Pandemia atrasa iniciativas em prol da sustentabilidade ambiental nas empresas

Cerca de dois terços dos executivos admitem terem feito uma pausa nas iniciativas em prol da sustentabilidade ambiental desde o início da pandemia, segundo um novo estudo da Deloitte que consultou 750 líderes empresariais em 13 países no início deste ano.
Apesar da maioria dos líderes empresariais (82%) revelar preocupação com os efeitos negativos causados pelas alterações climáticas e reconhecer que as ações de negócio devem refletir a urgência do momento, cerca de dois terços referem que a pandemia obrigou à paragem de iniciativas de sustentabilidade ambiental nas suas organizações. Esta é uma das conclusões de um novo estudo da Deloitte, o Climate Pulse Survey 2021.
De acordo com o estudo que consultou 750 líderes empresariais em 13 países no início deste ano, um quarto dos executivos, principalmente nos setores de energia e consumo, confirma que as suas organizações planeiam acelerar os esforços conducentes à sustentabilidade ambiental no próximo ano.
O estudo conclui ainda que a sustentabilidade ambiental não é apenas um pedido, mas uma exigência de um conjunto alargado de stakeholders das empresas. É, igualmente, um imperativo de negócio que se tem mostrado benéfico na retenção de talento e na melhoria do desempenho financeiro.
Carlos Cruz, Partner da Deloitte, lembra que “o combate às alterações climáticas é um tema fundamental à escala global e prova disso é o grande destaque que lhe é dado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Este é, por isso, um momento importante para as empresas lançarem novas bases para o crescimento e fazer transformações estruturais na forma de pensar o negócio, de forma a contribuir para um futuro mais verde e para uma sociedade mais preparada para enfrentar os desafios dos novos tempos e de um desenvolvimento sustentável, no qual se inclui o combate às alterações climáticas”.
Mais de 30% dos executivos consultados afirmam que as suas organizações já sentem impactos operacionais dos desastres relacionados com o clima e mais de um quarto está a enfrentar escassez de recursos devido às alterações climáticas. Os impactos operacionais dos eventos climáticos estão a afetar, neste momento, mais de 1 em cada 4 organizações em todos o mundo.
A pesquisa conclui também que cerca de 81% dos líderes empresariais acreditam que as empresas deveriam fazer mais pela preservação do meio ambiente e 72% querem, inclusivamente, que os respetivos governos assumam um maior papel no controlo da crise climática.
Segundo o Climate Pulse Survey 2021, os executivos estão preocupados, mas otimistas, com o potencial de mitigação dos piores efeitos das alterações climáticas e veem a educação, o suporte a iniciativas de políticas públicas e a colaboração na procura de soluções holísticas como aspetos fundamentais no caminho da sustentabilidade ambiental.
Cerca de metade dos entrevistados indicaram ainda que viram iniciativas de sustentabilidade ambiental impactar positivamente um conjunto alargado de stakeholders, incluindo na satisfação e expetativas de clientes, retenção e atratividade de talento, reputação e, incluindo, ao nível das métricas financeiras das suas empresas. Além disso, quase metade dos executivos também reconhece impactos mensuráveis no meio ambiente, tais como a redução das emissões de carbono. As organizações estão a aumentar as suas ações, incluindo o incentivo ao teletrabalho (38%) e a compra direta de energia renovável (36%).