Opinião

Gestão de talento: talent acquisition e talent assessment

Helena Ravara, Head of Talent Assessment da Neves de Almeida

Todos nós chegamos a uma altura, mais tarde ou mais cedo, em que olhamos para trás, para o nosso percurso, e tentamos perceber quais são as tendências que refletem o que somos e do que gostamos.

Quando olhamos sobre todo o caminho profissional percorrido, deparamo-nos mentalmente com pessoas (colegas atuais e antigos, clientes, candidatos, colaboradores das empresas, clientes ou parceiros), mas também organizações (sejam aquelas nas quais exercemos funções, mas também a atual entidade laboral ou as empresas de clientes e parceiros).

Existem, também, duas áreas de gestão de pessoas que estão intrinsecamente relacionadas. O Talent Acquisition, que se aplica a vertentes, que vão do recrutamento e seleção, ao search no sentido lato, mas também, e numa dimensão mais estrita, o executive search. E, ainda, o Talent Assessment, a este nível, nas vertentes de avaliação psicológica e de avaliação de competências.

A identificação de talento e a sua “captação” para um projeto passam sempre por uma análise do perfil do profissional, tanto em termos da sua experiência e conhecimentos técnicos, como das suas soft e power skills, para além das competências profissionais e das motivações.

Nesse sentido, se o Talent Acquisition é a “porta de entrada” das pessoas nas organizações, já o Talent Assessment, não só pode apoiar a decisão de contratação, como é fundamental nas tomadas de decisão no âmbito da gestão do ciclo de vida do talento no interior das organizações.

Por outro lado, o Talent Assessment permite conhecer em profundidade e de forma objetiva o perfil de competências dos colaboradores, o seu potencial e as suas motivações. Possibilita, assim, e através da identificação dos seus pontos fortes e áreas de melhoria – sem esquecer o feedback sobre estes aspetos junto do colaborador –, que este melhore o seu autoconhecimento e invista no seu autodesenvolvimento. Tem, igualmente, a valência de deixar que a organização trace planos de formação e de desenvolvimento ajustados às necessidades reais dos seus colaboradores.

De facto, conhecer o talento existente “dentro de portas” é fundamental para se identificarem planos de sucessão e traçar percursos de evolução e progressão na carreira. Só assim as empresas podem dar resposta às ambições de crescimento dos seus membros e desenvolver iniciativas de retenção e promoção do compromisso, que possam ir ao encontro das motivações e fatores de retenção críticos para as suas pessoas.

Numa altura em que tanto o acesso e contratação, como a retenção dos melhores profissionais, são um desafio, e em que a mudança no mundo é voraz, a necessidade de transformação e de reinvenção das organizações assume-se como constante. Nesse sentido, o Talent Assessment suporta a gestão do talento e contribui para o sucesso das organizações.

Esta premissa é corroborada, por exemplo, por um estudo veiculado pela McKinsey, o qual reforça que as empresas com práticas eficazes de gestão dos seus recursos apresentam um crescimento de receita 15% maior e um aumento de 20% na margem de lucro em comparação com empresas para as quais essas práticas não são prioritárias.

Em suma, trabalhar nestas 2 áreas permite “casar” o melhor de 2 mundos, que não existem um sem o outro: os profissionais e as organizações. Cientes de que as empresas não existem sem pessoas, e muito menos têm sucesso sem o capital humano que as constitui!

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