Entrevista/ “Queremos advogados que tragam valor acrescentado à nossa organização”

“A atividade da advocacia é mais competitiva e mais dinâmica. Portanto, só faria sentido a integração numa sociedade internacional”. A explicação é de André Miranda e João André Antunes, managing partners da Fieldfisher Portugal, a nova sociedade de advogados de matriz europeia que integrou a André Miranda Associados.
A André Miranda Associados, sociedade de advogados com mais de uma década de atividade no mercado nacional, integrou o escritório inglês Fieldfisher e deu origem à Fieldfisher Portugal, uma nova sociedade, de matriz europeia, com escritórios em Lisboa e no Porto e uma equipa de 70 profissionais.
André Miranda e João André Antunes, managing partners da Fieldfisher Portugal, recordam como começou o “namoro” com a Fieldfisher e falam dos recursos, ferramentas tecnológicas e novas formas de trabalhar que a marca traz. A ambição é continuar o percurso de crescimento e de consolidação e conseguir estar no top 10 em termos de sociedade de advogados, dentro de alguns anos, dizem.
A Fieldfisher acaba de chegar a Portugal, com escritórios em Lisboa e no Porto. O que representa este passo para a equipa que lidera e para o mercado jurídico nacional?
João André Antunes (J.A.A.): Temos vindo a construir uma sociedade de advogados desde 2014. Já tivemos outros sócios, já tivemos outros advogados, também pessoas que entram e saem, etc, mas temos vindo a fazer um trabalho consistente de crescimento nos últimos 11 anos. E esta integração, com outros escritórios, neste caso com um escritório inglês, era algo que estrategicamente ambicionávamos. Era algo que víamos como natural, porque desde o início percebemos que, se queríamos singrar, teríamos sempre de nos aliar a uma estrutura que fosse mais robusta do que a nossa, porque o mercado jurídico é muito dinâmico e, portanto, nós temos de tomar opções.
Os escritórios têm vários modelos. Existem os mais tradicionais, depois há os modelos que se costuma chamar de boutiques, ou seja, escritórios mais pequenos ou mais especializados. Depois há outros que simplesmente estão satisfeitos com o que têm e mantêm os clientes que têm, a área que tem, etc. Nós temos vindo sempre a expandir, no número em pessoas, em áreas de prática. Este passo, para nós, era o que nos permitiria dar um salto em frente muito, muito significativo. Esta era uma conceção que tínhamos e, portanto, encontrando um parceiro certo, seria algo realmente a pensar.
Neste caso em concreto, os astros alinharam-se ao sermos contactados pelos escritórios da Fieldfisher, que, apesar de ser um escritório inglês, tem uma matriz europeia muito forte e quer-se assumir como um escritório europeu. Obviamente que, antes do contacto, olharam para o mercado português e analisaram outros escritórios. Foram dois anos de contactos, de trabalho e de troca de experiências. Foi um processo muito pensado e o momento era agora.
André Miranda (A.M.): Desde 2014 fomos crescendo e desenvolvendo as nossas atividades, em termos de diferentes áreas de prática, assumindo-nos como um escritório de full service com diferentes valências de mercado. Portanto, temos também alguma experiência, já temos um lastro de clientes bastante significativo. E o que vimos foi um mundo cada vez mais global. A atividade da advocacia é mais competitiva e mais dinâmica. Portanto, só faria sentido a integração numa numa sociedade internacional. Os modelos anglo-saxónicos são modelos muito aperfeiçoados, em termos organizacionais, de estrutura, até em termos de continuidade daquilo que é o modelo empresarial. As sociedades profissionais vivem do trabalho das pessoas e do talento. Hoje está o João e o André, mas daqui a 15 anos podem estar outras pessoas à frente do escritório. Portanto, levam a marca, asseguram continuidade. O que é interessante é que realmente, no modelo anglo-saxónico, isto está muito bem enraizado. Esta sociedade tem um percurso muito grande, continua a integrar outros escritórios, vai abrindo novos escritórios, vai estando em novos países, o que para nós também nos dá um certo conforto. Sentimos que isto foi também para os nossos clientes um progresso e um uma forma de salto.
