Entrevista/ “O meu maior erro foi tomar decisões em que ignorei a minha intuição”
Presente há 21 anos em Portugal, a Mary Kay tem vindo a crescer anualmente, contando hoje com 5500 consultoras de beleza no país. Em entrevista ao Link To Leaders, a líder da marca em Portugal falou sobre negócio e o sucesso alcançado, depois de uma situação bastante frágil pela qual passou.
Passados os tempos conturbados, a Mary Kay, multinacional de venda direta de cosmética premium, registou um recorde de vendas em 2016, depois de ter crescido mais de 50% desde 2012. Em Portugal conta já com 5500 consultoras de beleza independentes e todos os meses 300 novas mulheres iniciam o seu negócio como empresárias pela marca.
Presente em mais de 35 mercados em todo o mundo e com um modelo de negócio próprio reconhecido pela Universidade de Harvard, a Mary Kay pretende tornar-se na número 1 de venda direta em Portugal.
Falámos com Sandra Silva, diretora-geral da Mary Kay Portugal, sobre o modelo de negócio da marca, o crescimento alcançado e o que tem vindo a ser feito para chegarem à liderança.
A Mary Kay cresceu mais de 50% desde 2012 sob a sua liderança. O que está na base deste crescimento e reversão do anterior cenário da empresa no país?
Sem dúvida, o facto de termos uma proposta de valor única no mercado em Portugal. Por um lado, ao nível da oferta da oportunidade de negócio e carreira. A Mary Kay oferece aquela que foi já considerada pela Universidade de Harvard a melhor oportunidade de negócio e carreira da venda direta. Uma oportunidade que é muito mais do que um negócio ou carreira. É um estilo de vida que permite a qualquer pessoa ter o seu próprio negócio nos seus próprios termos, com a independência, flexibilidade e objetivos que determinar e com o total apoio da companhia, ao nível de produto, promoções e formação.
E a nossa proposta de valor ao consumidor é única! As Consultoras de Beleza afirmam-se como as “personal trainers” da pele dos seus clientes. Assim, no conforto da sua casa ou no local que deseje e no horário que mais lhe convier, qualquer consumidora pode, longe dos olhares a que normalmente estão sujeitas em grandes superfícies ou perfumarias, aprender a cuidar da sua pele, aprender a maquilhar-se, experimentando os produtos antes de os comprar, com garantia de 100% de satisfação. Tudo isto aliado ao que, de facto, dá poder a estes vetores: uma equipa apaixonada e determinada a dar o seu melhor todos os dias!
A Mary Kay registou também em 2016 um recorde de vendas, com um crescimento de 12% face aos resultados do ano anterior. O que acha que poderá ter contribuído para esta percentagem: crescimento no poder de compra dos portugueses ou ganho de quota de mercado face a outras marcas?
A Mary Kay obteve resultados positivos pelo 5º ano consecutivo, crescendo a mais de dois dígitos. Nos últimos 5 anos, praticamente duplicámos o tamanho da companhia. E não vamos ficar por aqui. Acreditamos que a nossa estratégia de serviço único ao consumidor, aliada ao forte lançamento de produtos sempre no topo das tendências a nível mundial no tratamento de rosto, maquilhagem, corpo, homem e fragrâncias, têm sido importantes nesse sentido. Em 2016, lançámos alguns produtos que se tornaram estrela, como a máscara de pestanas lash intensity e, no cuidado do rosto, o timewise repair facial peeling. Por isso, continuamos a ganhar quota de mercado.
O que carateriza o modelo de negócio da Mary Kay?
Desde que a nossa fundadora, Mary Kay Ash, fundou a companhia em 1963, o modelo de negócio sempre assentou na venda direta. Porque a missão da Mary Kay é, e sempre foi, enriquecer a vida das mulheres. E isso só é possível com um modelo de negócio assente em mulheres independentes e profissionais que têm o seu negócio, como é o caso das consultoras de Beleza Independentes Mary Kay. Por isso, as consultoras compram à Mary Kay os produtos, que depois vendem às suas clientes, através das sessões de beleza, obtendo naturalmente uma margem de lucro. E, à medida que evoluem na carreira, vão obtendo fontes adicionais de rendimento e outros benefícios.
No último ano, a Mary Kay aumentou para 5500 o total de consultoras de beleza independentes em Portugal. Complemento do rendimento fixo ou aposta profissional?
Na Mary Kay, cada pessoa decide quanto quer ganhar com o seu negócio e o tempo que lhe quer dedicar. Por isso, temos, entre as consultoras Mary kay, desde pessoas que encaram este negócio como um part-time, até pessoas para as quais este negócio é a fonte principal e, muitas vezes, a maior fatia de rendimento do orçamento familiar. Muitas delas ainda com benefícios adicionais, como conduzir carros Mary Kay, ganhar viagens e muito mais.
