Investidores japoneses reforçam aposta nas start-ups indianas

A REAPRA Ventures e a Asuka Corporation foram os últimos investidores japoneses em start-ups em estádios iniciais a entrarem na Índia, integrando o Incubate Fund, o GREE Ventures, o Mistletoe Capital e outros fundos que começaram recentemente a investir no país.

Está a surgir uma nova vaga de japoneses que procuram investir em estádios iniciais de start-ups na Índia. Segundo o Economic Times, a REAPRA Ventures e a Asuka Corporation estão a preparar-se para entrar na Índia e para integrar o Incubate Fund, o GREE Ventures e o Mistletoe Capital, entre outros fundos que recentemente começaram a investir no país.

Esta nova vaga de capital pode representar um retorno da confiança no ecossistema de start-ups da Índia, apesar dos problemas recentes com algumas empresas bem conhecidas na área do ecommerce indiano.

Ao contrário do SoftBank, que investiu centenas de milhões de dólares em potenciais grandes negócios, como o Snapdeal, agora em dificuldades, os novos investidores do Japão estão a selecionar pequenas start-ups que operam com tecnologias de nicho que podem ser exportadas para outros mercados asiáticos e em que pretendem investir entre 1 (cerca de 900 mil euros) a 5 milhões de dólares (cerca de 4,7 milhões de euros).

“Estamos à procura de start-ups que possam criar modelos de negócios em mercados complexos”, referiu o empresário japonês Shuhei Morofuji, fundador da REAPRA Ventures, que pretende levar empresas indianas para os mercados do Sudeste Asiático.

Morofuji, que organizou um jantar para 30 fundadores de start-ups e investidores em Nova Delhi no mês passado, referiu que a Índia será o grande mercado para 30 investimentos da REAPRA durante este ano, em que vão investir cerca de 1 milhão de dólares por negócio.

A REAPRA investiu quase 30 milhões de dólares (cerca de 28 milhões de euros) em 60 start-ups da Indonésia, Filipinas, Bangladesh, Singapura, Tailândia, Coreia e Malásia. Vários dos fundos japoneses que entraram na Índia nos últimos dois anos, estão a aumentar as alocações financeiras no país e a acelerar o ritmo de negociação.

O Incubate Fund, que investiu em três start-ups, incluindo o ShopKirana, com sede em Indore, entrou na Índia em 2016 e espera apoiar outras dezenas de empresas durante este ano e aumentar o fundo indiano para 15 (cerca de 14 milhões de euros) a 20 milhões de dólares (cerca de 19 milhões de euros), dos 5 milhões (cerca de 4,7 milhões de euros) inicialmente previstos, segundo anunciou recentemente o ET.

O GREE Ventures ultrapassou o seu objetivo de investimento de 60 milhões de dólares (cerca de 56 milhões de euros) do seu Fundo do Sudeste Asiático, que investe em start-ups indianas. O fundo já realizou seis investimentos até ao momento, incluindo o Flyrobe, um serviço de aluguer de moda sediado em Mumbai. Neste momento, têm um par de negócios no pipeline para o mercado indiano.

“Será uma divisão de 50/50 entre o Sudeste Asiático e a Índia em termos do nosso fundo atual. Estamos bastante otimistas na Índia “, referiu o gestor de investimentos Nikhil Kapur. “Não queremos ser influenciados pelo que se diz no mercado. Não nos importamos de trabalhar contra o mercado. É desafiador mas também permite obter os melhores resultados… É claro que na Índia a fidelização do cliente é uma inconstante e que a sensibilidade ao preço é a principal barreira”.

O fluxo de capital destes fundos para a Índia vem num momento em que o valor total do volume de investimentos em start-ups locais diminuiu. O número de negócios de capital de risco caiu 21% em 2016 e o capital total investido reduziu 28% para 1,4 biliões de dólares (1,3 mil milhões de euros), segundo dados da Venture Intelligence.

Um grande atrativo para os investidores japoneses é a possibilidade de fazerem contactos com outros investidores em start-ups locais do Sudeste Asiático. “Os investidores japoneses valorizam muito as relações”, referiu Rajesh Sawhney, que arrecadou 2,5 milhões de dólares (cerca de 2,3 milhões de euros) dos investidores japoneses M&S Partners e Mistletoe, face à sua entrada no InnerChef durante o último trimestre do ano passado. “E se eles gostarem de si trarão outros investidores japoneses na próxima ronda de investimento”.

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