Entrevista/ “Pessoas mais felizes produzem mais e melhor e geram resultados maiores e mais lucro”

Ricardo Bellino, autor de “IPO Pessoal” e ex-sócio de Donald Trump

Os empreendedores portugueses ainda são muito burocráticos e avessos a tomar riscos, afirma Ricardo Bellino, autor de “IPO Pessoal” e ex-sócio de Donald Trump no Brasil. O empresário esteve no Porto para lançar o seu livro “IPO Pessoal” – Como você se pode tornar uma marca milionária”? e em entrevista ao Link To Leaders explicou a importância da marca pessoal e deixou 10 conselhos aos jovens empreendedores portugueses.

O empresário luso-brasileiro Ricardo Bellino lançou na semana passada, no Palácio da Bolsa, no Porto, o seu livro “IPO Pessoal” – Como você se pode tornar uma marca milionária”?, um projeto editorial onde partilha as suas ideias para a construção de uma carreira profissional bem-sucedida.

O empresário notabilizou-se como sócio de Donald Trump e representante da Elite Model Look no Brasil. Nos últimos anos tem-se dedicado à consultoria nas áreas da liderança, mentoria de negócios e desenvolvimento pessoal. Em entrevista ao Link To Leaders este carioca de gema, fala da sua história pessoal, da importância de saber criar uma boa marca pessoal, dos “ingredientes” essenciais para ser bem sucedido, e ainda deixa alguns conselhos aos jovens empreendedores. No fundo, lembra que “o dinheiro não traz felicidade, mas que a felicidade traz muito dinheiro”.

Atualmente, o Ricardo é palestrante, empresário, investidor…Quem é Ricardo Bellino?
Sou um carioca que aos 21 anos parti rumo ao sonho americano, com a ambição de captar a atenção da poderosa agência de moda Elite Model Look e abrir uma filial no meu país de origem. Sem dominar a língua inglesa ou ter uma rede de contactos nos Estados Unidos, consegui alcançar o meu objetivo e tornar-me numa figura próxima do fundador da Elite, John Casablancas, tendo mais tarde construído uma carreira empresarial de sucesso, que incluiu uma sociedade com o ex-presidente norte-americano, Donald Trump, no projeto Trump Realty Brazil.

Que mensagens quer passar no seu mais recente livro “IPO Pessoal – Como você se pode tornar uma marca milionária”?
Quero sobretudo partilhar as minhas ideias para a construção de uma carreira profissional bem-sucedida. Neste livro apresento-me como um “acelerador de pessoas” e revelo vários projetos de mentoria e desenvolvimento de negócios, reúno conceitos, estratégias e sugestões para os profissionais ativarem as suas marcas pessoais e perseguirem os seus objetivos.

Fui instigado a responder à questão “Você sabe quanto vale sua marca pessoal?” e com base nesta narrativa construi uma jornada empreendedora de grande sucesso alicerçada na reputação que consegui atribuir ao nome Bellino, tendo decidido contratar um escritório especializado na avaliação de ativos intangíveis, que concluiu que minha propriedade intelectual vale uns impressionantes R$ 78 milhões.

“Não ter capacidade de investimento não pode ser uma desculpa para não concretizar a sua ideia”.

O que é determinante para se construir hoje em dia uma marca de sucesso?
Não ter capacidade de investimento não pode ser uma desculpa para não concretizar a sua ideia. Se ela for realmente boa e conseguir demonstrar a sua importância e transmitir convicção e entusiasmo, haverá muita gente disposta a ouvir o que tem para dizer e investir.

Quais os desafios que se colocam hoje em dia aos empreendedores?
Os maiores desafios que os empreendedores enfrentam hoje em dia é o fato de que têm que aceitar que as coisas já não são feitas da mesma maneira, especialmente as relações interpessoais. Precisam de estar dispostos a desaprender para reaprender e acompanhar a velocidade das transformações e as novas necessidades de uma sociedade que está a reinventar-se a cada dia e a pôr em questão o que era verdade num passado recente. Estamos a viver uma revolução capaz de desafiar séculos numa fração de anos e meses.

