Entrevista/ “Uma das grandes mentiras do mundo moderno é dizerem-nos que há o trabalho e a vida”

Mo Gawdat, ex-Google X e autor do livro “Equação da Felicidade”

Mo Gawdat, ex-executivo da Google X, esteve em Portugal no final da semana passada para apresentar o seu livro “Equação da Felicidade”. Em entrevista ao Link to Leaders falou do que entende ser a felicidade e de como esta é a melhor ferramenta para ajudar as empresas a chegarem ao sucesso.

Durante 11 anos, Mo Gawdat, engenheiro egípcio, foi chief business officer da Google X. Mas em 2014, depois da morte inesperada do filho Ali, de 21 anos, reavaliou a sua vida e aprendeu a lidar com a perda socorrendo-se da “Equação da Felicidade (Solve for Happy)” que ele próprio criou para tentar ultrapassar aquele momento emocionalmente doloroso. Deixou o cargo que ocupava na Google e, desde então, assumiu como missão partilhar a sua “fórmula” da felicidade com o mundo: escreveu um livro editado já em 25 países e criou o movimento #onebillionhappy. Para Mo Gawdat a felicidade é o ingrediente que deve estar sempre presente em todos os aspetos da vida, até na gestão das empresas.

O que é felicidade?
Existem muitas descrições, muitas delas são verdadeiras mas nenhuma delas é absoluta. A felicidade é o contentamento pacífico dentro de nós, quando estamos bem com a vida tal como ela é. Pode encontrar felicidade na família, nos amigos… fiz muitas pesquisas para desenvolver o que chamo de “equação de felicidade”. Olhei  para todos os momentos da minha vida em que me senti feliz e comecei a tentar encontrar uma linha de tendências e fiquei surpreendido porque os únicos momentos da vida em que me senti feliz não foram os momentos em que algo de específico aconteceu. Foi um momento em que um acontecimento da minha vida foi ao encontro das expetativas, dos desejos e esperança do que a vida deveria ser.

Se tentarmos esse processo de comparar entre os acontecimentos e as expetativas, na realidade, vai perceber que a felicidade pode nascer de uma equação: a felicidade é igual à diferença entre os acontecimentos da sua vida e as expetativas de como a vida devia ser. O seu cérebro resolve essa equação a cada segundo. O seu cérebro não tem mais nada para fazer do que isso. Está constantemente a comparar eventos com expetativas.

Se nada estiver errado, o cérebro faz uma coisa espantosa que é desligar-se. Se alguma coisa o preocupa, e isso não é bom para nós, deixa-nos preocupados, arrependidos, faz-nos emoções negativas que nos deixam infelizes. E isso é muito interessante porque, basicamente, significa que infelicidade é um mecanismo de sobrevivência, é o seu cérebro a tentar assegurar-se de que está a seguro. E porque é o que o cérebro nos faz ficar infelizes? Porque quer que mudemos alguma coisa, quer que se aja para ficarmos seguros. A dor emocional leva-nos a agir.

Então estas são as bases da equação de que fala?
Sim. Agora que percebemos que a felicidade é igual a grandes acontecimentos menos as expetativas, é preciso começar a perguntarmos a nós mesmos: “Ok, então porque estamos sempre tão infelizes? Comecei a perguntar a mim próprio, porquê. Porque é que algo está errado 16 a 17% das vezes, e percebi que se tiver uma máquina de salsichas e se produzir algo estranho pode ser porque há algo errado com a máquina. A equação não está  certa. Ou pode ser porque estou a colocar sapatos na máquina. Se estou a colocar sapatos na máquina não posso esperar que saiam salsichas. Percebi que o problema para estamos sempre tão infelizes é porque resolvemos a equação de forma errada. Não há nada de errado com a nossa vida. Estamos é a colocar os dados errados, os inputs errados na equação. Percebi que existem seis grandes ilusões e sete  blind spots.

