Opinião

Uma nova Era Digital exige novos modelos de negócio

Gabriel Coimbra, vice-presidente do Grupo IDC e Country Manager para Portugal

Estamos a entrar numa nova Era: a Era Digital, onde o mundo está a ser profundamente impactado pelo uso de tecnologias exponenciais como a Internet of Everything, Inteligência Artificial, Blockchain, Quantum Computing, Robotics que potenciam a inovação nos modelos de negócio.

Neste contexto, para permanecerem competitivas na Era Digital, as organizações de todos os setores e indústrias devem avaliar e desenvolver os recursos digitais necessários para crescer e explorar novos modelos e processos de negócios. No entanto, a transformação digital não é fácil, independentemente de onde a organização esteja na sua jornada digital.

Para o sucesso de qualquer organização que queira ser competitiva numa economia cada vez mais digital, é fundamental liderar a transformação organizacional, ao nível das pessoas, processos e tecnologia.

Além de ser necessário uma estratégia de negócio que incorpore o digital, as organizações devem desenvolver novos modelos de negócios digitais que permitam o crescimento das receitas nos próximos anos. A IDC estima que hoje já 30% das receitas das maiores empresas são geradas através de produtos, serviços e experiências digitais, e com o rápido desenvolvimento da economia digital, em 2026 esta proporção vai atingir os 40%!

Os novos modelos de negócios digitais são vitais para a resiliência e sustentabilidade das organizações no médio e longo prazo. Uma das principais características do negócio digital é a “criação de valor comercial quantificável diretamente ou possibilitada pelo digital”. Associado a isso, o foco principal da maioria das organizações é gerar novos fluxos de receita a partir de investimentos e recursos digitais. Empresas como Kroger, McDonald’s e Adidas estão a gerar bilhões de dólares em negócios digitais.

Outro bom exemplo dessa transição é a LEGO – fabricante de brinquedos com sede na Dinamarca. Há menos de 10 anos, o maior canal da empresa para o mercado era através do retalho, mais concretamente através da Toys “R” US, que fechou as portas em 2018. Agora é a Amazon. A LEGO também desenvolveu o seu próprio canal direto ao consumidor (D2C) e está a fazer grandes investimentos na experiência do cliente (CX), comércio eletrónico e experiências digitais. Paralelamente, a empresa lançou um modelo de negócio em subscrição que permite aos clientes receberem uma caixa surpresa da Lego todas as semanas. A LEGO está a fazer também grandes investimentos para monetizar novos ativos digitais, como é o caso dos LEGOS virtuais, desenvolvidos através de uma joint venture multibilionária com a empresa de jogos EPIC Games, LEGO e Sony.

Em resumo, são pelo menos três as áreas que possibilitam novos modelos de negócio com base no digital: (1) novos canais, (2) novos modelos de negócio com base em subscrição e (3) novos ativos digitais.

Em quais destas áreas a sua empresa está a investir?

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Gabriel Coimbra

Gabriel Coimbra

Com mais de 20 anos de experiência no sector das TIC, Gabriel Coimbra é o vice-presidente do Grupo IDC e Country Manager para Portugal. O seu foco é impulsionar o crescimento sustentável do negócio dos clientes da IDC, o principal fornecedor global de informações de mercado, serviços de consultoria e eventos para os mercados das tecnologias de informação, telecomunicações e tecnologias de consumo. Além da sua função de gestão, Gabriel Coimbra está pessoalmente envolvido no planeamento e coordenação dos serviços... Ler Mais..

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