Qual é a melhor forma de financiar um novo negócio?

Empréstimos bancários, crowdfunding, capital de risco…qual melhor opção de financiamento para as start-ups? Hatty Fawcett, da Focused For Business, deixa-nos algumas dicas.

Qual a melhor forma de financiar o meu negócio? Esta deve ser uma das questões que mais preocupa os fundadores de um novo projeto, uma vez que este aspeto pode vir a condicionar o sucesso da start-up.

Hatty Fawcett, da Focused For Business, passa em revista algumas opções que qualquer fundador deve ter em mente quando chega a este impasse. A opção depende sempre da fase em que o negócio se encontra, dos objetivos a alcançar, do motivo que o leva a procurar um investimento e da velocidade com que pretende receber o financiamento. Além disso, vai depender ainda daquilo que estiver disposto a oferecer em troca do investimento: vai vender ações da empresa, por exemplo? Vai pedir um empréstimo?
Fawcett questionou 10 empreendedores do Reino Unido, que aumentarem o investimento nos seus negócios, e analisou os prós e contras de cinco opções possíveis de investimento.

Bootstrapping: normalmente, significa financiar o início do negócio com o seu próprio dinheiro e depois continuar a financiá-lo através do retorno gerado.
A grande vantagem de começar um negócio desta forma é o controlo que se tem de todo o projeto. Todas as “decisões chave” e o rumo que se quiser dar ao negócio dependem de si. Assumindo que tem algum dinheiro para investir, existem algumas desvantagens neste percurso: a falta de dinheiro pode atrasar a velocidade a que o negócio cresce.

Empréstimo bancário: É uma injeção de capital se quiser dar um passo importante. Mesmo um negócio iniciado com investimento próprio vai chegar a um momento em que precisa de dar o salto e precisar de uma injeção de capital. Por exemplo, pode necessitar de ferramentas para produzir os seus produtos ou comprar materiais para começar a gerar retorno. Vantagens: manter a sua própria visão para o negócio. Desvantagem: vai ter sempre de pagar juros do empréstimo, o que pode afetar uma boa parte do fluxo de caixa, especialmente, nas fases iniciais do negócio. Tente negociar um período de interest-only.

Business Angels: investidores que trazem dinheiro mas também a mais-valia de know-how, expertise e network. Habitualmente, não esperam um retorno imediato do investimento, não pedem juros mas querem ver o retorno gerado pelo negócio, re-colocado na empresa para que esta cresça depressa. Os business angels também podem ter conhecimentos úteis sobre o sector, o que pode ajudar o negócio a crescer mais depressa do que apenas com uma injeção de capital. Frequentemente, funcionam como mentores e podem providenciar ajudas práticas.

Contudo, embora beneficie de aconselhamento e de conselhos práticos, pode ter de renunciar a algum controle sobre o negócio e comprometer algumas das suas ideias para atrair investimento. Nesta ótica, é fundamental encontrar um business angel com quem esteja alinhado em termos de direção estratégica para o negócio e com quem possa construir um relacionamento de confiança. Podem ser mais flexíveis que os bancos, no que respeita ao retorno do investimento, mas esperam que este aconteça. Por isso tem de lhes “oferecer”, uma solução, o que pode passar pela venda do negócio, num prazo de três a cinco anos, para que os business angels possam vender as ações com lucro.

Crowdfunding: é uma forma interessante de angariar fundos, testar a procura de produtos e construir embaixadores de marcas. Pode permitir um caminho rápido e fácil para aumentar o investimento, já que, normalmente, através dele as empresas podem conseguir obter quantidades significativas de dinheiro, num curto espaço de tempo.

O crowdfunding tem ainda outros benefícios: permite avaliar o mercado e aumentar as vendas. O feedback das campanhas de crowdfunding podem, inclusivamente, ajudar a definir a melhor estratégia para a empresa ou produto que se pretende lançar. Assim, os benefícios não se limitam apenas ao dinheiro arrecadado: passam também pela exposição comercial e pelo reforço de relações públicas e marketing. No entanto, há muito trabalho a fazer nos bastidores para garantir uma campanha bem-sucedida de crowdfunding.

Capital de Risco: será esta a salvação do investimento em start-up?
Para alguns fundadores e empresários, o capital de risco (Venture Capital) pode mesmo ser a melhor opção para aumentar o investimento. Os venture capital são geralmente muito bem conectados e, tal como os business angels, querem ver os negócios em que investiram ter sucesso.

Contudo, não são adequados para a maioria dos novos negócios, particularmente para aqueles que não operam no sector tecnológico. Além disso, procuram empresas que oferecem crescimento rápido e exponencial. Na maioria das vezes, investem apenas quando as empresas já provaram a sua capacidade e estão prontas para crescer. Uma desvantagem: a perda de controlo da empresa face à venture capital. Por isso, antes de aceitar o dinheiro, garanta que as  motivações e expetativas de ambos estão alinhadas.

Perante todas estas opções, qual será, afinal, a melhor forma de financiar um negócio? O melhor investimento é aquele que se adapta à etapa que a sua empresa vive, à sua ambição de crescimento e ao que está disposto a oferecer em troca aos investidores.
Pondere as diferentes possibilidades: se tiver dinheiro suficiente para arrancar, então avance. Se quer uma grande quantidade de embaixadores da marca e dinheiro, equacione o crowdfunding. Em alternativa, se precisa de uma grande soma de investimento, e não se importa de distribuir equidade, então equacione uma venture capital

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