Referiram que esperam um crescimento de 20% nas receitas já este ano. O que está por trás desta expetativa tão ambiciosa?
J.A.A: Tivemos consciência de que era necessário, a par do trabalho jurídico, implementar procedimentos de gestão, o que nos valeu, por si só, um crescimento muito grande nestes últimos dois anos. Quando trabalhamos de uma forma eficiente, produzimos mais, somos mais rentáveis, somos mais eficientes mesmo na gestão do tempo. Claro que a matriz são os serviços jurídicos, os nossos clientes e o trabalho que os nossos advogados prestam. Mas houve um esforço muito grande de todos, de se aprimorarem em todas as suas valências não jurídicas.
As pessoas que aqui estão já não são só advogados, são advogados que têm a consciência de uma estrutura, de que é preciso fazer algumas coisas para as coisas acontecerem e essa consciencialização foi muito importante também nesta aproximação com a Fieldfisher. Porque a certa altura percebemos que, se queremos ser selecionados e se queremos fazer parte desta família, nós próprios temos que fazer aqui algum trabalho de organização. E isso permitiu-nos um salto nos últimos dois anos, mas sobretudo no ano anterior dar um salto muito significativo. Por isso, agora com esta fusão esperamos que as receitas cresçam na ordem dos 20% já este ano.
O que muda, na prática, para os clientes e para a equipa com esta fusão?
A.M.: Na prática há de facto uma marca forte, mais forte do que aquela que existia. Éramos conhecidos pelas nossas capacidades, mas não tínhamos uma marca que fosse assim forte no mercado. Esta marca é muito forte, traz muitos recursos e muitas ferramentas para os advogados. Estamos, aliás, numa fase de grande formação e de integração em que há uma panóplia de instrumentos de gestão, softwares, tecnologia que hoje são muito importantes em todas as atividades e também no mundo jurídico. Estamos a ser completamente pressionados para esta evolução tecnológica que passa pela inteligência artificial e outras tecnologias na nossa forma de trabalhar. Temos agora muitos recursos à disposição que não teríamos efetivamente, sendo uma sociedade mais pequena.
Quando se faz parte de uma sociedade grande que, ainda por cima, tem a tecnologia como uma das áreas principais nos setores onde atua, com clientes multinacionais muito grandes nesse setor, portanto, que já são clientes, há uma maior propensão porque já temos advogados especialistas nessa área. Além disso, acreditamos no nosso posicionamento no mercado português, porque vamos aparecer obviamente com outra força, com mais capacidade de resposta, mesmo em áreas em que hoje podemos não estar tão capacitados.
Que áreas são essas em que vão ter aqui um reforço?
A.M.: A integração reforça a nossa capacidade de atuar em setores estratégicos como Energia, Life Sciences, Tecnologia e Serviços Financeiros. Estamos naturalmente abertos, no fundo, a trazer mais talento, seja pessoas mais seniores ou menos seniores, mas isso vai acontecer certamente, porque o trabalho vai aparecer e, portanto, vamos precisar de dar resposta.
“Agora queremos advogados que tragam valor acrescentado à nossa organização”.
Que tipo de talento procuram atrair para reforçar a vossa equipa nesta nova fase?
A.M.: A premissa é mais ou menos igual para todos, ou seja, seja mais sénior ou menos sénior, mais júnior ou menos sénior. Aqui geralmente os advogados têm que ter obviamente uma grande capacidade de autonomia. Valorizamos muito isso, bem como o empoderamento que damos cada advogado. Somos todos profissionais, aqui não há relações de dependência, ninguém aqui é assalariado ou trabalhador, cada pessoa tem a sua carreira individual e aquilo que queremos são pessoas que estejam alinhadas com os nossos princípios e os nossos vetores de atuação. Portanto, esse é o padrão igual para todos. Agora, queremos advogados que tragam valor acrescentado à nossa organização. Isso pode ser ou trazendo clientes ou trazendo experiência e conhecimento.
Quantas pessoas querem contratar até ao final do ano?