E que são?
Deixe-me dar um exemplo. As seis grandes ilusões são conceitos em que começamos a acreditar para sermos bem-sucedidos no mundo moderno. Por exemplo, acreditamos que o controlo é a coisa certa a fazer. Controlar os processos. E como aprendemos que o controlo é importante, começamos a controlar tudo, os nossos filhos, as pessoas que amamos, o tráfego, etc, etc.. mas a  realidade mostra-nos que não há controlo. Se olharmos para as leis da física há algo que se chama Teoria do Caos que nos diz basicamente que não estamos no controlo total de tudo. Se deixarmos uma árvore livre, ela vai crescer selvagem. E se as suas expetativas de vida forem a ilusão de controlo, o que acontece?  Todos os acontecimentos perdem, porque não atingem essa expetativa. Por exemplo, eu quero ir para o trabalho todos os dias e quero sair às 7 da manhã, mas um dia há um acidente, o que é normal, e começo a ficar stressado e infeliz.. mas os acidentes acontecem, não há controlo. O controlo é uma dessas ilusões.

Se consertar estas ilusões vai ser mais feliz, muito mais vezes, porque vê a verdade. Depois temos os blind spots (pontos escuros). No tempo do homem/mulher das cavernas, quando um tigre aparecia, o cérebro não tinha nenhum benefício em dizer-lhe “Oh meu Deus, mas que lindo animal”. O seu cérebro vai dizer-lhe “você vai morrer”, está treinado para lhe dizer o que está errado e não o que está bem. Se estiver sentado numa bela praia, acompanhado por uma pessoa maravilhosa e a ter uma ótima conversa o seu cérebro vai dizer-lhe: Vou atrasar-me com os emails!

Vai estar sempre a procurar o que está errado. E porquê? Porque não há benefícios em dar conta do que está certo, o mecanismo de sobrevivência não está no que está certo. Por isso,  a maioria das vezes não vemos o acontecimento, vemos o que há de errado com ele, e acabamos por ver que este falhou as nossas expetativas. Imagine que tem um parceiro maravilhoso, mas que gosta de futebol.  E quando há jogo não lhe presta atenção. Mas se olhar para ele como um todo, ele é carinhoso, bom pai, bom marido… mas gosta de futebol. Ora quando os acontecimentos encontram as suas expetativas de repente encontra  sua paz. Por isso conserte as grandes ilusões e os blind spots e encontrará a felicidade muito mais vezes. E percebe que a vida quase sempre falha as expetativas.

Quando se navega na vida com verdade nunca mais nada o aborrece, não se sente infeliz quando as mudanças acontecem. Porque as mudanças existem, às vezes um cano rebenta em casa ou há um corte na eletricidade. Faz parte da vida. Não o aborrece mais. Os canos rebentam, os homens gostam de futebol, é simples.

O que devemos procurar em primeiro lugar: a felicidade pessoal ou profissional?
Não há diferença. É uma e a mesma coisa. Mais uma vez lembro que uma das grandes mentiras do mundo moderno é dizerem-nos que há o trabalho e a vida. E que devemos ter um equilíbrio entre a vida e o trabalho. Se estiver infeliz com a sua relação e se for trabalhar vai estar infeliz no trabalho, certo! Se o trabalho o estiver a stressar, chega a casa e estará infeliz em casa. Nenhum deles é diferente. Em ambos se aplica a equação. Eu digo mesmo: se me sinto infeliz, eu tenho de fazer algo acerca disso.
Quando apanho uma constipação, tomo vitamina C, certo! Se não estou saudável faço algo acerca disso. Se estiver infeliz, tenho de fazer algo. E o que deve fazer? Questionar-se a si próprio. Se o seu parceiro/parceira tiver dito algo aborrecido na última sexta-feira vai chorar por causa disso a semana toda? Será que ele vai aparecer e pedir desculpa? Não. A única maneira dele entender é confrontá-lo e falar sobre isso. Fazer alguma coisa. Quando faz alguma coisa a infelicidade desaparece.

Se não puder fazer nada aprenda a aceitar. O meu filho morreu e não há nada que possa fazer para trazê-lo de volta. Posso sentir-me triste, mas tenho de aprender a aceitar. Nenhum de nós veio para a vida com a promessa do para sempre. Quando tive o Ali não assinei nenhum contrato com Deus a dizer “fica com ele 22 anos”. Houve um contrato em que fui abençoado durante o tempo em que ele esteve aqui. E ele abençoou a minha vida 21,5 lindos anos. Quando ele partiu aceitei e fui abençoado pela sua presença.

Numa escala de 0 a 10, quanto somos felizes nos dias de hoje?
Estamos miseráveis  Uma em cada quatro pessoas no mundo moderno ocidental está clinicamente deprimida. Isto significa que estão infelizes ao ponto de irem a um especialista que os diagnosticou como deprimidos. Os suicídios são muito elevados… o que é curioso porque a vida nunca esteve tão boa para os humanos. Já não há tigres nas ruas, a nossa esperança de vida é maior, há muito mais comida no supermercado, é seguro, é lindo, temos gadgets, temos carros, nunca estivemos melhor e nunca estivemos tão infelizes. É de loucos.

