Entrega em Casa faz um ano e quer expandir serviço a todo o país

O Entrega em Casa faz a ponte entre quem está em casa e o comércio local. Os estabelecimentos podem anunciar gratuitamente na plataforma e também podem inscrever-se voluntários que estejam disponíveis para fazer entregas. Por enquanto estão listados 600 fornecedores e o objetivo é chegar a todo o país.
Surgiu numa altura em que as recomendações eram para ficar em casa, havia filas nos supermercados e pessoas com poucas hipóteses de se deslocarem. Falamos da Entrega em Casa, que foi lançada em março de 2020, e é uma plataforma online para apoiar o comércio local e os portugueses.
“No dia 18 de Março de 2020 foi decretado o primeiro estado de emergência e nesse mesmo dia decidimos que tínhamos que dar o contributo possível à sociedade – concretamente ao comércio local que, de um dia para o outro, viu-se literalmente sem clientes nos seus estabelecimentos. Sabendo que os consumidores em geral são quem paga diretamente os salários que os comerciantes recebem ao final do mês, tínhamos que encontrar forma de manter a ligação entre as duas partes. Dois dias depois, tínhamos no ar a primeira versão da Entrega em Casa”, começa por explicar Rui Pinto, um dos responsáveis pelo projeto, ao Link To Leaders.
O projeto nasceu na Delta Soluções, empresa de IT da qual Rui Pinto é sócio e que está sediada no Tec Labs – Centro de Inovação. “Foi a Delta Soluções que investiu todos os recursos para kick off e desenvolvimento, mas, atualmente o projeto é um spin off da empresa e tem uma organização própria e autónoma”, revela.
O maior desafio, segundo o empreendedor, foi pesquisar e identificar os comerciantes locais que se disponibilizaram a fazer entregas em casa para conseguirem sobreviver. Mas rapidamente contaram com o apoio da comunidade. “Não estávamos nisto sozinhos – toda a sociedade se envolveu. Visitámos e retirámos informação de páginas de redes sociais que promoviam o comércio local por todo o país. Passado pouco tempo, os próprios comerciantes começaram a registar-se autonomamente na plataforma”, conta Rui Pinto.
Inicialmente, a Entrega em Casa permitia pesquisar os pequenos comerciantes nacionais que fazem entregas ao domicílio. Mas agora ganhou agora uma versão melhorada que permite fazer encomendas diretamente, quer seja no site ou nas apps para Android e IOS.
“Esta versão está em piloto no concelho de Lisboa, mas planeamos rapidamente estar em mais zonas do país. A experiência de utilizador é semelhante à que encontramos em aplicações como Uber Eats ou Glovo, mas com uma diferença essencial: não vendemos refeições, mas sim outros produtos do dia a dia como talho, mercearia, padaria, entre outros”, frisa Rui Pinto, que garante que “as entregas são feitas por nós e nós somos todos. Tendencialmente queremos ajudar as pessoas do bairro que perderam rendimentos com a situação atual e querem manter-se ativas (em segurança)”.
Depois do lançamento da nova versão em fevereiro, nos primeiros 10 dias foram registadas 80 encomendas. Atualmente, a plataforma conta com 600 anunciantes e mais de 20 mil visitantes. Os comerciantes não têm qualquer custo e os cliente final paga uma taxa de entrega (neste momento no valor de 0,50 cêntimos).
E porque este é um projeto de âmbito nacional, os responsáveis querem alargá-lo à Grande Lisboa e a outras cidades do país.