Mercado de trabalho: Pandemia abala expetativas dos portugueses

O Índice de Confiança da Michael Page revela que no segundo trimestre deste ano a confiança dos profissionais portugueses no mercado de trabalho caiu.

Nos meses de abril a junho deste ano a confiança dos trabalhadores portugueses no mercado de trabalho sofreu uma quebra face ao ano anterior, segundo um estudo recente efetuado pela Michael Page. A análise desta consultora de recrutamento mostra que a incerteza que se vive no panorama laboral abalou as expetativas dos profissionais nacionais. Aliás, o índice de confiança em Portugal é de 44%, um valor inferior à média europeia que ronda os 47%. Apesar disso, consegue estar acima do verificado em Espanha, que anda nos 39%, e de Itália, com 40%.

No cenário europeu, os países com o índice de confiança mais elevado são o Luxemburgo, com 58%, seguido da Alemanha, com 56%.

Os dados reunidos pelo estudo da Michael Page – que analisa a perceção de candidatos sobre oportunidades profissionais em vários países – têm por base as respostas dos profissionais que se candidataram a ofertas de emprego através do seu website. No total, reuniu 452 respostas em Portugal, das quais 51,2% foram de mulheres.

A perceção dos portugueses face ao futuro do mercado de trabalho e à evolução económica é igualmente pouco favorável. Entretanto, no item dos novos desafios profissionais, 58% dos profissionais acredita que conseguirá emprego em menos de três meses, percentagem que se situa acima da média europeia, que está nos 49,8%. Questionados sobre há quanto tempo estão à procura de trabalho, 39,2% disseram há um mês e 36,1% entre um a três meses. Indústria, finanças e negócios, tecnologia e saúde são algumas das áreas mais procuradas.

O que leva os portugueses a mudar de trabalho? A análise da Michael Page refere que o desenvolvimento de novas competências, com 48,1%, continua a liderar as motivações dos trabalhadores. Um salário melhor, equilibro entre vida pessoal e profissional, e a falta de perspetivas de crescimento profissional também são alguns dos motivos que levam os trabalhadores a mudar de empresa.

Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page Portugal, conclui que “a crise laboral imposta pela pandemia fez baixar as expetativas em relação ao presente e futuro do mercado de trabalho, não apenas em Portugal, mas de uma forma transversal em toda a Europa. Contudo, os profissionais portugueses continuam a valorizar a aquisição de competências e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, situação acelerada pelo confinamento e pela tendência emergente do trabalho remoto”.

Refira-se que dos portugueses que responderam ao índice de confiança da Michael Page encontram-se numa situação de desemprego (47,6%), uma percentagem mais elevada que países como Itália (38,2%), Suécia (44%), Turquia (46,4%) ou Bélgica (46,5%).

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