E porquê?
Por causa dos acontecimentos da nossa vida e das expetativas. À medida que os acontecimentos se tornam melhores as nossas expetativas são tão irrealistas… Eu adoro Portugal, por isso não me interprete mal, mas vocês andam nas ruas de Lisboa e queixam-se do tráfego. Se não gostam de Lisboa venham comigo e levo-os um dia à Síria e quando voltarem beijam o chão da cidade. Sentam-se num restaurante a comida está um pouco mais fria e queixam-se. Eu levo-os a África e quando voltarem beijam o Chef. A verdade é que a cada coisa que nos é dada começamos a queixar-nos porque queremos mais e mais e mais…

Conhece diversos países, diferentes realidades profissionais, quais os países que considera serem mais felizes?
É surpreendente, mas os  países mais pobres são os mais felizes. É claro que há pesquisas que lhe dirão que o Norte da Europa tem os países mais felizes do mundo. Mas não. Tem os países onde a qualidade de vida é mais elevada, mas os suicídios também são em maior número. E porquê? O que acontece é que os países estão treinados para serem infelizes. Digo isso com amor e respeito, Alemanha, Portugal, Polónia, Rússia, são países em que somos treinados para ver o que está errado. E todos os acontecimentos da nossa vida são sempre um problema.

Pergunto sempre  às pessoas se não têm um amigo, um amigo pelo menos, que está sempre infeliz. Todos dirão que sim. Há sempre um que está sempre a resmungar. E porquê? Quando é inverno é porque está muito frio, se é verão é porque está muito calor… Será que vivem numa estação diferente da nossa? Não, é porque veem sempre o que está errado com o verão (muito calor) e com o inverno (muito frio).

E têm um amigo que está sempre feliz? Sim. E porquê? Porque quando chega ao inverno diz, “ok, é altura de ir fazer ski”. Quando chega ao verão gosta do sol. Ou seja, olha sempre para o lado bom das coisas. E claro que tudo na vida tem coisas boas e más mas se olha sempre para o que é mau vai estar infeliz o tempo todo.

Como podem as empresas fazer a combinação ideal entre os números, os resultados, os lucros e a felicidade dos empregados?
Trabalhei na Google durante 11 anos, tenho essa experiência. E acha que fazemos os empregados felizes porque somos simpáticos? Não. Foi a melhor decisão que tomámos. Empregados felizes são mais produtivos, são simpáticos com os clientes, com os seus pares no trabalho, ficam durante anos e anos no trabalho, surgem com ideias brilhantes, são entusiastas, custam menos em cuidados de saúde, são os melhores. Empregados infelizes tornam toda a gente rabugenta é muito difícil irem para o trabalho de manhã e queixam-se de tudo.
Acha que quando oferecemos sushi ao almoço, por exemplo, é porque somos estúpidos. Não. Quando oferecemos almoço na Google eles não saem durante uma hora  e meia e não voltam atrasados, não têm de  enfrentar o trânsito, mantêm-se juntos na Google e o que fazem? Falam de trabalho. Alguma vez alguém calculou o custo de uma hora e meia  em termos do salário de um empregado, comparado com o sushi ou com o caril indiano que oferecemos?
É mais barato oferecer-lhes uma maravilhosa refeição do que perdê-los durante uma hora e meia. A felicidade é a coisa mais esperta de se fazer. Ao ter empregados felizes é-se inovador, criativo e bem-sucedido.
O problema é que pensamos que se as pessoas estão felizes é porque estamos a fazer alguma coisa errada. Se vêm trabalhar e são felizes começamos a dizer: “estaremos a pagar-lhes demais? É o outro lado da questão.
Mas surpreendentemente não é o salário que os faz felizes e não é a sala de jogos, o open space… O que faz as pessoas felizes começa com um patrão que é feliz. Conhece aquela máxima que diz ajuda-te a ti próprio para puderes ajudar os outros?  Se for um patrão rabugento, boa sorte! Nunca vai conseguir uma organização feliz.
Tem de saber como ser feliz para fazer os outros felizes. Mas também tem de construir um ambiente em que os acontecimentos vão ao encontro das expetativas. Ou seja, as pessoas têm de saber o que podem esperar, têm de saber a realidade dos acontecimentos. Na Google tudo era aberto, fazíamos as pessoas felizes ao partilhar abertamente, porque viam a verdade dos acontecimentos, as expetativas eram realistas.

