Entrevista/ “O Freebird Club tem o potencial de transformar profundamente a vida dos adultos portugueses mais velhos”
Promover a inclusão social e digital dos adultos acima dos 50, “facilitando conexões significativas entre membros de diferentes culturas e oferecendo oportunidades de viagens autênticas e enriquecedoras”, é o foco do Freebird Club em Portugal. O gestor Miguel Botelho Martins explica como funciona a plataforma e os objetivos que quer alcançar.
Com grandes expetativas para o mercado português, por ser um dos destinos favoritos dos viajantes na plataforma e internacionalmente, o Freebird Club, mais do que uma plataforma de viagens, assume-se como “um movimento de inclusão social, digital e cultural, que incentiva as pessoas a redescobrir a alegria de viajar, de partilhar histórias e de fazer novas amizades”.
Quem o diz é Miguel Botelho Martins, gestor do Freebird Club em Portugal, plataforma internacional que está a dar os primeiros passos no mercado nacional e que, até ao final de 2027, ambiciona chegar aos 100 mil assinantes.
O que é um clube social de viagens e de intercâmbio cultural para maiores de 50 anos? Como funciona?
O Freebird Club, ao ser um clube social de viagens e intercâmbio cultural dedicado a pessoas com mais de 50 anos, proporciona uma plataforma onde os membros podem conectar-se, organizar encontros, viajar, reservar estadias em casas de outros membros e participar em eventos sociais e culturais. Através da plataforma, os membros podem interagir com outros viajantes da sua faixa etária, partilhar experiências e fortalecer laços sociais.
Para realizar o processo de inscrição basta aceder ao website do Freebird Club e registar-se ao fornecer informações pessoais básicas, incluindo nome, e-mail, e confirmar que tem mais de 50 anos de idade. Depois, é necessário preencher o perfil pessoal com interesses e preferências de viagem, seguir os passos para verificar a identidade, o que inclui o carregamento de um documento de identificação com fotografia e pagar uma taxa de adesão nominal.
Após ser feita a inscrição, existe um processo de aprovação da candidatura onde é necessário aguardar que o perfil seja revisto e aprovado pelo Freebird Club. Uma vez aprovado, o utilizador pode partir à aventura!
“O Freebird Club procura responder a essas necessidades, promovendo um envelhecimento ativo e conectando os adultos mais velhos de forma social e cultural”.
Porquê este target, este nicho de mercado sénior?
Este nicho foi escolhido porque, à medida que as pessoas envelhecem, muitas vezes enfrentam desafios como o isolamento social e a falta de oportunidades de viagem, especialmente por não terem com quem viajar ou por falta de confiança para fazê-lo sozinhas. O Freebird Club procura responder a essas necessidades, promovendo um envelhecimento ativo e conectando os adultos mais velhos de forma social e cultural.
Quais as expetativas da plataforma para o mercado nacional, comparativamente a outros onde já estão presentes?
A plataforma tem grandes expetativas para o mercado português, especialmente por Portugal ser um dos destinos favoritos dos viajantes na plataforma e internacionalmente. A aposta é que o Freebird Club possa não só oferecer uma forma autêntica de os membros explorarem o país, mas também promover um ambiente onde as necessidades dos utilizadores portugueses sejam atendidas, criando uma comunidade ativa e socialmente enriquecedora.
Qual o vosso foco e objetivos?
O foco principal é promover a inclusão social e digital dos adultos mais velhos, facilitando conexões significativas entre membros de diferentes culturas e oferecendo oportunidades de viagens autênticas e enriquecedoras. O objetivo é ajudar os membros a envelhecer de forma ativa, a fortalecer laços sociais e a criar memórias inesquecíveis através do intercâmbio cultural e da interação com outros.
“Portugal tem-se destacado como um dos destinos preferidos por viajantes de todo o mundo, e os portugueses também mostram interesse em manter-se ativos e conectados”.
Acredita na recetividade dos portugueses à plataforma?
Sim, acreditamos que os portugueses vão receber bem a iniciativa, especialmente porque o Freebird Club oferece algo inovador e que responde a uma necessidade crescente: proporcionar aos mais velhos oportunidades de viajar, socializar e criar novas amizades de forma acessível e segura. Portugal tem-se destacado como um dos destinos preferidos por viajantes de todo o mundo, e os portugueses também mostram interesse em manter-se ativos e conectados. A plataforma promove precisamente esses valores, o que deverá atrair muitos utilizadores.
Que perfil espera encontrar no mercado português?
Esperamos encontrar pessoas com um espírito jovem, aventureiro e aberto ao mundo. Pessoas que, apesar da idade, mantêm uma vontade genuína de explorar, de se conectar com outras culturas e de viver novas experiências. Este público valoriza a autenticidade nas suas viagens e busca mais do que apenas turismo; deseja momentos de partilha, trocas culturais e laços humanos que transcendam fronteiras. São pessoas que procuram uma forma de quebrar a rotina, afastar-se do isolamento e redescobrir o prazer de viajar, seja através de uma caminhada por uma vila desconhecida, um jantar com um novo amigo, ou uma conversa enriquecedora sobre diferentes formas de vida. Oferecemos uma plataforma que não só facilita essas conexões, mas que também reforça a sua independência e curiosidade, ajudando-os a manter viva a paixão por descobrir o mundo e por partilhar histórias e memórias com outros.
“Dinamizar as áreas rurais (…) e contribuir para a descentralização do turismo são, aliás, alguns dos nossos principais objetivos.”
