Leadership Summit Portugal debateu tendências do futuro pós-Covid no Casino Estoril

O Casino Estoril recebeu ontem a 4.ª edição da Leadership Summit Portugal. Foi um dia de debate sobre “In What Can We Trust?” que reuniu dezenas de oradores nacionais e internacionais.
As grandes questões da atualidade estiveram em análise na Leadership Summit Portugal 2020, uma iniciativa anual da Tema Central que este ano teve a particularidade de, além da presença no Casino Estoril de alguns participantes e convidados, também ser transmitido em direto numa plataforma digital no site da Líder.
Pelo evento, conduzido pelo jornalista da TVI Pedro Pinto, passaram árias individualidades do panorama nacional e internacional que trouxeram para o debate os temas que cruzaram a atualidade, nomeadamente alguns deles relacionados com a pandemia e respetivo impacto na economia e sociedade, com alguma antevisão do que poderá ser o futuro.
André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, foi um dos convidados presentes durante a manhã e deixou o desafio para que todos se empenhem em criar um Portugal digital. Apesar do otimismo quanto às vantagens competitivas que reconhece ao nosso país, não deixou de lembrar os desafios que Portugal tem de ultrapassar concretamente os que estão diretamente relacionados com o tecido empresarial. Lembrou a fragmentação a nível digital de grande parte das PME e do território em si, onde são evidentes as assimetrias entre as regiões do interior e do litoral. É também aqui que o Plano de Ação para a Transformação Digital, se posiciona como a estratégia para a alcançar as metas no domínio digital.
O secretário de estado defendeu que também que Portugal tem de ambicionar ser um dos cinco países mais inovadores da Europa. Destacou a evolução nacional em termos inovação registada nos últimos anos, bem com empreendedorismo português muito impulsionado através das start-ups. “
“Há a ideia de que as start-ups, pela sua natureza, por terem mais recursos diferenciados e modelos de negócio mais digitalizados, são tipicamente mais resilientes à crise e, portanto, 42% das start-ups portuguesas inquiridas no nosso estudo efetuado durante a pandemia confirmaram a expetativa de crescimento e o aumento do seu negócio durante o período da Covid-19”, afirmou André de Aragão Azevedo.
A manhã de Leadership Summit foi preenchida com questões como “How do we fight the virus of fear? Pandemics ou pandemaniacs?”, “Can techonology crush the crises curve” e para discutir estas temática e tentar encontrar respostas para as mesmas, marcaram presença nomes como David Simas, CEO da Fundação Obama, Stephan Paolini, vice-presidente da Capgemini Group, Carmo Palma, Managing Director da Axians, Pedro Afonso, CEO da VINCI Energies Portugal, Viktoria Kauffamn, CEO da SIVA, Salvador da Cunha, CEO da Lift.
Desafiado a falar sobre liderança, o CEO da Fundação Obama, filho de emigrantes portugueses nos Estados Unidos, abordou também o tema do medo que se vive neste momento à escala mundial, medo não só da pandemia ao nível a saúde, mas também da pandemia de raças, económica e de liderança que se vive nos EUA, exemplificou.
David Simas salientou o papel das lideranças e o facto de em momentos de crise e de medo haver aqueles que colocam as pessoas umas contra as outras e os que as incluem no mesmo lado. No primeiro caso, lideram pela raiva, pelo medo, e acreditam que para terem sucesso têm de marginalizar.
Durante a sua exposição, lembrou ainda que neste período dominado pelo medo, pensar em liderança é também tentar encontrar a próxima geração de líderes no mundo, “líderes unificados por valores e isto consiste em acreditar que todos têm dignidade e voz, mesmo aqueles com quem estamos em desacordo”.
Ao longo da manhã reuniram-se ainda em palco Paulo Portas, professor e político, António Saraiva, Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, e Augusto Mateus, economista e professor, numa mesa redonda de partilha de visões de mercado, moderada por Rosália Amorim, jornalista. Paulo Portas defendeu que, na situação de exceção que vivemos atualmente, tem de haver uma intervenção prática e pragmática do Estado, através da implementação de reformas. A par disso, salientou também que a entrada do Estado na economia deve ser transitória e não se deve substituir aos empresários e aos gestores.
Também António Saraiva, outro dos elementos deste painel, frisou que há Estado a mais quando a burocracia nos prejudica e Estado a menos na situação concreta da pandemia que vivemos e que está a prejudicar as empresas que estão com enormes prejuízos, falta de receitas e de encomendas. Referiu a necessidade da intervenção do Estado em tempo de crise, mas lembrou a importância de definir as condições em que entra e sai do setor privado.
“What leadership lessons do we learn from COVID-19?”, “Is COVID-19 the ultimate influencer?” foram duas das questões em cima da mesa no evento no período da tarde. E para esta discussão contribuíram, quer em palco, quer exclusivamente online, entre outros, profissionais como Paulo Pena, jornalista de Investigação, Mario Sergio Cortella, filósofo, Alex Villas Boas, investigador e teólogo, Edson Athayde, criativo e CEO da FCB Lisboa, Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander Portugal, Rita Abecasis, CEO da Amp Associates, Miguel Matos, CEO da Tabaqueira, Pedro on the Road, Ppsicólogo e palestrante, André Nassar, consultor criativo da FCB Lisboa, Ace Simpson, professor da Brunel University London, Bobby Banerjee, professor na City University of London, Yan Bai, professora na Católica-Lisbon, António Costa e Silva, CEO da Partex, Francisco Froes, promotor do estudo Corona Lockdown, Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde, ou Ricardo Vargas, CEO da Consulting House.