Como carateriza os empreendedores portugueses?
Os empreendedores portugueses são ainda muito burocráticos e avessos a tomar riscos. Deviam arriscar mais e atuar como dealmakers e não dealbreakers.

“Pessoas mais felizes produzem mais e melhor e, por consequência, geram resultados maiores e mais lucro”.

A maioria dos empreendedores procura primeiro a felicidade ou a riqueza ou as duas ao mesmo tempo?
Desde que me reconheço como empreendedor, sempre coloquei a felicidade a frente do sucesso. Percebo que existe um autoengano generalizado que atribui ao sucesso a capacidade de trazer felicidade, quando na realidade é exatamente o contrário. Pessoas mais felizes produzem mais e melhor e, por consequência, geram resultados maiores e mais lucro. Poderia afirmar, sem risco de me equivocar, de que o dinheiro não traz felicidade, mas a felicidade traz muito dinheiro.

O que é que um negócio precisa de ter para o atrair?
Sou um empreendedor comprometido, sem medo de correr riscos. Sou entusiasta e otimista. Acredito que os projetos podem fracassar, mas com confiança e otimismo penso que sempre se dá um jeito e, sendo comprometido, nunca há desculpa para não ter de fazer o que tem que ser feito.

Que projetos podemos esperar no futuro?
Está a ser preparada a inauguração da Dealmaker Academy a primeira escola de dealmaking do mundo, que terá a missão de formar grandes “fechadores” de negócios e apostará no lançamento de um um importante empreendimento imobiliário apoiado nos três pilares do well-being, longevity e desenvolvimento humano.

A primeira fase será no Metaverso com a venda de 560 cotas de um clube batizado de Comune di Bellino, em homenagem às Vilas de Itália (ao vilarejo na Itália), onde realizo meus programas de mentoria e master mind, e que serviu de cenário para a produção de um filme documentário sobre a minha jornada de auto-desenvolvimento, entitulado “Acelerador de Pessoas”.

Que conselhos deixa aos jovens empreendedores?
Partilho e sugiro a minha receita para ensinar os outros a fazerem negócios a partir do zero. É uma Sopa de Pedra que deve ser feira com 10 ingredientes: 1. Ser próspero Não tem a ver com riqueza pessoal, mas com a arte de criar prosperidade. “É um estado de espírito, não um estatuto social que se atinge”.
2. Usar os cinco sentidos. Aconselho que tenha faro para boas ideias; crie uma visão concreta; prove a ideia, oiça a sua intenção e os que são importantes para si; tenha tato e sensibilidade para lidar com as pessoas.
3. Cultivar o equilíbrio. Procure, todos os dias, uma forma equilibrada de viver entre o trabalho e a vida pessoal.
4. Comunique com eficiência. Não apresente conceitos vagos, estude de forma rigorosa a viabilidade da ideia e consiga transmiti-la no “espaço de uma caixa de fósforos” (Trump). E não deixe de divulgar o seu sucesso.
5. Renove-se. Procure sempre soluções inovadoras. A experiência não nos pode acomodar e limitar.
6. Crie vínculos. Estabeleça laços que criem cooperação em torno de um objetivo comum. Não faça apenas contactos, mas amigos: estabeleça relações sólidas.
7. Proteja a sua reputação. É o bem mais valioso, que abre portas. Não deixe que a má fama o preceda.
8. Comprometa-se com o sucesso. Defina metas, planeie e coloque em prática aquilo em que acredita.
9. Parta para a ação, pois só aquele que acredita no sonho é que pode fazer o fundamental e convencer os investidores e parceiros.
10. Aprenda a aprender. Observe o exemplo dos outros e aprenda a unir esforços.

Respostas rápidas:
O maior risco: foi aos 21 anos partir rumo ao sonho americano de tornar-me sócio de John Casablancas, e abrir a maior agência de modelos do mundo no Brasil.
O maior erro: não ter começado mais cedo.
A maior lição: o que importa é seguir sempre em frente e não desistir nunca.
A maior conquista: vencer o desafio imposto por Donald Trump de lhe vender a minha ideia em apenas três minutos e me tornar seu sócio na Trump Realty Brazil.

Comentários

Artigos Relacionados