Opinião
Nação valente e imortal
Somos portugueses, sim. E disso temos orgulho! Mesmo quando nos queixamos, mesmo quando falamos da porcaria de País que temos, mesmo quando entre nós dizemos mal sem fim de tudo…
Mas como bons filhos orgulhosos dos pais que têm… ai de quem, não sendo português, se atreva a dizer mal de Portugal, dos portugueses ou até de algum mais conhecido (de quem até nem gostamos muito…!)
E para além desta lealdade sem fim, muitas das nossas características especificas fazem de nós um povo de quem se gosta, naturalmente.
Nessas características incluímos o “nacional porreirismo”, esta nossa capacidade de nos irmos lamentando mas sempre aceitando ou deixando andar porque no fim tudo se vai resolver de uma maneira ou de outra.
O “agarra-me senão bato-lhe”, explicação por muitos apontada para termos feito uma revolução em que não houve mortes (a não ser por uma bala perdida…), esta nossa capacidade única de nos zangarmos, gritarmos e ameaçarmos, mas não chegar a vias de facto.
E uma tolerância quase sem limites para a diferença, seja de raça, de culto, de clube de futebol ou qualquer outra… sempre os portugueses conviveram bem com os outros povos, e com eles socializaram e se misturaram.
Somos assim um dos países mais pacíficos do mundo (o terceiro depois da Islândia e da Nova Zelândia no Global Peace Index Ranking de 2019).
Um País onde os estrangeiros gostam de viver (primeiro no 2020 Annual Global Retirement Index) e que os turistas elogiam como um dos melhores destinos para férias.
Um País onde gostamos de viver, para onde voltamos sempre mesmo quando vivemos uns anos fora, um País onde queremos estar e de que queremos que os nossos filhos gostem.
Mas será que tudo isto não está a fazer de nós um País de gente demasiado amorfa e conformada? Que tudo aceita e que com nada refila?
Um País onde aceitamos regras diferentes para pessoas semelhantes só porque sim, porque é assim e pronto?Um País em que a lei só serve para alguns e em que temos receio de a aplicar a outros?
Um País onde a autoridade não intervém por medo das consequências que essa intervenção lhes possa trazer?
Um País com várias verdades, usadas quando convenientes de forma estudada e planeada, tentando levar-nos a ver a realidade com as cores com que a querem pintar?
Respeito – por todos! – tem de haver. Sempre!
Independentemente de sexo, idade, raça, profissão, religião, partido político ou clube de futebol…
Mas esse respeito não pode ser levado ao extremo de termos muitos a serem comandados por poucos… só porque como são minorias tem de ser protegidas e isso lhes dá o direito de pôr em causa os direitos dos outros.
Não podemos deixar que destruam símbolos da nossa história – que foi o que foi, aconteceu como aconteceu, com coisas boas e coisas más, e que só pode ser analisada e julgada à luz do que à época se passava, e nunca à luz de como somos agora… – e ficar a olhar sem nada fazer para não criar perturbações.
Não podemos deixar que poucos destruam o que tantos construímos no início da pandemia Covid-19 (passamos do melhor aluno para o proscrito, em tão pouco tempo…) e ser levezinhos na forma como os censuramos.
Não devemos aceitar que nos contem histórias sem sentido e justificações frouxas para decisões incoerentes, mas sim exigir explicações corretas e ações determinadas.
E sobretudo, não nos podemos deixar adormecer e assistir passivos a uma destruição quase sistemática de tudo o que faz Portugal grande!
O que faz de nós uma nação valente não pode levar a que percamos a amor por Portugal e a esperança que todos temos de um futuro imortal!