual, agravado pelos efeitos da pandemia no funcionamento dos serviços hospitalares, porque acreditamos que só assim é possível centrar os cuidados no doente. No fundo, é a diferença entre otimizar uma viagem e percorrer uma autoestrada, de forma linear e contínua, ou optar por estradas secundárias com várias interseções e obstáculos pelo caminho”, explicou Eduardo Freire Rodrigues, cofundador e CEO da UpHill.

Refira-se que a solução desenvolvida pela UpHill funciona como se fosse um GPS e fornece às equipas de saúde, em tempo real, orientações detalhadas sobre a melhor forma de tratarem cada doente. Além de acompanhar os profissionais passo-a-passo, este software é integrado nos sistemas hospitalares e permite que o percurso do doente no hospital seja visível para todos. Desta forma, a coordenação das equipas, a efetividade das intervenções médicas e a redução de gastos desnecessários e dos períodos de espera ao longo do percurso do doente serão beneficiadas.

Eduardo Freire Rodrigues lembrou que no início de 2020 a start-up lançou uma ferramenta de suporte à decisão clínica, ou seja, um software capaz de guiar as ações dos profissionais de saúde e reduzir a incerteza nos momentos de decidir.

“Temos perto de 100 algoritmos publicados, tanto para doenças crónicas como para situações de urgência, que são utilizados por milhares de profissionais todas as semanas. No entanto, do ponto de vista organizacional, as vantagens decorrentes dos algoritmos são tanto maiores quanto mais abrangente for a sua utilização, por equipas multidisciplinares. É esse o objetivo deste piloto: permitir que além do suporte à decisão clínica individual, sejam um guia comum para todas os profissionais que assistem o doente ao longo do seu percurso dentro do hospital”, explicou.

Recorde-se que recentemente a UpHill levantou uma ronda de investimento no valor de 3.5 milhões de euros. Fundada em 2015, a start-up desenvolve software e conteúdos médicos para apoio à decisão clínica e análise da qualidade em instituições de saúde e tem presença consolidada em Portugal, bem como projetos a decorrer por toda a Europa.

Comentários

Artigos Relacionados