Mensalmente 300 novas mulheres iniciam o seu novo negócio como empresárias pela Mary Kay. Como funciona? O que é necessário e quais as margens de lucro?
As Consultoras de Beleza Independentes Mary Kay são donas do seu próprio negócio, dedicando-se ao mesmo de acordo com as suas prioridades e objetivos. Não importa a idade, formação ou experiência prévias. O que importa é que cada Consultora de Beleza saiba exatamente quais os seus objetivos e esteja disposta a aprender e trabalhar para os alcançar. Na Mary Kay, costumamos dizer que não importa onde se começa, mas sim onde se acaba!
Os rendimentos das Consultoras são muito variáveis, dependendo, claro está, dos objetivos que cada Consultora de Beleza define para o seu negócio. Definitivamente, temos em Portugal muitas mulheres empresárias de grande sucesso que vivem exclusivamente do seu negócio Mary Kay.
Adicionalmente, o sucesso e crescimento da Mary Kay em Portugal nos últimos anos mostra bem que a oportunidade de negócio e carreira Mary Kay é valorizada e, sem dúvida, que vai ao encontro das ambições e sonhos de muitos milhares de mulheres portuguesas. Pela independência e autonomia que oferece, já que cada mulher gere o seu próprio negócio e objetivos, mas também, e sobretudo, pelo estilo de vida único que permite alcançar, que vai desde rendimentos e ganhos ilimitados a vantagens únicas como viagens, joias, carros… É também importante referir a solidez da Mary Kay que dá muita confiança às Consultoras de Beleza. Presente no mundo há mais de 50 anos e em mais de 35 mercados.
Não existem requisitos exigidos para as Consultoras de Beleza. Têm apenas que ter mais de 18 anos. Qualquer mulher ou homem de qualquer formação, com ou sem experiência, pode iniciar o seu negócio Mary Kay e ser bem-sucedido. O seu sucesso é determinado pela ambição e pela disponibilidade para aprender e trabalhar, de forma a alcançar os seus objetivos. Os rendimentos são, por isso, variáveis. Há consultoras para quem 500 euros de ganhos mensais é o seu objetivo e temos também pessoas a ganhar mais de 5 mil, 10 mil euros por mês.
Qual o investimento da Mary Kay Portugal nas suas consultoras?
Como dizia a nossa fundadora Mary Kay Ash, “as nossas Consultoras de Beleza estão sozinhas, mas não por si”. Através de Eventos e Formações, a Companhia fornece formação em áreas variadas, desde produtos, gestão de negócio, liderança e vendas, por nível de carreira que permite a cada Consultora ter todas as ferramentas de que necessita, para crescer no seu negócio.
Apoiamos as nossas consultoras desde o início da sua carreira, garantindo que adequamos a formação ao nível de carreira, ao nível de conhecimentos, de necessidades especiais, o que lhes permite formar e avançar na carreira. Adicionalmente, ao informá-las e formá-las, motivamo-las e reconhecemo-las por cada nível conquistado. A oportunidade de carreira Mary Kay é, sem dúvida, uma oportunidade única que permite o crescimento pessoal, profissional e económico.
Um dos objetivos da empresa é tornar-se na nº 1 de venda direta em Portugal. O que falta fazer para o atingir?
Temos vindo, ano após ano, a superar o ano anterior e a crescer a dois dígitos. Esse é o caminho e a estratégia para continuar!
O que a leva a continuar nos comandos da empresa?
Sem dúvida a paixão que tenho desde o primeiro dia pela missão da Mary Kay – enriquecer a vida das mulheres! Enquanto sentir que, com a minha contribuição, posso apoiar mais uma mulher a mudar a sua vida, então sei que o meu lugar continua a ser aqui!
Quais os maiores desafios do empresariado em Portugal?
Aceitar que o fracasso faz parte da vitória!
Respostas rápidas:
O maior risco: Abraçar o projeto Mary Kay em 2009, quando a empresa estava numa situação bastante frágil e eu com três filhos, com 4, 2 anos e o terceiro com apenas 6 meses.
O maior erro: Tomada de decisões em que ignorei a minha intuição. Aprendi que, às vezes, os dados podem indicar-nos uma direção, mas, se a nossa intuição nos indica outra, devemos sempre segui-la.
A melhor ideia: Não tenho uma melhor ideia para referir. Como digo sempre, melhor ideia é aquela que se coloca em ação em equipa.
A maior lição: Umas vezes ganha-se e outras aprende-se, mas nunca se perde.
A maior conquista: Ainda está para chegar.