Europa: 45% dos investimentos de capital de risco falham ou não garantem retornos elevados

Um novo relatório revela que os investidores europeus de capital de risco procuram, em média, adquirir uma posição pequena na empresa investida. 62% solicita entre 10% e 20% durante a negociação.
45% dos investimentos de capital de risco (VC) na Europa falham ou não garantem retornos 2 vezes superiores ao capital investido, de acordo com um novo relatório realizado pelas principais escolas de negócios europeias.
O relatório intitulado “Practices of European Venture Capitalists” refere que 28% dos investimentos europeus excedem as expectativas e apenas 9% conseguiam retornos dez vezes superiores ao capital investido.
O estudo mostra ainda que os VC europeus recebem, em média, 851 propostas de investimento por ano, das quais apenas 6% resultam em investimentos concretos. Embora os VC esperem uma taxa de retorno de 30%, os retornos reais ficam-se, em média, pelos 13% ao ano, ou seja, menos de metade que o esperado.
“Embora os investidores de risco considerem a tecnologia muito importante quando selecionam empresas para investir, algo que é esperado para investidores em negócios altamente inovadores, eles baseiam as decisões de investimento maioritariamente na equipa de gestão”, revela Benjamin Le Pendeven, professor associado da Escola de Negócios Audencia e coordenador da investigação, citado pela Business Matters Magazine.
O responsável refere que 93% dos investidores inquiridos sublinhou a equipa como um fator importante e 73% considerou que é mesmo o mais importante de tudo. Isto confirma a visão de que os VC europeus, em grande medida, selecionam os seus investimentos com base no jóquei e não no cavalo”.
Segundo a pesquisa, a estratégia de saída mais comum para os investidores é a venda, o que acontece em 40% dos casos. Em 7% a saída acontece com a dispersão em bolsa (IPO) e em 22% dos casos o negócio falha.
Ainda de acordo com o estudo, os investidores procuram, em média, adquirir uma posição pequena na empresa investida. 62% solicita entre 10% e 20% durante a negociação.
A maioria dos investidores (83%) também diz que apoia as empresas em rondas adicionais de investimento e em orientação estratégica, e 75% assume um lugar no conselho de administração.
O estudo foi realizado junto de 885 investidores de vários países por professores de várias instituições de ensino: Escola de Negócios Audencia; Escola de Negócios Vlerick; Escola de Negócios de Londres; Escola de Gestão do Politécnico de Milão; Escola de Economia de Estocolmo; Universidade Complutense de Madrid; Universidade do Luxemburgo e Universidade de Ghent.