Qual o perfil do trabalhador português? A Pordata esclarece.

No Dia do Trabalhador, a Pordata caracteriza o perfil da população empregada no país. Metade dos trabalhadores têm entre 44 e 64 anos e Portugal é o 2.º país da UE com menor percentagem de jovens no total de trabalhadores.

Os dados divulgados esta semana pela Pordata trazem para a ordem do dia informação relevante relativamente ao perfil da população empregada em Portugal, em comparação com a União Europeia, com base em indicadores como idade, o nível de escolaridade, salários, ou os tipos de contrato em vigor.

Globalmente, a análise permite perceber que a taxa de desemprego aumentou no último ano; que praticamente metade dos trabalhadores têm entre 44 e 64 anos; que Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) com menor percentagem de jovens no total de trabalhadores; que os trabalhadores portugueses estavam igualmente distribuídos por nível de escolaridade  – 1/3 até ao 9.º ano; 1/3 com ensino secundário e 1/3 com curso superior; que Portugal é dos países da UE onde as mulheres empregadas trabalham menos em part-time; que é o 5.º país da UE com salário médio mais baixo (à frente da Eslováquia, Grécia, Hungria e Bulgária) ou que um em cada seis trabalhadores tem um contrato a prazo.

A Pordata constata que a taxa de desemprego (média anual) subiu de 6,1%, em 2022, para 6,5% em 2023. A região da Península de Setúbal (uma das novas regiões NUTS 2024) é a que revela mais desemprego, contudo foi no Alentejo e na região Norte que se registaram as maiores subidas entre 2022 e 2023.

Quando ao perfil etário dos trabalhadores, praticamente metade tem idades entre os 44 e os 64 anos. Vejamos, há 20 anos, um terço dos trabalhadores tinha entre 44 e 64 anos. Hoje, praticamente metade estão nesta faixa etária. Já os jovens trabalhadores, até aos 24 anos, diminuíram mais de 40%. O escalão etário dos trabalhadores que mais aumentou foi entre os 55 e os 64 anos, registando uma subida de 66%. Entre os 27 da União Europeia, Portugal é o segundo país, a seguir à Espanha, com menos jovens, entre os 25 e os 34 anos, no total dos trabalhadores e é o quarto país com força laboral mais envelhecida, apenas ultrapassado pela Bulgária, Letónia e Itália.

Já no domínio da escolaridade Portugal é o país da UE que tem maior proporção de patrões sem instrução ou com o ensino básico. Além disso, em 2023, os trabalhadores por conta de outrem estavam igualmente distribuídos por nível de escolaridade: 1/3 até ao 9.º ano; 1/3 com ensino secundário e 1/3 com curso superior. O maior aumento de trabalhadores por nível de ensino, em 10 anos, deu-se nos licenciados (+10 p.p.) e a maior diminuição deu-se nas pessoas com o 1.º ciclo do ensino básico.

Outra constatação relevante no perfil dos trabalhadores é que Portugal é dos países com menor percentagem de mulheres a trabalhar em part-time e o 3.º país europeu com mais contratos a prazo.

As mulheres portuguesas que estão empregadas, apenas 1 em cada 10 o faz a tempo parcial. É também o 9.º país da UE com menor percentagem de mulheres empregadas em part-time, enquanto, por exemplo, nos Países Baixos e na Áustria mais de metade das mulheres empregadas trabalham neste regime. Portugal é ainda o 10.º país dos 27 da União Europeia com menor proporção de trabalhadores a tempo parcial, ou seja, apenas 8 em cada 100 trabalhadores se encontram em regime part-time.

Outro fator que ressalta da análise Portada é que em Portugal 1 em cada 6 trabalhadores tem contrato a prazo – do total de trabalhadores, em Portugal, 17,4% estão com contrato a prazo –, um rácio que se tem mantido quase sem alteração nos últimos 20 anos. É, assim, o 3.º país europeu com mais contratos a prazo, com um valor acima da média na UE27 que é de 13,4%. Com maior percentagem estão a Sérvia e os Países Baixos, que lideram a tabela.

O ordenado médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem, incluindo horas extra, subsídios de férias e Natal ou prémios, foi de 1.368€. O salário mínimo nacional está cada vez mais próximo do ordenado médio. Em 2002, o salário mínimo correspondia a 43% do ganho médio e em 2022 esta percentagem subiu para 52%. Refira-se que os setores da agricultura e pescas, e alojamento e restauração são onde se ganha menos, por oposição ao das atividades financeiras e de seguros, aquele que tem o salário médio mais elevado.

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