Em termos geográficos, quais as regiões aposta para a plataforma em território nacional?
Queremos ter uma presença por todo o país, e ainda que naturalmente pensamos que a maior adesão virá dos maiores centros urbanos, queremos estabelecer parcerias com uma série de atores regionais locais, para também tentar ter uma presença forte no interior. Dinamizar as áreas rurais, promover o desenvolvimento económico e sustentável e contribuir para a descentralização do turismo são, aliás, alguns dos nossos principais objetivos.
O Freebird Club propõe-se contribuir para a inclusão social e digital dos adultos mais velhos. Em termos práticos como vai concretizar este objetivo?
A plataforma é acessível e fácil de usar e, por isso, os membros podem interagir, partilhar experiências e organizar viagens de forma simples e intuitiva. O processo de verificação de identidade e a criação de perfis detalhados também garantem um ambiente seguro e acolhedor, promovendo a confiança entre os utilizadores. Além disso, a comunidade online oferece suporte e incentiva o uso de tecnologia, ajudando a combater a exclusão digital.
Criar uma comunidade Freebird Club em Portugal é uma meta?
Sim, criar uma comunidade sólida e envolvente do Freebird Club em Portugal é um dos nossos principais objetivos. O nosso foco vai além de simplesmente oferecer um serviço de viagens; queremos estabelecer uma rede de adultos mais velhos que partilhem interesses comuns e que, através do clube, encontrem novas oportunidades de convívio e intercâmbio cultural. A meta é que esta comunidade se torne um espaço dinâmico, onde as pessoas possam partilhar experiências, formar amizades e criar memórias duradouras.
Portugal tem uma base de pessoas com mais de 50 anos ativas e interessadas em novas formas de explorar o mundo, e acreditamos que, ao incentivar o espírito de colaboração e inclusão, podemos promover uma rede de apoio e descoberta mútua que traga benefícios tanto a nível individual como coletivo.
Quantos utilizadores esperam conseguir ao fim de um ano de atividade?
Estabelecemos metas a médio prazo, a cerca de três anos, e a longo prazo, a cerca de seis. Gostaríamos de ter 100 mil assinantes até ao final de 2027, e a ideia até ao final de 2030 seria a de triplicar esse número.
Quais as parcerias que estão a ajudar ao lançamento do projeto em Portugal e que outras esperam concretizar no futuro?
Atualmente, o Freebird Club conta com o apoio da Fundação Ageas, enquanto parceiro investidor. Temos algumas parcerias com outras instituições, e estamos em conversações com diversas outras, tanto governamentais, como operadores de turismo, e organizações que se dedicam à faixa etária a que nos dirigimos. Temos sentido uma enorme recetividade por parte de todas as instituições que temos contactado, pelo que estamos otimistas de que iremos desenvolver cada vez mais parcerias com organizações que partilhem o compromisso de promover o envelhecimento ativo e a inclusão social.
O que significa para si, enquanto gestor, o desafio Freebird Club?
Para mim, o desafio proposto pelo Freebird Club é uma oportunidade incrível de fazer a diferença na vida das pessoas! Sinto-me verdadeiramente entusiasmado por poder liderar um projeto que tem o potencial de transformar a forma como os adultos mais velhos encaram o mundo, ajudando-os a manter uma vida ativa, conectada e repleta de novas experiências. Vejo o Freebird Club como mais do que uma plataforma de viagens; é um movimento de inclusão social, digital e cultural, que incentiva as pessoas a redescobrir a alegria de viajar, de partilhar histórias e de fazer novas amizades.
Este desafio é inspirador pois sei que estamos a oferecer algo único — um espaço seguro e acolhedor onde os mais velhos podem continuar a explorar o seu espírito jovem. O impacto social que podemos gerar é imenso, e sinto uma enorme responsabilidade e entusiasmo por ajudar a construir essa comunidade vibrante e enriquecedora em Portugal. É uma missão com propósito que tem tudo para ser um verdadeiro agente de mudança!
De que forma a sua experiência anterior em projetos internacionais vai ajudar na implementação deste novo empreendimento?
Acredito que a minha experiência internacional na Europa, na Ásia e em África, tanto na área da gestão de start-ups e PMEs, como na área humanitária, pelo variado conhecimento que me transmitiu, nomeadamente em termos de implementar estratégias globais adaptadas às necessidades locais, possa ser uma mais-valia para o projeto do Freebird Club em Portugal.
“(…) ao mesmo tempo estimula o uso de tecnologia, contribuindo para a inclusão digital”.
Como é que o Freebird Club pode fazer a diferença na vida dos portugueses?
O Freebird Club tem o potencial de transformar profundamente a vida dos adultos portugueses mais velhos, oferecendo-lhes muito mais do que apenas uma oportunidade de viajar. Num momento em que muitos se sentem isolados ou com menos oportunidades para se aventurarem, o Freebird Club proporciona uma forma acessível e autêntica de manter o espírito de descoberta vivo, independentemente da idade.
Além disso, o clube combate o isolamento social, criando uma comunidade onde os membros podem fortalecer laços, tanto dentro do país como a nível internacional. A interação com outros membros, seja como anfitriões ou viajantes, promove um sentido de pertença e companheirismo, enquanto ao mesmo tempo estimula o uso de tecnologia, contribuindo para a inclusão digital. Ao facilitar novas conexões e experiências, ajuda a que os seniores envelheçam de forma ativa, alegre e enriquecedora, permitindo que criem memórias inesquecíveis e continuem a viver com entusiasmo e curiosidade.