Tecnologias e tendências no mundo das start-ups a que todos devem ficar atentos

São incontáveis as inovações tecnológicas protagonizadas por start-ups de todo o mundo, mas existem algumas tendências a estar atento.

O mundo das start-ups tem surpreendido com inovações revolucionárias em grandes mercados, como a distribuição online, através da personalização da experiência de compra, com a utilização de IA e machine learning, por exemplo. Também as experiências com blockchain e outras novas tecnologias têm aumentado e cada vez estão mais presentes no dia a dia. Atenta à transformação que o setor atravessa, a Eu-Startups listou algumas tendências em start-ups de tecnologia que vão dar cartas nos próximos tempos.

Inteligência Artificial /Machine Learning: A Inteligência Artificial (IA) tem-se implementado em vários setores, mas uma das principais tendências é o seu crescimento em aplicações. Veja-se o caso da Tesla que está a  desenvolver um chip IA customizado que permite decisões de direção instantâneas, enquanto o Myriad X da Intel, por exemplo, pode ser usado em sistemas de monitorização de bebés, drones e robôs.

À medida que a utilização da IA aumenta, também as discussões sobre os limites morais e éticos desta tecnologia vão crescendo. Porém, é inegável o seu potencial e os benefícios que trouxe em vários mercados verticais. A IA está a ser aplicada em dispositivos médicos que ajudam a tratar algumas doenças em diferentes fases da sua evolução, desde a deteção à operação. Por exemplo, a uma start-up francesa Therapixel apresenta imagens médicas em dispositivos touchless aos cirurgiões. Já a MammoScreen pretende realizar a deteção precoce do cancro de mama através do seu algoritmo de IA.

Trabalho à distância: Ter um trabalho fixo e trabalhar a partir de casa era impensável, para não dizer impossível, há 20 anos, mas hoje é cada vez mais comum. As empresas estão a tornar-se mais flexíveis e têm equipas remotas e em escritórios. Há empresas que inclusive nem sequer têm sede, sendo completamente remotas. Zapier, GitHub e Mozilla são alguns exemplos de gigantes que, em 2018, contrataram pessoas exclusivamente para trabalho remoto.
Seja em tecnologia ou noutras indústrias, promover o trabalho remoto tornou-se numa parte essencial de qualquer empresa que procura aumentar a produção e a felicidade no trabalho. No futuro, o trabalho remoto em ambiente de trabalho virtual, será provavelmente ainda mais importante do que hoje, com mais pessoas a exigir flexibilidade laboral, especialmente a Geração Z.
As empresas deverão fornecer aos funcionários recursos internos e programas de microaprendizagem para estimular e incentivar um sentimento de comunidade entre os trabalhadores à distância, por exemplo, através da criação de um missão ou cultura da empresa.

Femtech: Este setor virado para o target feminino, refere-se a software, diagnósticos, produtos e serviços que recorrem a tecnologia para melhorar a saúde das mulheres. Femtech abrange a utilização de soluções de saúde digital para incentivar as pacientes a aceder e usar aplicações para gerir problemas de saúde desde fertilidade à sexualidade.
A Europa está particularmente ativa neste ramo. Recentemente diversas start-ups femtech receberam rondas de financiamento, como a Elvie, que produz bombas de leite silenciosas; a Emjoy, uma aplicação de bem-estar sexual; e a clínica virtual de fertilidade Apricity.
O CB Insights Femtech Market Map (um relatório produzido através da plataforma da CB Insights que recolhe informação sobre os financiamentos de empresas privadas e business angels), mostra que este é um mercado em crescimento: desde 2014 arrecadou mais de 1,1 mil milhões de dólares (mil milhões de euros).

Sustentabilidade: As questões ambientais também estão cada vez mais visíveis e há uma maior consciencialização para estas matérias, colocando a sustentabilidade no centro do desenvolvimento. As preocupações sociais têm influencia nas decisões de investimento e continuam a ser uma tendência para o futuro próximo. Em 2016, e de acordo com a Global Sustainable Investment Alliance (GSIA), estimava-se que os ativos de investimento sustentáveis tinham crescido globalmente para 22,89 biliões de dólares (20 biliões de euros), um aumento de 25% face a 2014. Os millennials agora representam dois terços da força de trabalho, e as questões sociais como alterações climáticas estão no topo da lista das preocupações desta geração. Empresas como a Too Good To Go (uma start-up que combate o desperdício de alimentos), a Northvolt e a Oxford PV (energias renováveis), trazem soluções alternativas alinhadas com as tendências de consumo verde, economia circular e a sustentabilidade social.

Bem-estar: Desde o bem-estar no trabalho a restaurantes saudáveis de fast food e dispositivos de fitness interligados, o bem-estar é agora uma oportunidade de multi-mercado que só nos EUA está avaliado em 4 biliões de dólares (3,6 biliões de euros). Com um valor desta grandeza, não admira que existam muitas start-ups focadas no bem-estar de clientes e funcionários. Alimentado por esta nova tendência, o turismo de bem-estar  está a crescer e até 2022 estima-se que movimente mais de 919 mil milhões de dólares (836 mil milhões de euros). Empresas como a Roam que está a levar instalações de fitness e balneários aos aeroportos, mostram que o setor turístico terá mais viagens temáticas, retiros para empresas, entre outros, porque cada vez mais  pessoas procuram uma vida saudável caraterizada pelo bem-estar físico, mental, social e espiritual.

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