Fundos negociados em bolsa cada vez mais populares

A popularidade dos ETFs entre a comunidade de investidores parece estar a aumentar. Um dos fortes apelos que este tipo de investimentos tem é o facto de oferecer uma forma económica de investir em ações específicas e classes de ativos como títulos e obrigações.
O interesse em ETFs (Exchange Traded Funds) ou fundos negociados em bolsa, está a aumentar entre os investidores que procuram novas formas de fazer dinheiro. O montante investido neste tipo de fundos subiu cerca de três vezes nos últimos cinco anos, situando-se, atualmente, nas 304 bilhões de libras (333 mil milhões de euros) só no Reino Unido, de acordo com uma pesquisa feita pela empresa de tratamento de dados Morningstar para o The Mail. E, embora ainda sejam muitos os que se deixam intimidar pelo nome, o facto é que os fundos negociados em bolsa são simples de entender.
O ETF consiste num conjunto diversificado de ativos, transacionados em bolsa, criados para seguir o desempenho de um mercado ou de um ativo. O que pode ser algo tão diversificado quanto o índice FTSE ou o preço de transação do ouro. Os fundos são listados no mercado de ações de Londres e transacionados como qualquer outra ação. Semelhante ao que acontece com as ações tradicionais, os EFTs são comprados e vendidos através de um corretor de investimentos ou através de uma plataforma online gerida por empresas como a AJ Bell, a Halifax, a Hargreaves Lansdown ou a Interactive Investor.
Tal como as outras ações, os ETFs podem ainda ser comprados sob a forma de conta poupança individual, com benefícios fiscais, ou inseridos num plano poupança reforma. Os ETFs tendem a ser mais baratos para os investidores do que os fundos comuns administrados ativamente, as empresas de investimento aberto ou outros fundos de investimento. Isto porque não necessitam de um gestor de fundos que tome conta do dinheiro investido. Este trabalho é totalmente gerido por um computador. Assim, enquanto os encargos anuais sobre um fundo de gestão ativa são, em média, de 1%, os EFTs apresentam taxas de 0,4% ou menos.
Segundo uma análise feita pela empresa de pesquisa WM Company, a maioria dos fundos de gestão ativa não conseguiu superar o desempenho de fundos indexados a um índice. Portanto, as probabilidades estão a seu favor, se não estiver a pagar a um gestor de fundos e a acompanhar o mercado através de um ETF.
Jason Hollands, diretor da Tilney, uma empresa de gestão de património, explica que “a recente inovação na indústria do investimento tem ocorrido através dos ETFs. Apesar de, tradicionalmente, terem sido criados a pensar em investidores profissionais, estes fundos abriram oportunidades de investimento em nichos de mercado interessantes”.
Os ETFs recomendados por Hollands acompanham o desempenho das mil maiores empresas dos EUA (Invesco FTSE RAFI US 1000) e seguem ainda um índice de empresas norte-americanas que viram os seus dividendos crescer num período de, pelo menos, dez anos (S&P Global Dividend Aristocrats), e o preço do ouro (Invesco Physical Gold).
O diretor da Tilney afirma que “é em mercados menos comuns ou em classes de ativos que um EFT se destaca, oferecendo frequentemente a maneira mais barata de um investidor se envolver”. E acrescenta que, “graças ao preço competitivo dos ETFs, outros fundos de índices já começaram a baixar os seus custos”.
O estudo da Morningstar refere que existem atualmente mais de 900 ETFs listados na Bolsa de Valores de Londres, o que representa um crescimento de 50% nos últimos cinco anos. Entre as principais empresas que disponibilizam ETFs, estão a iShare (propriedade do gigante BlackRock) e a PowerShares, parte da Invesco.
Na empresa gestora de fortunas Seven Investment Management, acredita-se que uma boa maneira de os investidores entrarem no mercado dos ETFs é através de uma carteira já pronta. Ben Kumar, gestor de investimento na Seven, refere que “um EFT é a forma mais económica de exposição a setores ou mercados menos comuns. Ao combinar EFTs com outros fundos, obtém-se uma melhor relação qualidade/preço”.