Portugueses desenvolvem solas de sapatos antivíricas

O Safety Materials for Shoes é um projeto do consórcio CeNTI, da Ropar/Arcopedico, do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) e do Centro Clínico Académico de Braga.

Um grupo de investigadores e profissionais portugueses desenvolveu um projeto de solas de sapatos com características anti-virais. Designa-se Safety Materials for Shoes (SM4S) e é fruto da parceria do CeNTI, com a empresa nacional Ropar/Arcopedico, o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) e o Centro Clínico Académico de Braga (2CA-Braga).

O facto do chão que pisamos representar um veículo de contágio do coronavírus e, por consequência, as solas do calçado serem também uma forma de transmissão da Covid-19, foi a motivação para o desenvolvimento deste projeto que deverá estar no mercado brevemente.

O SM4S tem a particularidade de incorporar propriedades antivirais, antibacterianas e antifúngicas nas solas de sapato, sem que as características mecânicas do material sejam alteradas. Esta solução permite travar o contágio do vírus e a transmissão de outras bactérias e fungos.

“A solução proposta consiste na aditivação de um ou mais constituintes das solas com agentes antivíricos, sem alteração das propriedades intrínsecas do material final, nomeadamente das suas características mecânicas. Desta forma, um dos meios mais propensos à transmissão do vírus estará controlado e ajudará no combate à Covid-19, sobretudo, em locais de acesso generalizado, como serviços de saúde ou comércio”, explicaram os investigadores envolvidos no projeto.

Estas solas antivíricas serão aplicadas em produtos da Ropar/Arcopedico, empresa de calçado com uma forte vertente no setor da saúde. A empresa é a responsável pela integração de formulações antivíricas no ciclo produtivo do calçado e por aferir as propriedades mecânicas das solas desenvolvidas.

Ao CeNTI compete a criação de soluções técnicas inovadoras, identificando e selecionando os aditivos com potencial para atingir os objetivos do projeto. Também é responsável por desenvolver formulações funcionais com as propriedades pretendidas.

Para a criação desta solução também são determinantes os contributos do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB), responsável pela validação das propriedades pretendidas, e do Centro Clínico Académico de Braga (2CA-Braga), que assume a realização de testes de uso em ambiente hospitalar, de importante relevância na transmissão de vírus, fungos e bactérias.

De acordo com o consórcio, as solas antivíricas deverão chegar ao mercado nacional e internacional a curto prazo. “Estamos ainda em fase de conclusão. Contudo, em breve, existe a intenção, por parte da empresa, de colocar o produto no mercado”, afirmam.

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