Opinião
O inimigo que nunca esperas, e que te derruba sem aviso.
Na vida militar, diz-se muitas vezes que “o verdadeiro inimigo não é o que vês, é o que não estás preparado para enfrentar”.
No empreendedorismo, isto é exatamente igual. Todos se preparam para a concorrência. Para o mercado que muda. Para o investidor que diz não. Para a equipa que falha.
Mas ninguém se prepara para o inimigo mais perigoso: a tua própria mente quando estás sozinho no terreno.
Tal como no campo de batalha, o perigo raramente vem pela frente.
Vem pelo flanco, silêncio, dúvida, medo, exaustão, orgulho, ganância.
Coisas pequenas que, juntas, destroem mais fundadores do que qualquer crise económica.
A vida militar ensina-te isto de forma brutal: não é o que vem de fora que te mata… é o momento em que deixas de ouvir a tua própria consciência.
Quando o ego fala mais alto que a missão.
Quando o cansaço fala mais alto que a disciplina.
Quando a ganância fala mais alto que o propósito.
Quando a dúvida fala mais alto que o instinto.
É aí que as equipas começam a quebrar.
É aí que as empresas perdem alma.
É aí que o fundador se perde, não no mercado, mas dentro de si.
Na vida militar, aprendes algo precioso: há batalhas que ganhas com estratégia, e há batalhas que só ganhas com carácter.
No empreendedorismo, esta distinção é ainda mais clara.
Podes ser brilhante, rápido, eficiente.
Mas se não fores íntegro, leal, disciplinado… não duras.
E no fim, isto é o mais importante: a tua missão tem de ser maior que o teu ego.
O soldado que luta por si morre sozinho.
O empreendedor que constrói apenas para si acaba vazio.
O legado, esse, só nasce quando começas a servir algo maior: os que confiam em ti, os que aprendem contigo, os que sobem porque tu recusaste deixá-los cair.
Na vida militar e nas start-ups, há uma verdade que ninguém gosta de admitir: a vitória é sempre coletiva. Mas a responsabilidade… essa é sempre tua.








