Opinião
Precisamos de líderes como Nelson Mandela

Fomos recentemente assolados por uma tragédia ambiental e humana de enormes proporções que deixará marcas emocionais e patrimoniais sem precedentes.
Mas, ainda em rescaldo desses eventos, não cessam de surgir novos incidentes que exigirão igual atenção e cuidado. Estas circunstâncias que abalam as estruturas societais originam, em simultâneo, ondas de solidariedade e processos burocráticos complexos e exigem líderes locais e nacionais fortes, desinteressados da sua agenda de sobrevivência pessoal e que se assumam como timoneiros desse processo de encontro de competências, com eficiência, eficácia e humanismo.
Por isso, faz sentido, para reavivar a convicção de que virão tempos melhores, invocar Nelson Mandela, cujo dia internacional se comemorou a 18 de julho.
Figura carismática e líder inspirador de uma governação coletiva alicerçada no diálogo e no entendimento, o seu legado permanecem mais atual do que nunca, mesmo após a sua morte, face às lideranças erráticas e perigosas a que assistimos.
Num tempo de degradação das condições de vida no planeta, de proliferação de escândalos políticos, de crise de confiança generalizada nas estruturas clássicas, precisamos da sua pedagogia de reconciliação, de perdão construtivo e de coexistência pacífica de opiniões, percursos e origens.
Todos os dias somos confrontados com notícias de desagregação de instituições, de vazios de competências, de transferências de responsabilidades, de picardia em vez de entreajuda.
E é por isso que, dentro das nossas organizações e comunidades, é fundamental que seja promovida uma atitude de convergência, de modo a criar um clima de unidade construtiva e de rentabilização de recursos.
Iniciativas como a Academia Ubuntu, promovida pelo IPAV, o programa “Novos Líderes” do GRACE, procuram incutir nas novas gerações estes princípios e valores. Sem eles não há efetiva liderança. Sem eles não há reconstrução!
Sejamos nós capazes, na esfera da nossa influência, de dar este exemplo.