A.M.: Não temos quantificado. Também não estamos com nenhuma pressa. Felizmente, o escritório está consolidado. Não somos uma start-up, não estamos a começar. Já temos os nossos clientes, os nossos funcionários estão muito satisfeitos porque também nos veem a progredir e a ficar mais sólidos. Portanto, não temos nenhuma necessidade e não estamos preocupados com isso. Ou seja, não temos que fazer propriamente muita promoção. Sabemos para onde é que queremos ir, temos essa ambição. Não queremos nem o melhor, nem o maior do mercado. O que queremos é ter os melhores clientes, os melhores advogados.
“A Fieldfisher já tem um caminho feito de tecnologia e de ferramentas disponíveis para os advogados (…)”.
Qual é o papel que a estrutura internacional terá no apoio ao escritório português, especialmente no acesso a novos mercados e expertise?
J.A.A.: Teremos acesso a ferramentas que teríamos de pensar em adquirir, mas numa escala muito mais pequena, se não tivéssemos a oportunidade de concretizar esta integração. A Fieldfisher já tem um caminho feito de tecnologia e de ferramentas disponíveis para os advogados, desde as mais tradicionais, da gestão de conhecimento, gestão de ferramentas tecnológicas. Aqui a Fieldfisher é muito forte, está na sua matriz. Tem departamentos que são até pequenas empresas dentro da própria estrutura que prestam um serviço de adaptação, customização tecnológica, imaginem, interfaces específicos para determinadas operações.
Tem as pessoas e tem as ferramentas informáticas para libertar os advogados para fazer aquilo que eles têm que saber fazer. O trabalho do advogado já não é só abrir um livro, consultar uma jurisprudência na internet e fazer uma peça processual. Atualmente, os clientes já chegam completamente informados sobre aquilo que querem, já chegam com o problema e com a solução, muitas vezes para perceber se aquilo que leram estava correto. E é aqui que nós temos de acrescentarmos valor, o diferencial.
A.M.: Depois há também a escala. É muito diferente ter colegas na Alemanha, em França, que também estão na vanguarda, por exemplo, no setor farmacêutico. Nós podemos ter reuniões semanais ou mensais com equipas especializadas que estão a estudar a nível europeu. Enfim, novas relações europeias, novas tendências. Agora podemos ter os nossos advogados nessas equipas que são multinacionais, o que vai trazer vantagem. Depois há também mercados novos, ou seja, é preciso não esquecer que Portugal é uma plataforma. Apesar de sermos um país pequeno, temos sido uma economia relativamente dinâmica e emergente nos últimos tempos a nível europeu. Temos conseguido atrair investimento diversificado e pessoas empreendedoras em vários em setores de inovação e isso também foi visto pela Fieldfisher como uma oportunidade. E depois teremos acesso a mercado como o lusófono.
Como é que os clientes olharam para esta mudança?
J.A.A.: Olharam todos muito bem. Há sempre aquele receio de que um escritório mais pequeno ao integrar um escritório de grande dimensão comece a ter algumas mudanças, nomeadamente ao nível do preço. A Fieldfisher nem sempre faz as integrações desta forma. Há outros exemplos europeus em que a Fieldfisher tinha pessoas de contacto que se juntaram e fizeram um escritório de raiz. Mas o nosso caso é muito diferente. Já estamos cá consolidados e com bons resultados. Portanto, neste momento vamos ser uma mais-valia para o grupo. Para chegarmos aqui, tivemos que trabalhar com os clientes, ganhar a confiança deles, mantê-los, o que nem sempre é fácil. E a nota, desde o início, que quisemos deixar foi de total estabilidade para os clientes, ou seja, temos autonomia suficiente face ao grupo inteiro para dizer que temos os nossos clientes e uma forma de trabalhar. Obviamente, procuraremos sempre soluções interessantes, mas não há nenhuma perturbação nem nenhuma disrupção daquilo que é o trabalho com os clientes. E isso valeu-nos também o respeito quer deles, quer dos nossos próprios colegas em Londres.
Qual foi para vocês o maior desafio nesta integração?
