Opinião

Mas afinal, o que são criptomoedas ou moedas virtuais?

Paulo Doce Moura, Investment Advisor do Banco Carregosa

Lembrei-me de trazer este tema de que tanto se fala nos dias de hoje e que tanta expetativa tem vindo a criar… Mas, afinal, o que são criptomoedas ou moedas virtuais?

Ao contrário dos sistemas bancários centralizados, é um meio de troca que utiliza a tecnologia de blockchain (tipo de registo operado numa rede ponto-a-ponto de milhares de computadores, onde todos possuem uma cópia igual de todo o histórico de transações, impedindo que uma entidade central promova alterações no registo ou no software unilateralmente sem ser excluída da rede) e da criptografia para assegurar a validade das transações e a criação de novas unidades da moeda.

O Bitcoin, a primeira criptomoeda descentralizada, foi criada em 2009. Desde então, inúmeras criptomoedas têm sido criadas com base no protocolo do Ethereum, principalmente após a onda massiva de Ofertas Iniciais de Moedas (usualmente referida como ICO, do inglês Initial Coin Offering) que ocorreu em 2017.

Em sistemas bancários ou económicos centralizados, os governos controlam a moeda através da impressão de moeda fiduciária. No entanto, os governos não podem produzir unidades de criptomoedas e assim, não forneceram até à data suporte para outras entidades, bancos ou corporações que guardam ativos medidos através de uma criptomoeda descentralizada.

Muitas outras criptomoedas foram criadas, poucas obtiveram sucesso, devido à falta de inovação técnica que as mesmas trouxeram. Em 2014, o Reino Unido fez um estudo acerca das criptomoedas, e que papel elas poderiam desempenhar na economia. O estudo também tinha como propósito definir se a regulação de criptomoedas deveria ser considerada.

Representantes dos bancos centrais afirmam que a adoção de criptomoedas como o Bitcoin é um grande desafio para os bancos e para a economia, havendo o perigo de quando o uso de criptomoedas se tornar mais popular, haverá uma perda da confiança dos consumidores nas moedas fiduciárias.

A legalidade das criptomoedas variam substancialmente de país para país e ainda é indefinida ou está mudando em muitos outros. Enquanto alguns países autorizaram explicitamente o seu uso e troca, outros restringiram ou até baniram.

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Paulo Doce Moura

Paulo Doce Moura

Paulo Doce de Moura exerce funções no Banco Carregosa e foi diretor do BNP Paribas Personal Finance. Estudou Relações Internacionais-Económicas e Políticas, na Universidade do Minho e Direção Geral de Empresas no Programa Avançado de Gestão para Executivos na Universidade Católica Portuguesa. Foi presidente de Direção da AIESEC (Association Internationale des Étudiants en Sciences Économiques et Commercialles) na Universidade do Minho, Coordenador Distrital Economia, Trabalho e Inovação no Conselho Estratégico Nacional e membro da Assembleia de Freguesia do Lumiar. Escreveu... Ler Mais..

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