Que tipo de start-up tem de construir para ser bem-sucedido em 2018

O que é preciso para ser um empreendedor bem-sucedido em 2018? Conheça a visão de Felix Petersen, diretor geral da Samsung Next na Europa.

Felix Petersen, diretor geral do braço de inovação da Samsung – a Samsung Next – [1], esteve ontem no Lisbon Investment Summit onde partilhou a sua visão daquilo que vão ser os próximos grandes negócios no mundo das start-ups e qual é o caminho que os empreendedores têm de seguir para serem bem-sucedidos.

Quando comparamos o esforço monetário necessário para arrancar com uma empresa no início dos anos 2000 ao que é praticado hoje, percebemos que atualmente os custos são praticamente inexistentes. Especialmente se se tratar de um negócio online.

Petersen partilha a ideia de que há 20 anos para uma empresa criar um website precisava de quase um milhão de euros. Por outro lado, hoje conseguimos criar e gerir facilmente uma loja online por pouco mais de 280 euros por ano.

Com o passar dos anos foi também criada uma linguagem comum entre os grandes polos de empresas, como Silicon Valley, Londres e Berlim. Petersen explica que esta uniformização e consciencialização do modo de operar é de extrema relevância na medida em que, há 20 anos, todos os centros de empreendedorismo operavam de maneira diferente, o que dificultava tremendamente a comunicação entre os principais polos e criava barreiras a possíveis parcerias ou expansões.

Anexada à descida dos custos para criar uma empresa, veio o aumento nos custos para atingir o sucesso. Para além de haver uma competição mais feroz em todos os campos, grandes tecnológicas como a Amazon, Facebook, Apple e Google detém o monopólio de cada um dos seus mercados e controlam grande parte da distribuição do seu espaço.

Este monopólio permite-lhes estar sempre à procura da próxima grande ideia, o que poderia ser traduzido em boas notícias para as start-ups que procuram trabalhar com grandes empresas ou que queiram ser adquiridas. Infelizmente, só se tiverem tecnologia que não seja passível de ser copiada é que isto poderá vir a acontecer.

Que tipo de start-up tem de construir para ser bem-sucedido em 2018

Felix Peterson, diretor-geral da Samsung Next na Europa.

Petersen passa a ideia de que a fasquia para as start-ups que querem ser bem-sucedidas está cada vez mais alta, mas dá três conselhos aos empreendedores:

“Simplesmente criem um negócio.” A ideia passada por Petersen é criar um negócio comum, mas adaptado aos dias de hoje, ou seja, que tenha em atenção as necessidades dos consumidores e que, ao mesmo tempo, siga as tendências.

O diretor geral da Samsung Next deu o exemplo da bem-sucedida start-up alemã einhorn, que entrou na indústria dos preservativos com uma abordagem diferente. Para além de terem uma comunicação distinta, adaptada a pessoas jovens, os produtos desta fabricante alemã são vegan, um dos temas na ordem do dia nas gerações mais recentes.

Deep tech”. Atualmente, um dos temas mais em voga e com maior procura é o deep tech. Estão inseridos nesta tecnologia todos os projetos que criarem uma tecnologia nova que cause um impacto real na vida das pessoas ou numa indústria. Petersen explica que, neste caso, isto não está ao alcance de qualquer pessoa, visto que é preciso um know-how bastante aprofundado. Refere ainda que, na maior parte das vezes, a dificuldade deste tipo de projetos é criar um produto / serviço à volta da tecnologia desenvolvida.

“Apostar na próxima revolução.” Apesar de admitir que não sabe ao certo qual é a próxima grande revolução, Petersen aposta na Web 3.0, a anunciada terceira onda da Internet que projeta a nova geração da rede. Esta evolução pressupõe a possibilidade de descentralizar o mercado e de fazer transações sem precisar de um intermediário, como é o caso da blockchain.

[1]Para além de diretor geral da Samsung Next, Petersen cofundou duas start-ups (Amen e Plazes) que receberam mais de seis milhões de euros em investimento e que foram, posteriormente, adquiridas pela TapeTV e pela Nokia. Felix acumula também funções como partner do fundo português Faber Ventures e tem ainda um projeto deste género a “solo”, onde faz investimentos enquanto business angel.

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