Redes sociais falham na luta contra o ódio LGBTQ, assegura estudo internacional

As principais plataformas de medias sociais apresentam lacunas na forma como lidam com os ataques aos utilizadores LGBTQ. Quem o diz é um estudo recente do GLAAD, organização não-governamental norte-americana.

Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e TikTok. Estas são as cinco principais redes sociais em destaque no  “Social Media Safety Index” (SMSI), um estudo conduzido pela ONG norte-americana GLAAD, em parceria com o Ranking Digital Rights e o Goodwin Simon Strategic Research, que pretende fornecer recomendações para este setor de atividade ao relatar aspetos de segurança relacionados com os utilizadores LGBTQ.

Assim, de acordo com as conclusões do estudo as principais plataformas de media social não estão a conseguir impedir o ódio e as ameaças online contra os utilizadores LGBTQ, já que a maioria dos adultos envolvidos na pesquisa afirmou ter enfrentado situações de assédio no Facebook, no Instagram, no TikTok, no Twitter e no YouTube. O “Social Media Safety Index” revela que 84% dos adultos LGBTQ acreditam não haver protecção suficiente naquelas redes sociais para evitar o assédio.

O relatório classificou as políticas e as ações que as plataformas implementaram no que toca a questões relacionadas com LGBTQ, concretamente avaliando se as estas bloqueiam ou não anúncios discriminatórios. Na sequência desta abordagem, a ONG constatou que as empresas em causa não são transparentes sobre a forma como respondem ao ódio online e que, inclusive, revelam poucos detalhes sobre a frequência com que eliminam os post, comentários ou contas das pessoas que assediam os utilizadores LGBTQ.

Por exemplo, o Twitter e o TikTok adotaram políticas específicas contra o uso intencional de género errado ou perfis falsos. Já a Meta (casa mãe do Facebook e do Instagram), disse que, quando solicitado, remove posts semelhantes.

Apesar de ter havido um progresso significativo na capacidade de todas as plataformas removerem rapidamente conteúdo de ódio e assédio, a análise do GLAAD verificou que existem falhas em todas plataformas, pontuando-as abaixo de 50 em 100 possíveis. O TikTok teve a pontuação mais baixa com pouco mais de 42 num total de 100.

Jenni Olson, da GLAAD, explicou à Euronews que as plataformas têm ferramentas que podem usar para resolver esses problemas, mas que optam por não o fazer porque isso reduz os lucros. A ONG pediu às plataformas que divulgassem os seus métodos para moderar os conteúdos e para que sejam mais transparentes sobre quantas contas e posts foram removidos por violarem as regras anti-discurso de ódio.

“O que queremos é uma prestação de contas que possa forçar essas empresas a priorizar a segurança pública sobre os seus lucros. É emocionante ver que a União Europeia está a progredir nesse assunto com o The Digital Services Act. Esperamos que os EUA cheguem lá em algum ponto”, afirmou àquela publicação.

Recorde-se que o The Digital Services Act vai obrigar as plataformas online a adotarem um conjunto de obrigações e regras. Assim, a partir de 2023, certos tipos de publicidade direcionada, como as baseadas em dados confidenciais, raça, orientação sexual ou crenças religiosas, serão proibidas.

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