Stephan de Moraes assume presidência da APCRI

Aumentar o investimento privado em capital de risco é uma das metas da nova direção da Associação Portuguesa de Capital de Risco – APCRI. Stephan de Moraes assume a presidência para o biénio 2024-2025.
“Tirar Portugal do fundo da tabela dos países da União Europeia com menos aplicação de capital de investimento privado nas empresas em função do PIB tem de ser um desígnio nacional nos próximos anos”. Esta é a visão de Stephan de Moraes, fundador e Managing General Partner da Indico Capital Partners, que acaba de ser eleito presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI) para o biénio 2024-2025.
A nova direção foi eleita a 27 de junho e, para além do novo presidente, é composta pelos vogais Martim Avillez Figueiredo (Core Capital), Luís Santos Carvalho (Vallis Capital), David Calém Ferreira (Crest Capital) e Pedro Ribeiro Santos (Armilar Venture Partners), representando os diferentes ramos da indústria dedicados ao private equity, ao venture capital e aos fundos de reestruturação.
Aumentar o investimento nacional privado em private equity e venture capital, adequar os instrumentos públicos às melhores práticas internacionais e estreitar as relações com a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) para melhorar a indústria, são as prioridades da nova equipa diretiva da Associação que, desta forma, pretende intervir junto de investidores nacionais e de atores institucionais para aumentar o papel desta indústria na transformação da economia portuguesa.
“Nada justifica hoje que em Portugal o investimento de capital de risco em percentagem do PIB seja 13 vezes inferior ao da Espanha, o país vizinho, e 19 vezes inferior à média dos países da União Europeia”, afirma Stephan de Moraes. De acordo com o agora presidente da APCRI, o país precisa hoje de um novo impulso que torne o seu tecido empresarial mais competitivo, baseado no conhecimento e nas qualificações, onde a inovação ocupe um lugar central no processo de criação de riqueza.
“O private equity e o venture capital servem precisamente para capitalizar empresas, sejam elas PME com necessidades de restruturação, start-ups a precisar de capital para arrancar, ou empresas sólidas que precisam de mais capital e de balanço para crescerem em exportações e em contratos internacionais”, explica Stephan de Moraes. Acrescenta ainda que “para além do capital, a indústria de capital de risco tem uma capacidade fortíssima para melhorar a qualidade da gestão, o que é notório em todos os estudos sobre o setor”.
Em comunicado, a nova direção declara-se mobilizada para intervir junto das instituições próprias, nomeadamente o Governo e a Assembleia da República, e no espaço público para aumentar o papel da indústria de capital de risco na transformação da economia portuguesa, tornando as empresas nacionais mais inovadoras e mais competitivas nos mercados globais. “É muito importante melhorar a informação transmitida aos investidores privados sobre os resultados muito positivos obtidos pela indústria nos últimos anos, o que implica, entre outras medidas, estreitar a relação com o Banco Português de Fomento e a CMVM com vista a melhorar a indústria”, esclarece Stephan de Moraes.
Em paralelo, defende a criação de mecanismos que, em sede de Orçamento de Estado ou noutros âmbitos, promovam que os investidores institucionais portugueses ou estrangeiros apliquem ativos na indústria nacional de capital de risco. “Temos que eliminar as razões pelas quais os investidores institucionais não colocam, na indústria de capital de risco, uma percentagem, mesmo que pequena, dos seus ativos”, conclui Stephan de Moraes.