Start-up sul-coreana utiliza inteligência artificial para detetar através do olho doenças renais

O reti-intelligence usa uma câmara de fundo para capturar imagens do olho e, num minuto, através do algoritmo de inteligência artificial fornece a avaliação de risco da doença. O dispositivo ainda não foi aprovado pelo regulador norte-americano de medicamentos.
A start-up sul-coreana Mediwhale quer usar a inteligência artificial (IA) para diagnosticar doenças renais através de um exame de retina não invasivo denominado reti-intelligence.
Kevin T. Choi, cofundador e CEO da Mediwhale, diz que a retina é o único órgão onde os vasos sanguíneos são vistos diretamente sem medidas invasivas. “Muitas doenças estão relacionadas com danos nos vasos sanguíneos. Portanto, ao examinar diretamente os vasos sanguíneos com validação de um grande conjunto de dados através de IA, podemos detetar os primeiros sinais de doenças relacionadas”, conta citado pelo Ophthalmology Times.
Um exame de retina é realizado para analisar apenas doenças oculares, mas Choi avança que a Mediwhale está a recorrer à IA para detetar doenças não oculares. “A vantagem da IA é a análise automatizada de imagens e o cálculo da pontuação de risco [..] e a capacidade de detetar mudanças subtis que os médicos não podem observar, mas a IA pode ainda calcular a pontuação de risco reproduzível a partir de fotografias da retina”, explicou Choi.
“Esperamos detetar os riscos futuros de doenças relacionadas com os vasos sanguíneos a partir de doenças cardiovasculares e renais”, acrescenta Choi.
A solução Mediwhale usa uma câmara de fundo para capturar imagens do olho e, em seguida, o algoritmo de IA fornece a avaliação do risco da doença. Um clínico geral pode realizar a captura da imagem da retina e, se for detetado alto risco de doença, o paciente pode ser encaminhado para um especialista, de forma a realizar exames adicionais.
“O nosso dispositivo pode analisar os vasos sanguíneos da retina e estratificar os riscos de doenças futuras para que os grupos de risco alto e intermediário possam prevenir doenças, tomando medidas precoces, mesmo quando não apresentam nenhum sintoma no momento”, avança o investigador.
Choi diz que espera que, no futuro, os pacientes possam verificar rapidamente os seus riscos de doenças cardiovasculares e renais sem ter de recorrer a radiação ou a exames de sangue. “Isso é especialmente significativo para aqueles com doenças metabólicas, como diabetes ou pressão alta”, argumentou.
A Mediwhale está integrada na HeartX, no Arkansas, uma aceleradora de saúde com foco cardiovascular, e o seu dispositivo ainda aguarda por aprovação da Food and Drug Administration (FDA), o regulador norte-americano de medicamentos.