Mercer analisa tendência de contratação nos Centros de Serviços Partilhados

Em Portugal, 56% das empresas do setor dos Centros de Serviços Partilhados pretende aumentar o número de colaboradores em 2021, concluiu o estudo Total Compensation, da Mercer.
Como objetivo de analisar as principais tendências no mercado português no que respeita às políticas de compensação nos Business Service Centers, a Mercer desenvolveu pela primeira vez no nosso país o estudo Total Compensation – Centros de Serviços Partilhados 2020.
De acordo com as informações recolhidas através análise – que teve por base a recolha de informação das empresas deste setor, num total de 23, e 11 mil postos de trabalho – o setor dos Business Service Center é caraterizado por uma população muito jovem: 58% dos colaboradores tem até 35 anos; 38% situa-se na faixa etária dos 36 aos 50 anos; e apenas 4% tem idade superior a 51 anos. Por outro lado, no item antiguidade, o estudo conclui que 70% da amostra tem até três anos de serviço e que 20% tem entre 4 a 10 anos de serviço.
O Total Compensation – Centros de Serviços Partilhados 2020, também avaliou o nível académico dos colaboradores e neste campo observou que 78% deles têm, pelo menos, a licenciatura. Ao nível da distribuição de género, este setor mantém o equilíbrio com uma distribuição de 50/50 para homens e mulheres.
Quanto às intenções de contratação, 33% das empresas pretende manter o número de colaboradores no próximo ano, contra os 20% apurados em 2020.
Já no item dos aumentos salariais, os fatores que mais condicionam o setor dos Centros de Serviços Partilhados são os resultados individuais do colaborador (89%), grelha salarial (78%) e o posicionamento competitivo versus mercado (61%).
A tendência observada na amostra revela que 79% das empresas pratica a revisão salarial uma vez por ano, sendo que 32% a realiza no mês de março, seguindo-se abril (26%) e janeiro (16%).
O Total Compensation antecipa que 27% das empresas deste setor procedará ao congelamento de salários este ano. Por outro lado, no domínio da remuneração variável, 90% das empresas de centros de serviços partilhados refere que atribui remuneração variável em forma de bónus aos colaboradores, enquanto nos incentivos de longo prazo, apenas 35% afirma atribuir esta tipologia de remuneração variável a alguns dos seus colaboradores, com maior incidência em funções de topo.
O complemente de subsídio de doença, 33% das empresas, plano médico (100%), os seguros acidentes pessoais, 25%, a formação (50%), e a política automóvel, 90% são outros dos benefícios atribuídos pelas empresas neste setor de atividade.
Sobre a realização deste estudo, Marta Dias Gonçalves, Surveys Leader da Mercer, explicou que se tratou de uma resposta a uma necessidade do mercado. “Portugal está na mira das grandes empresas para o estabelecimento destes centros e uma prova disso é o extraordinário crescimento que os mesmos têm tido no nosso país, sobretudo com foco em áreas como os Serviços Financeiros, as Tecnologias de Informação ou o Serviço ao cliente. Por este motivo, mesmo em tempos de pandemia, este foi um setor que se manteve dinâmico, procurando atrair e reter o melhor talento pelo que as empresas procurando manter-se competitivas, demonstraram a necessidade de conhecer as práticas de mercado ao nível da compensação e benefícios”.