Estamos na melhor altura do ano para fazer uma campanha de crowdfunding
Um especialista em crowdfunding propõe a ideia de que a semana entre o Natal e o Ano Novo é a melhor altura para fazer campanhas de equity crowdfunding.
“Porque é que haveria de fazer uma campanha de crowdfunding em dezembro?” Numa análise superficial, a pergunta pode fazer sentido: as empresas estão a fechar o ano, as pessoas estão apressadas nas compras e, em princípio, os investidores prestarão menos atenção ao mercado.
No entanto, segundo os números da TAB, uma plataforma de dados de crowdfunding, dezembro de 2017 foi o mês com maior financiamento neste setor. Foram levantados 136.5 milhões de euros através de 199 campanhas.
Mas então, qual é a razão para o sucesso das campanhas de crowdfunding em dezembro? John Auckland, fundador da TribeFirst, uma agência de comunicação global dedicada a equity crowdfunding que ajuda empresas a levantar capital em plataformas como a Seedrs, Crowdcube e Seedinvest, apontou cinco razões que podem explicar este fenómeno.
1 – Os investidores têm tempo
Os investidores têm mais tempo livre em dezembro. Auckland lembra que, se antes de haver facilidade de acesso à internet a comunidade de investidores “fechava portas” nas férias de verão e no natal, hoje isto já não acontece.
2 – Subsídios de Natal
Há várias alturas do ano para receber subsídios. Contudo, o Natal é a que coincide com a maior parte da população. Isto é especialmente importante tendo em consideração que o equity crowdfunding é mais apelativo para os “investidores de retalho”, ou seja, para pessoas comuns que costumam receber os seus bónus por esta altura do ano.
3 – Pressão para fechar as rondas de financiamento
Auckland explica que grande parte dos empreendedores prefere fechar as rondas de financiamento antes do final do ano, de forma a não estarem em campanha durante a época festiva. Contudo, dada a liquidez que existe neste período, o especialista em equity crowdfunding diz que tiraria vantagem do período entre o Natal e o Ano Novo, visto que vão haver muitos investidores à procura, mas poucos empreendedores ativos.
4 – Subsídios para serem utilizados
O fundador da TribeFirst enuncia também a ideia de que haverá incentivos fiscais que ainda não foram utilizados pelos potenciais investidores. Referindo-se ao exemplo inglês, lembra que é no final do ano que são preenchidas as declarações fiscais e que, portanto, ainda poderá haver a possibilidade de preencher a quota de investimento anual.
5 – É tudo psicológico
Há dois estudos que comprovam que as épocas festivas são uma ótima altura para recolher investimento. Um artigo da Psychology Today refere que os mercados financeiros sofrem do “efeito férias”, o que os torna mais otimistas em relação às prestações das empresas devido ao seu estado de espírito. Outro estudo, desenvolvido por George Marret e AC Worthington, conclui que os investidores estão mais predispostos a comprar devido à euforia provocada pelas férias.
John Auckland conclui ainda que esta altura pode ser especialmente importante para as start-ups em fases embrionárias, visto que o investimento em projetos desta natureza são mais arriscados – e o “efeito férias” pode levar os investidores a arriscar mais.