De que forma a experiência na Google mudou a sua forma de ver a felicidade?
Acho que as lições mais profundas que aprendi na Google foram duas: uma delas é que podemos ser sérios sem  usar um fato. Esse statement fez-me pensar que podemos ser bem-sucedidos mas não necessariamente infelizes. A premissa de que temos de ser sérios, rabugentos e infelizes para sermos bem-sucedidos na vida, desapareceu.
Na realidade uma das coisas que realmente me abriu os olhos foi ver como os nossos fundadores amavam o que faziam, era tão dedicados ao que faziam e eram felizes todos os dias no trabalho e é isso que faz o verdadeiro sucesso.

O número dois é algo sobre o qual já escrevi e que chamei de ilusão do conhecimento. E a ilusão do conhecimento é uma grande razão para a infelicidade porque passamos muito tempo a  suportar as nossas crenças, aquilo que acreditamos que é verdade. Quando fui para a Google desafiei a minha ilusão de conhecimento.

Como?
Fui para a Google como executivo, vindo da Microsoft. Eu era sénior na altura e talvez pessoa mais velha da equipa executiva, e eramos todos muito novos. E pensava “quem são estes miúdos?”
Na Google temos uma cultura de abertura e qualquer pessoa na sala podia dizer “Mo, acho que és um idiota. Aquilo que acabaste de dizer está errado”. E eu diria, ok, diz-me porquê”. E foi surpreendente a quantidade de vezes que percebi que estava errado. A internet evoluía a grande velocidade e aqueles miúdos realmente sabiam muito. Aquilo que eu sabia não era a informação completa e o que era mais espantoso era que eles diziam-me porquê apresentando dados, resultados… Então começa-se a perceber que aquilo que sabemos nem sempre é a resposta.

Somos arrogantes, temos essa a ilusão de conhecimento. Se houver algo que não conhecemos e que não medimos, assumimos que não existe. Quando nos apercebemos de que não sabemos, algo espantoso acontece:  primeiro, a arrogância desaparece, o ego é removido. Segundo, está-se mais aberto a explorar a vida e não a dizer à vida como se comportar.  E sabe o que é mais interessante? É o facto de não sabermos realmente o que é bom ou o que é mau. Costumo fazer uma experiência que é pedir às pessoas que olhem para as piores partes das suas vidas e que vejam se agora, 20 anos depois, por exemplo, querem apagá-las. 99,9% das pessoas diz querer manter esses acontecimento da sua vida mesmo que sejam muito duros. Não mudariam nada. Porque a dureza da vida é o que me fez a pessoa que sou. Por exemplo, foi o bulling na escola que me fez ser forte, foi o carro que me bateu que me fez conhecer a minha namorada, foi o filho que perdi que me fez ser ainda mais forte. Se perceber isso começo a pensar: porque é que isto é mau? Porque simplesmente não aproveito.

Olhando para o mundo dos negócios.. criar uma start-up, por exemplo, pode ser stressante. É um momento de muitas decisões. Que conselhos dá aos empreendedores que estão a começar um negócio?
Na realidade aconselho muitas start-ups e começo por um grande conselho e digo: nunca é capaz de fazer melhor do que o seu melhor. Aprendi isso com o meu filho Ali. Ele nunca se culpava, nunca se stressava acerca de algo quando sabia que tinha dado o seu melhor. Se não tivesse feito o seu melhor, então ele sabia que da próxima vez teria de fazer melhor. Agora se ele tinha dado o seu melhor, ele não se importava. Basicamente, ele dizia para si próprio “vai para o trabalho, põe a tua vida  nisso, vê todas as situações possíveis e faz, dá o melhor que podes. Se é esse o caso, não se preocupe porque o estar preocupado não o vai ajudar as fazer as coisas melhor.

