Facebook cria no Brasil programa de aceleração de start-ups focado na agricultura

Gigante de tecnologia selecionará dez empresas brasileiras com serviços digitais ou tecnologias que beneficiem pequenos e médios produtores agrícolas no país.
Facebook arrancou no Brasil com o seu primeiro programa de aceleração de start-ups com soluções para agricultura da América Latina, o Campo Digital. Em parceria com a aceleradora Baita, sediada na Unicamp, em Campinas, a gigante de tecnologia selecionará dez empresas brasileiras com serviços digitais ou tecnologias que beneficiem pequenos e médios produtores.
“Queremos usar a nossa experiência em tecnologia para fomentar o ecossistema de inovação no setor. Existem diversas soluções no mercado que respondem às grandes propriedades, mas não são acessíveis aos pequenos”, explicou a gestora de Políticas Públicas do Facebook, Andréa Leal.
O Campo Digital é o primeiro programa do Facebook a fomentar a inovação no setor agrícola na região. A empresa já implementava ações de desenvolvimento de comunidades locais e de apoio a pequenos negócios, mas, durante a pandemia, observou uma maior procura por parte dos pequenos agricultores pelas suas soluções.
“Com o encerramento de restaurantes e a interrupção das feiras, deparámo-nos com um crescimento no uso das nossas ferramentas pelos pequenos produtores, que procuram chegar ao consumidor final. Verificámos aqui uma oportunidade para contribuir para a digitalização de um setor que emprega e alimenta a população”, refere a responsável, lembrando que as pequenas propriedades geram 67% dos empregos no setor agropecuário e produzem 70% dos alimentos consumidos no país, segundo o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Até 18 de outubro, serão selecionadas start-ups em fase operacional que tenham soluções para qualquer elo da cadeia de produção e que garantam ganhos de produtividade, eficiência e sustentabilidade.
As dez finalistas, que serão anunciadas em novembro, passarão por um programa de aceleração online e mentoria da Baita durante quatro meses, através do qual terão acesso a palestras, workshops e networking com profissionais do agronegócio, assim como receberão orientação para definir metas e avaliar o seu modelo de negócio.
Em abril de 2021, os fundadores das start-ups participantes apresentarão os seus modelos de negócio a um painel de especialistas e de investidores, entre eles o BID Lab (laboratório de inovação do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID), a SP Ventures, o Yield Lab, entre outros fundos focados em agtechs.
“A nossa meta é que, no Demoday (evento de conclusão do programa), as start-ups estejam prontas para angariar investimento”, afirmou a gestora de Políticas Públicas do Facebook.
As start-ups interessadas em concorrer devem inscrever-se até 18 de outubro.