J.A.A.: Houve aqui um processo de grande introspeção, quer no sentido mais subjetivo da palavra, quer na exposição à qual não estávamos habituados. Tivemos de nos dar a conhecer de forma totalmente aberta aos nossos colegas ingleses.
A.M.: Existe um escrutínio grande, ou seja, eles querem conhecer a relação financeira, performance, como é que fazemos a avaliação do desempenho, quem são as pessoas, que tipo de pessoas temos, em que área as temos, qual é o rácio que existe entre o pessoal mais jurídico e não jurídico, o staff de apoio, que sistemas é que usávamos… Enfim, tudo isto foi estudado e avaliado.
E, portanto, foi necessário ver como vão ser feitos os ajustes. Tivemos aqui até um certo impasse durante algum tempo, já no processo de pré-integração, porque tínhamos opções para fazer. Tínhamos, por exemplo, de mudar o parque informático e estava prevista a realização de novos investimentos. E estivemos a reter muitas coisas, porque estavamos à espera do momento da integração que acabou por ser definido.
Com esta integração, há já oportunidades em cima da mesa?
J.A.A.: Há e curiosamente já há projetos em que estamos a trabalhar em conjunto com o grupo. Houve trabalho que já fizemos durante o período de “namoro”, vamos chamar assim, em que trabalhamos efetivamente nas áreas da biomédica e dos dispositivos médicos, e em outras áreas. Já tínhamos feito trabalhos na área da saúde, na área da indústria farmacêutica, energia (aliás, temos quadros muito qualificados nessas áreas), no setor bancário, que até já participaram na criação de um dos bancos de investimento mais fortes, portanto, há aqui muito conhecimento disponível. Agora, é mais difícil para nós, isoladamente, conseguirmos oportunidades para trabalhar nessas áreas. A clientela estritamente portuguesa é limitada, já tem os seus advogados, as suas pessoas de confiança, etc. etc. Com a integração na Fieldfisher há uma aceleração muito grande. É a grande vantagem trabalhar em rede.
“Há mais concorrência no mercado, há uma luta pelos melhores talentos (…)”.
Como avaliam o atual momento do setor da advocacia em Portugal?
A.M.: Houve, nos últimos anos, um grande crescimento deste setor, também pelo crescimento da economia. Isso é indiscutível. Há mais concorrência no mercado, há uma luta pelos melhores talentos e sentimos isso. E há uma maior mobilidade de talentos, sobretudo a nível dos mais jovens. Há uma tendência dos advogados mais juniores ficarem menos tempo, de procurarem novas experiência. Há uma grande dificuldade de retenção de quadros jovens.
Mas estamos numa fase quase de pleno emprego, em termos daquilo que são os profissionais jurídicos. Os juristas hoje em dia saem da faculdade e é difícil não conseguirem relação profissional, não estritamente apenas na advocacia, mas até em setores conexos que hoje funcionam muito com os bancos, compliance, entidade compliance. Houve um período em que, de facto, houve maior dificuldade, no período da crise da pós-troika, em havia muito muito desemprego. Hoje acho que não há. Agora, a nossa advocacia provavelmente não é uma advocacia igual a todas as outras. Há muitas advocacias. Na nossa que é uma advocacia mais de full service, mais estilo empresarial, etc., acho que o mercado está forte.
J.A.A.: Um dos pilares básicos da profissão mantém-se. Um advogado, antes de ter oportunidade para provar a sua competência, tem de criar empatia com o cliente, porque senão não dá sequer oportunidade à competência. Essas coisas não mudam. E no fundo, a seleção de um advogado por um cliente também passa por isso. Nós temos um modelo – isto é muito importante referir – regulatório que privilegia a atenção sobre um estereótipo de advogado muito tradicional. Olhamos para o nosso estatuto e está completamente desadequado daquela que é a grande prática dos escritórios. Diz-se, como não podia deixar de ser, que as coisas se fecham muito em Lisboa e no Porto.
