Relatório internacional aborda impacto da IA na saúde

A Inteligência Artificial pode revolucionar a assistência médica, através de melhores resultados no acompanhamento, experiência do paciente e acesso a serviços de saúde. A conclusão é de um relatório da EIT Health e da McKinsey.

“Transformar os cuidados de saúde com a IA: o impacto no mercado de trabalho e nas organizações” é o nome do relatório feito pela EIT Health e pela McKinsey & Company, através do qual as duas organizações revelam  a importância de atrair, educar e formar com conhecimentos os profissionais de saúde, assim como a necessidade de dotar as atuais equipas de trabalho dessas competências, no sentido de obterem todo o potencial da Inteligência Artificial (IA).

De acordo com este relatório, a Inteligência Artificial pode revolucionar a assistência médica através da melhoria da produtividade e eficiência. O relatório reforça ainda que conhecimentos digitais básicos, ciência biomédica e de dados, análise de dados e fundamentos de genómica serão cruciais, se a IA e o machine learning entrarem nos serviços de saúde e apoiarem este mercado de trabalho.

O relatório refere ainda que até 2030 a economia global pode vir a criar 40 milhões de novos empregos no setor da saúde. No entanto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, no início da próxima década poderão existir menos 9,9 milhões de médicos, enfermeiros e parteiras, a nível global.

A análise da EIT Health e da McKinsey & Company destaca ainda ainda a Agenda de Competências para a Europa, documento que a Comissão Europeia divulgou no início de julho  com a missão de melhorar a competitividade sustentável, a resiliência, bem como garantir justiça social para todos. O documento refere que em 2019 pelo menos 85% dos empregos exigiu algum nível de competências digitais, embora apenas 56% dos adultos possua um mínimo de conhecimento digitais básicos.

Ou seja, à medida que a Europa avança no seu processo de recuperação, cresce a necessidade de melhorar e adaptar competências (fatores em destacados pelo EIT Health e pelo relatório da McKinsey) no sentido de incentivar a aplicação de soluções de IA na área da saúde.

De acordo com o documento, competências digitais básicas, ciência biomédica e de dados, análise de dados e os fundamentos da genómica serão críticos, caso a IA e o machine learning sejam crescentemente aplicados nos serviços de saúde.

Jorge Fernández García, diretor de inovação do EIT Health e coautor do relatório explica que “estas disciplinas raramente são ensinadas nas ciências clínicas tradicionais. E, portanto, sem culpa alguma, o mercado de trabalho na área da Saúde ainda não está preparado para a adoção da IA. Por nos encontrarmos na vanguarda da inovação em saúde na Europa, verificamos a criação de um crescente número de soluções de IA tangíveis, impactantes e emocionantes. No entanto, precisamos unificar todas as novas tecnologias que permitem aliviar parte da pressão sobre os serviços de saúde e integrá-las ao nível da prestação de cuidados. É hora de colmatarmos estas lacunas, para que a Europa não fique para trás na aplicação da IA”.

Atualmente, na área da saúde a IA é, por norma, aplicada nos processos de diagnóstico. No entanto, nos próximos 5 a 10 anos os profissionais de saúde esperam que a tomada de decisões clínicas passe a ser a aplicação digital mais relevante, de acordo com o estudo do EIT Health e da McKinsey & Company – que inclui uma pesquisa com 175 técnicos da linha de frente nos cuidados de saúde, e entrevistas junto de 62 decisores do setor.

Os autores do relatório destacam que é necessário, não apenas atrair, treinar e reter mais profissionais de saúde, mas também garantir que exercem funções em tarefas onde podem agregar mais valor aos pacientes. Apoiar a ampla adoção e o dimensionamento da IA ​​pode ajudar a aliviar os lacunas de recursos, agora e no futuro.

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