Supervisor dos mercados nos EUA investiga uso de WhatsApp por gigantes de private equity
Três empresas de private equity estão sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA por terem permitido que funcionários usassem canais de comunicação não autorizados, como WhatsApp e WeChat, para realizar negócios.
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (na sigla inglesa SEC) está a investigar o uso do WhatsApp e de outras aplicações de mensagens pelas maiores empresas de private equity, num esforço para controlar as comunicações eletrónicas de Wall Street.
Segundo a Bloomberg, Apollo Global Management, Carlyle Group e KKR revelaram em documentos regulatórios que receberam cartas da SEC sobre o uso de mensagens eletrónicas nos negócios.
As empresas financeiras devem seguir regras de monitorização das comunicações de negócios para evitar condutas impróprias. Consultoras financeiras e gestoras são obrigadas a manter registos relacionados com a prestação de conselhos de investimento, adianta a agência noticiosa.
O uso de WhatsApp, WeChat, Signal, Telegram, entre outras aplicações, tornou-se predominante desde que a pandemia forçou os operadores e funcionários do mercado financeiro a trabalharem a partir de casa. Muitas destas aplicações têm funções para fazer com que as mensagens desapareçam automaticamente e o seu uso por funcionários de empresas financeiras representa possíveis violações aos regulamentos da SEC.
A SEC enviou cartas a dezenas de empresas de investimento nas últimas semanas, no âmbito da investigação. Num dos comunicados regulatórios a Carlyle afirmou que recebeu uma solicitação de informações por parte SEC “relacionadas com a preservação de certos tipos de comunicações eletrónicas de negócios” que podem incluir “mensagens de texto e mensagens no WhatsApp, WeChat e aplicações semelhantes”. A empresa disse ainda que pretende cooperar totalmente com o inquérito.
Subsidiárias de consultoria financeira da Apollo também receberam solicitação da SEC para obter informações e documentos relacionados com a investigação. A KKR está também a cooperar com a investigação.
No ano passado, grandes banco como JPMorgan, Bank of America, Citigroup e Goldman Sachs pagaram um total de 2 mil milhões de dólares (1,93 mil milhões de euros) em multas à SEC e à Commodity Futures Trading Commission, que regula o mercado de derivativos, para resolver alegações relacionadas com o uso de aplicações.