A realidade de Lisboa e do Porto é muito diferente do resto do país. Mas eu acredito que um escritório de advogados que queira crescer tem necessariamente de apostar – não querendo ser redundante – em crescer. Ou seja, não dá para estar parado. Quem estiver parado começa a estagnar, o que leva a uma depreciação da atividade. Agora, os desafios são imensos, porque não há nada que substitua a empatia. Também não há nada que substitua o tempo e a experiência. A experiência não se compra. Posso ter muito dinheiro, mas eu não consigo comprar experiência. A experiência tem de a viver. Mas a vida hoje é dinâmica e as pessoas querem vivê-la a altíssima velocidade. Um advogado, como um bom profissional, só é bom se tiver tempo para ser bom. O que dificulta muito o nosso processo enquanto sociedade de advogados e dificulta também os profissionais é que as pessoas se esquecem de que é preciso consistência. As pessoas não dão consistência ao caminho, procuram experiências. Quem está à frente das organizações precisa de perceber isto. É preciso antecipar isto e fazer disto uma variável de gestão.
Qual é que é a vossa posição sobre a inteligência artificial, em particular no setor jurídico?
A.M.: É uma inevitabilidade. E agora vamos ficar melhor preparados ainda. Nós naturalmente já usávamos todas as ferramentas mais abertas da inteligência. Não tínhamos ainda procedimentos muito definidos e estávamos a aguardar a integração na Fieldfisher para os definir. A Fieldfisher tem outra capacidade e tem as suas próprias ferramentas e, portanto, isso para nós foi também muito importante. Tudo o que permite acelerar, tornar mais eficiente a nossa maneira de trabalhar é sempre bem-vindo. Agora, é preciso haver capacidade crítica sobre a forma que se utiliza uma ferramenta. Ferramentas como Chat GPT e outras não podem ser usadas como se fosse o Google, ou seja, meramente para pesquisa. Se forem bem utilizadas, por quem já tem algum conhecimento, já tem sentido crítico, podem efetivamente ser muito úteis. Há muito receio que ela possa eliminar muitas funções jurídicas.
Mas sentem que os advogados, principalmente os da geração mais antiga são um pouco céticos?
J.A.A.: Há sempre uma resistência inicial, é inegável. Mas a resistência é ultrapassada rapidamente. As novas tecnologias aumentam muito a rapidez do output. Eu estou sempre a dizer: isso é o que nos vai permitir sair do planeta. Agora, é preciso é que não destruamos o planeta antes.
A.M.: Eu até acho que são os da geração mais velha que poderão, se forem inteligentes, tirar mais partido da inteligência artificial, porque é uma geração que tem todo o conhecimento, não tecnológico. Um júnior, por exemplo, faz uma pergunta e ele criticamente aceita tudo do que lá está. Mas para uma pessoa que tenha experiência, que conheça um determinado setor, pode usá-la de forma a conseguir um alcance muito maior.
Onde gostariam de estar daqui a três ou cinco anos? O que ambicionam para a operação portuguesa?
A.M.: Queremos continuar este percurso de crescimento e de consolidação da nossa atividade profissional e de reconhecimento. Temos uma ambição. Acho que qualquer empresa deve sempre procurar saber onde é que pretende chegar, que é conseguir estar no top 10 em termos de sociedade de advogados. Portanto, não sei se será daqui a três anos, mas se calhar a cinco anos, 10 anos isso será alcançável. Obviamente temos consciência da concorrência. Todos estão a fazer o seu trabalho e bem feito e nós conhecemos as boas práticas no nosso setor.
J.A.A.: A nossa matriz do escritório é uma matriz empresarial. Portanto, nós gostamos de estar ao pé das empresas, gostamos de fazer parte do processo de crescimento. Ainda somos um bocadinho tradicionais naquele sentido de querermos que os clientes nos vejam como parceiros estratégicos na tomada de decisão. Isso para mim é a realização máxima de um advogado: quando o cliente nos chama para a sua própria tomada de decisão.
Quantas pessoas têm em Lisboa e no Porto?
A.M.: A equipa, que até agora operava como André Miranda Associados, é composta por 70 profissionais, incluindo quatro sócios locais e 47 advogados. Temos 60 pessoas em Lisboa e mais 12 no Porto.