Padrinho de Silicon Valley torna-se business angel
O homem conhecido como o padrinho de Silicon Valley, e que investiu em empresas como o Facebook, Airbnb, Twitter e Paypal, vai começar a investir enquanto business angel.
Ron Conway é um investidor lendário de Silicon Valley. A visão deste norte-americano levou-o a fazer investimentos no Facebook, Twitter e Airbnb quando estas empresas ainda estavam em fase embrionária.
Considerado o “padrinho de Silicon Valley”, Conway, que investiu durante os últimos dez anos em start-ups em fase embrionária através do fundo SV Angel, fez saber – através de uma publicação no Medium – que não vai levantar mais nenhuma ronda de financiamento para o seu fundo.
O facto do ecossistema ter sofrido grandes alterações na última década parece estar na origem desta decisão. “Quando começámos a SV Angel havia alguns fundos a investir em rondas seed, […] hoje há milhares de firmas e de indivíduos a investir em rondas seed”, afirmam os responsáveis pela SV Angel na publicação.
Uma das maiores mudanças foi o crescimento abrupto dos bolsos das firmas de investimento. “A quantidade de dinheiro levantada em rondas seed duplicou e as avaliações cresceram significativamente”, acrescentam. Em 2016, cerca de 250 firmas de capital de risco norte-americanas levantaram mais de 40 mil milhões de dólares para apostar em start-ups.
Numa altura em que há fundos de 100 mil milhões de dólares, a equipa de Conway prefere distanciar-se do mundo das firmas de capital de risco para começarem a apostar enquanto business angels.
“Por esta razão, decidimos voltar ao básico e investir enquanto business angels em vez de levantarmos um novo fundo”, explicam. Tanto o padrinho de Silicon Valley, como o seu filho Topher, vão continuar a usar a insígnia da SV Angel, mas num formato diferente.
Os Conways preferem, assim, distanciar-se do fluxo de dinheiro que está a inundar as firmas de capital de risco para começar a fazer pequenos investimentos em start-ups em fases embrionárias. Revelaram ainda que vão investir entre 25 mil e 100 mil dólares em start-ups.
“Passar cheques mais pequenos vai-nos permitir voltar ao nosso verdadeiro ADN, mantendo-nos ágeis e cumprindo os nossos compromissos com os fundadores”, afirmam os investidores.