LinkedIn: mulheres enviam menos currículos, mas são aceites mais vezes

A ideia é passada por um estudo do LinkedIn que apesar de mostrar que continua a haver discriminação dos empregadores, revela também o fortalecimento da posição feminina no mercado de trabalho.
Um novo estudo do LinkedIn sugere que há algumas diferenças entre a forma como os homens e as mulheres procuram emprego. A rede social de networking avaliou as interações dos 610 milhões de utilizadores da plataforma e chegou a algumas conclusões.
Mulheres candidatam-se menos, mas são mais contratadas
Uma das mais importantes é o facto de as mulheres serem mais tímidas no momento de se candidatarem a um emprego. Apesar de as profissionais do sexo feminino terem 20% menos probabilidade de enviarem o currículo, o relatório aponta para que tenham 16% mais chances de conseguir o cargo e 18% mais hipóteses caso seja uma posição senior.
A timidez na candidatura pode ser explicada por vários motivos. Entre eles, aponte-se uma maior seletividade na decisão de se candidatar ou a menor confiança nas competências exigidas pelo empregador – um estudo de 2014 publicado na Harvard Business Review refere que as mulheres tendem a candidatar-se menos se entenderem que não possuem as competências exigidas pela empresa.
Foco muda entre géneros
O relatório indica também uma diferença entre a forma como os dois sexos percecionam o emprego a que estão a concorrer. Enquanto que 68% das mulheres se concentram maioritariamente no salário e nos benefícios, apenas 58% dos homens tem esta inclinação.
Por este motivo, caso as empresas queiram atrair talento feminino, os coordenadores do estudo indicam que estas devem ponderar incluir informação relevante para este tipo de candidatas. Alguns dos pontos mais relevantes passam pela política de trabalho flexível, licença de maternidade, seguro de saúde e igualdade de género.
Além disso, as mulheres tentam perceber mais frequentemente que tarefas têm de executar no dia a dia (mais 9% do que os homens).
Por outro lado, os homens tendem a olhar mais para as oportunidades de carreira a longo-prazo. Questões como a cultura da empresa e as qualificações necessárias são semelhantes entre os dois géneros.
Homens pedem mais referências
No que diz respeito a pedir referências a antigos colegas para um novo emprego (uma funcionalidade também incorporada no LinkedIn), os homens têm 26% mais probabilidade de o fazer do que as mulheres.
Um outro ponto detalhado no relatório mostra que ainda há discriminação na contratação de mulheres. Segundo a análise dos dados, depois de terem visto o perfil de um utilizador (independentemente do género), os recrutadores apresentaram a mesma vontade de enviar um email à pessoa interessada no cargo. Contudo, caso ainda não tivessem visto a página pessoal do candidato, os empregadores mostraram 13% menos de hipóteses de carregar no perfil de uma mulher.
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