Investimento em insurtechs passa a barreira dos 10 mil milhões, segundo relatório da NTT Data

De acordo com o Insurtech Global Outlook 2022 Report, da NTT Data, o investimento em insurtechs ultrapassou os 10 mil milhões de dólares no ano passado. Mais 38% do que em 2020.

A NTT Data divulgou a sexta edição do seu Insurtech Global Outlook 2022 que, à semelhança das edições anteriores, volta a analisar as tendências, os desafios e oportunidades na indústria seguradora, mais concretamente das insurtechs, e o impacto que as tecnologias e novos modelos de negócios tiveram em 2021 no setor.

De acordo com o relatório, os investimentos globais em insurtech atingiram os 10,1 mil milhões de dólares, valor que representa um aumento de 38% em relação a 2020. Mas se por um lado, nos últimos dois anos, as insurtechs receberam 50% do seu financiamento total, por outro, no que se refere ao número de negócios fechados, houve uma tendência decrescente comparativamente a 2019, ano que registou um recorde de 393 negócios.

Segundo o Insurtech Global Outlook 2022, o investimento é um reflexo do empenho das companhias de insurtech no ambiente segurador, uma vez que o número de investimentos e o montante investido cresceram exponencialmente em 2021: um aumento de 175% em relação ao ano anterior.

No domínio das tendências tecnológicas, a inteligência artificial, a IoT e a análise preditiva foram as que tiveram mais interesse para os investidores e as que atraíram os investimentos mais avultados quer de seguradoras relevantes, quer de gigantes da tecnologia e da indústria.

Cerca de 61% das seguradoras estão a utilizar a IoT, integrando novos conjuntos de dados para melhorar o atual nível de risco e prevenção de riscos, acompanhando e incentivando mudanças no comportamento dos clientes.

Em termos geográficos, a Europa regista um desempenho superior em termos de financiamento, e a América do Norte, apesar de manter a liderança global, não tem as empresas com o maior investimento. Grandes negócios fizeram com que a Europa seja a região que registou a maior taxa de crescimento em 2021.

Este ano revela um cenário mais diverso em termos das regiões onde o financiamento tem crescido. O crescimento tem ocorrido nas três principais regiões: Ásia, Europa e América do Norte.

Os Estados Unidos continuam a ser o país que atraiu mais investimento. No entanto, o ritmo de crescimento mais rápido da Europa revela que esta se aproximou do mercado dos EUA em 2021. Em contraste, o crescimento da Ásia foi mais baixo do que o das outras duas regiões.

No que diz respeito aos investidores, o capital de risco é particularmente relevante, registando um crescimento em todas as regiões. Até 2021, a presença de capital de risco na Europa aumentou para 3,3 vezes a dimensão que tinha em 2015.

O número de empresas que receberam mais de 100 milhões de dólares em financiamento (unicórnios) quintuplicou desde 2017. No entanto, as start-ups insurtech sofreram um declínio constante durante o mesmo período.

Neste contexto, os grandes líderes estabelecidos estão a escoar fundos num movimento em direção à maturidade da “primeira” onda de inovação. Na amostra utilizada para produzir este relatório, as empresas insurtech foram classificadas em três principais categorias: start-ups, scale-ups e outliers/unicórnios.

O relatório classifica as start-ups como as insurtechs fundadas há menos de três anos e com um montante total máximo de financiamento recebido de 5 milhões de dólares. As scale-ups são aquelas que receberam um montante total de financiamento entre 5 milhões e 100 milhões com um máximo de dois anos entre as rondas de financiamento.

Finalmente, outliers ou unicórnios, são aqueles que receberam mais de 100 milhões em financiamento e têm uma avaliação de mais de mil milhões. Os outliers, que representam apenas 10% dos insurtechs da amostra, representam 75% do financiamento de 2021. As start-ups, representando 45% da amostra, recolhem apenas 2% do montante total do financiamento.

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