Prémios de referenciação são decisivos para atrair e reter talento em Portugal
Os aumentos salariais e a atribuição de bónus, entre outras compensações monetárias, são os dois fatores determinantes para justificar o nível de motivação dos colaboradores, segundo o Barómetro RH 2021/22 do Kaizen Institute.
Cerca de 31% dos responsáveis de recursos humanos inquiridos no Barómetro RH 2021/22, realizado pelo Kaizen Institute, em parceria com a Hays Portugal, admite que os aumentos salariais e a atribuição de bónus e outras compensações monetárias são os fatores determinantes para justificar o nível de motivação dos seus colaboradores. De acordo com este barómetro, realizado junto de 150 diretores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais – com o objetivo de avaliar a resposta das organizações às principais tendências e desafios verificados na gestão das pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores -, a imprevisibilidade do mercado parece não ter tido impacto ao nível do grau de motivação dos colaboradores das empresas inquiridas que permanece com 14 pontos (numa escala de 0-20), à semelhança do verificado na última edição desta pesquisa.
40% dos inquiridos afirma que a motivação dos seus trabalhadores evoluiu positivamente nos últimos 12 meses. Para estes resultados contribuíram, segundo 31% dos gestores de RH inquiridos, os aumentos salariais e a atribuição de bónus e entre outras compensações. 26% dos gestores apontam também como fatores cruciais, a cultura da empresa e a adoção de um modelo de trabalho híbrido com a respetiva flexibilidade horária conferida aos colaboradores.
Por sua vez, a escassez de talento parece ser um dos maiores desafios do mercado de trabalho para os gestores de RH. Para 45% e 42% dos inquiridos, a retenção de talento e a contratação de novos profissionais são, respetivamente, as principais prioridades das empresas no domínio dos recursos humanos.
Recorde-se que na 1.ª edição do barómetro, as prioridades estavam focadas na preparação dos colaboradores para diferentes cenários no médio/longo prazo e na melhoria das condições de segurança e higiene no trabalho.
Atrair, reter e cultivar talento, as novas prioridades.
Para atrair, reter e desenvolver os melhores talentos para os seus negócios é fundamental um processo de onboarding eficaz, refere o barómetro. As duas principais prioridades destacadas pelas empresas incidem na criação de um programa de mentoria envolvendo os colaboradores mais recentes e os mais antigos (57%), bem como a criação de um programa personalizado (45%).
No domínio do recrutamento, 55% dos inquiridos defende a redução das lacunas nas competências da organização através da identificação de novas funções e posições, e 45% defende o rejuvenescimento das empresas. No que toca à diversidade, inclusão e equidade no trabalho, 49% tem apostado na criação de um ambiente inclusivo em que cada colaborador se sente valorizado e 46% tem promovido programas de tutoria, coaching e de carreira para cumprir este compromisso.
Também no que diz respeito ao trabalho remoto houve alterações, já que este é cada vez mais encarado como um dado adquirido por grande parte dos colaboradores. O barómetro do Kaizen Institute e da Hays Portugal mostra que 46% admite ter adotado um modelo de trabalho híbrido com 43% das pessoas a apostar em 2 dias de teletrabalho/semana. Todavia 54% afirma ter optado por um modelo de trabalho presencial.
A análise concluiu ainda que para melhorar a employee experience, 72% dos inquiridos refere como crucial a importância de uma comunicação regular e clara da visão e propósito da organização. Por outro lado, e para responder ao aumento da tendência do turnover dos colaboradores, o aumento da remuneração ou dos benefícios e a revisão do plano de progressão de carreira são para 57% e 40% dos gestores de RH, respetivamente, algumas das premissas mais importantes.