Start-up norte-americana recorre a IA para revolucionar o tratamento contra o cancro

A Valo Health está desenvolver uma plataforma de descoberta de medicamentos fomentada por inteligência artificial e grandes bancos de dados de pacientes. A start-up anunciou que está a trabalhar em vários alvos que desencadeiam diferentes tipos de cancro.

A Valo Health acaba de levantar 190 milhões de dólares (157 milhões de euros) numa ronda de investimentos de série B, acumulando cerca de 285 milhões de dólares (235 milhões de euros) até ao momento.

“Estamos a criar uma empresa que possa operar em todas as áreas de pesquisa e desenvolvimento do setor farmacêutico”, afirma o CEO e cofundador da empresa com sede em Boston, David Berry, citado pela Endpoint News.

Para isso, a empresa fundada em 2018, desenvolveu o seu próprio sistema computacional chamado Opal. Esta plataforma de descoberta de medicamentos tem como objetivo prever não apenas moléculas que podem ser usadas de forma medicinal contra novas doenças, mas também como essas drogas podem impactar o corpo do paciente.

O sistema usa um conjunto de dados de milhares de fontes e fornece informações sobre como tratamentos específicos para doenças determinadas afetaram as pessoas. A empresa está atualmente a desenvolver novos tratamentos em três áreas principais: cancro, saúde cardiovascular e neurodegeneração.

O cancro é o foco dos quatro alvos de tratamento anunciados pela empresa. A Valo Health afirma estar de olho no USP28, que causa cancro do cólon, no HDAC3, comum em vários tipos de cancro, no PARP1, que aparece em cancros cerebrais, e no NAMPT, que faz parte da atividade metabólica de alguns tipos de cancro.

Essas moléculas já tinham sido identificadas em outros momentos, mas Berry afirma que a vantagem da plataforma é a capacidade de usar computação para desenvolver medicamentos que ajudam a matar o cancro e que evitam os efeitos colaterais. Atualmente, a start-up está a trabalhar com o NAMPT e procura formas de evitar efeitos colaterais tóxicos para as retinas que são encontrados em outros tratamentos que o usam como alvo.

“Queremos entender como as moléculas fazem o que fazem”, diz Berry. “Não é tão simples quanto juntar peças de um quebra-cabeça, porque muitas coisas têm efeitos complexos”, revela.

Nenhum dos tratamentos da Valo Health está pronto para testes clínicos, já que a empresa só começou a trabalhar no projeto no ano passado. Mas Berry está otimista com os resultados do programa até agora. “Os nossos programas são pré-clínicos, mas já temos dados de animais e de células”, conta, acrescentando que “estamos à procura de validações de programas que nos façam pensar que há algo real aqui, além do que podemos imaginar.”

O objetivo da ronda de investimentos da série B avaliada em 190 milhões de dólares (156 milhões de euros) que acaba de ser revela é apoiar o desenvolvimento dos seus programas de tratamento e expandir a plataforma Opal. A ronda foi liderada pelo Public Sector Pension Investment Board, juntamente com outros investidores da série A, a Mirae Asset Capital, a HBM Healthcare Investments, a Atinum Investment e a Invus Public Equities.

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