Opinião
Hapiness, Health, Honesty
A primeira vez que ouvi falar desta tríade foi a Amy Edmondson. Pareceu-me, logo desde o início, uma forma original de olhar para a correlação de três conceitos que podem fazer a diferença na vida das pessoas e das empresas: Happiness (felicidade), Health (bem-estar), Honesty (prefiro traduzir por autenticidade).
Na realidade, existe para mim uma correlação natural entre as três. Normalmente, a felicidade gera bem-estar e uma vida saudável gera felicidade. Sempre admirei aqueles que, apesar da doença e sofrimento físico, conseguem ser felizes. São exemplos de coragem que devíamos todos seguir. No entanto, o “comum dos mortais” (nós) precisa de se sentir bem para estar feliz. Cabe, pois, às empresas proporcionar e incentivar um estilo de vida saudável aos seus colaboradores para que, desta forma, possam promover a felicidade nas suas organizações. Práticas de alimentação saudável, campanhas contra o consumo de álcool e tabaco, ginásios ou promoção de atividades desportivas em grupo e ao ar livre são exemplos que podem levar a que os colaboradores de uma determinada empresa fiquem mais saudáveis e, naturalmente, mais felizes.
Mas o contrário também é verdade. Pessoas felizes estão, normalmente, mais predispostas a adotar estilos de vida mais saudáveis e à prática do desporto. Não quero com isto dizer que a felicidade se alcança através de uma refeição saudável ou de uma corrida ao ar livre. Sabemos bem que a felicidade está muito para além disso. Apenas quero realçar que essas práticas geram normalmente algum tipo de felicidade.
Passando ao terceiro “H” (Honesty) verificamos também que o mesmo está intimamente ligado ao primeiro (Happiness) e ao segundo (Health). Na realidade, será possível alcançar a felicidade através da mentira ou da hipocrisia? Sabemos bem que não. Só através da verdade, que em contexto empresarial significa, entre outras coisas, dar feedback verdadeiro e promover políticas justas e equitativas, podemos promover a felicidade dos colaboradores. Promover uma cultura de autenticidade nas empresas é difícil e exige muito tempo e determinação. Sabemos bem as resistências que todos temos a dar e a receber uma má noticia. Sabemos também que há uma “natural” tentação de destacar nos reportes os sucessos e metas alcançadas, tendendo a “esquecer” os objetivos não atingidos ou os desvios aos planos de ação traçados. Diz-me a experiência que mais vale encarar esses desafios e “insucessos” de frente do que tentar “tapar o sol com a peneira”. Esta opção pelo caminho, mais difícil e longo, da verdade levar-nos-á a uma felicidade sólida e duradoura em contexto empresarial.
Mas o “H” de honestidade (Honesty) também está ligado ao “H” de Health. Na realidade, nunca conseguiremos ter uma vida saudável se fizermos batota… ou se quiserem, não vale a pena tentar “enganar a balança” ou falsear as regras do jogo. Talvez também por isso se fale tanto da verdade desportiva. O juramento que os atletas olímpicos fazem é disso o melhor exemplo: “Em nome de todos os competidores, prometo que participaremos nestes Jogos Olímpicos, respeitando e seguindo as regras que os regem, comprometendo-nos a um desporto sem dopagem e sem drogas, com o espírito verdadeiro do desportivismo, para glória do desporto e honra das nossas equipes.” Este é (deve ser) um bom exemplo de honestidade/autenticidade num contexto altamente competitivo como são os jogos olímpicos ou a vida das nossas empresas atualmente.
Parece-me, pois, muito bem conseguida esta associação de Amy Edmonson de três conceitos que, aparentemente, pouco têm em comum. Da minha parte, todas as seguintes afirmações são verdadeiras e fazem sentido:
Pessoas e empresas felizes são mais saudáveis e autênticas.
Pessoas e empresas saudáveis geram felicidade e promovem a autenticidade.
Pessoas honestas e autênticas são mais felizes e saudáveis.
Concordam?