Em segundo lugar,  acho que as caraterísticas de sucesso de um empreendedor são também as características de uma pessoa feliz. Por acaso, uma das principais razões que fizeram de mim um bom líder foi porque, além de ser sénior na Google, sempre levei a minha atitude de felicidade e apliquei-a no meu trabalho. E a minha atitude de felicidade sempre foi muito direta: os problemas acontecem, quando acontecerem faça algo acerca disso. Não se sente a queixar-se, não stress, não chore por causa disso, ok! Não perca o seu tempo a pensar sobre os problemas. Use o seu tempo para pensar na solução e tomar uma atitude. Esta é a atitude das pessoas felizes. Ao pensar na solução, ao agir, acaba por se sentir entusiasmado.

Em terceiro lugar, e digo-o muito abertamente, há um ponto em que o entusiasmo mantem os seus empregados unidos, mas depois há uma altura em que tem de se tornar um líder e não apenas um empreendedor. Tem de se focar nas pessoas e digo-lhe: entregue o negócio a alguém que o saiba fazer e todas as pessoas da sua equipa ficam felizes. Há uma altura em que o stress faz as pessoas saírem e quando se está numa organização de cinco pessoas, por exemplo, e uma delas sai perde 20% da sua força de trabalho. Por isso esteja atento, assegure-se de que as suas pessoas estão felizes, enérgicas, entusiasmadas, porque se não estiveram acabam por sair e vai falhar.

Assumiu a missão de levar a sua mensagem de felicidade a um bilião de pessoas no mundo. Qual é a sua mensagem específica para os portugueses?
Aponto apenas três coisas. Em primeiro lugar, a felicidade deve ser a vossa prioridade. Se não fizerem por ser felizes, se não fizerem disso uma prioridade nunca vão encontrar felicidade.
Ninguém deixa de fumar por acidente. Para deixar de fumar tem de decidir “vou deixar de fumar”. Ninguém fica atlético por acaso. Tem de dizer a si próprio: “vou emagrecer e ficar fit vai ser a minha prioridade número 1”. Se alguém me der um daqueles pastéis de nata maravilhosos que vocês têm em Portugal, tenho de dizer, “não, hoje não quero. Quero estar em forma”.

Em segundo lugar, invistam na vossa felicidade, porque nada acontece se não investirem nisso. Se quiser estar em forma e não for ao ginásio duas a quatro vezes por semana não vai ficar em forma. Se quiser que os seus filhos gostem de si tem de passar tempo com eles, senão isso não vai acontecer. É semelhante com a felicidade. Dispensem uma  hora por dia, quatro a cinco vezes por semana, a aprender sobre a vossa felicidade, leiam um livro, vejam um vídeo, passem tempo com pessoas felizes… A propósito, evitem pessoas infelizes. Observem os padrões das pessoas felizes e aprendam com elas. Tenha um grupo de amigos. Mas invista uma hora por semana para ser feliz porque se não o fizer não vai encontrar a  sua felicidade.

Em terceiro lugar, a derradeira fórmula da felicidade é fazer os outros felizes. E isso é verdadeiramente sobre o que é a missão: encontre a compaixão em si para tornar outra pessoa feliz. Se cada pessoa tornar outra feliz, e outra e outra em dois anos e meio todo o Portugal estaria feliz. Claro que haverá sempre alguns milhares de pessoas rabugentas. Ok, mas se todas as outras derem prioridade à felicidade e investirem nisso, serão um país ainda mais feliz.

O que é feito dos tempos em que as pessoas sorriam umas para as outras na rua? Façam a diferença e, por favor, entendam que a promessa do mundo moderno é uma mentira. Não temos de ser bem-sucedidos para sermos felizes, não precisamos de um carro para ser felizes, de ter gadgets, muito dinheiro…precisamos de nós próprios.Tem de se mudar a forma como se pensa porque a felicidade é muito melhor que todas essas coisas.

É o ingrediente principal da nossa vida?
Sem dúvida. Diria mesmo que a felicidade é a única maneira de estar na vida. É a melhor maneira de levar os clientes a gostarem de si, de fazer com que o seu parceiro goste de partilhar uma vida consigo, de os seus filhos crescerem de forma positiva, seguros e confiantes. Não é muito difícil e não é uma coisa má de se pedir para fazer.

Quais os objetivos da sua mensagem de felicidade?
Ver quanto as pessoas priorizam a felicidade, quantas investem tempo a aprender sobre felicidade e quantas pessoas partilham a mensagem. Um bilião de pessoas pode parecer loucura mas com a internet não é. Tenho um vídeo que já foi visto milhões de vezes. Cada pessoa que eu consigo fazer feliz, vale o mundo para mim. Leve o tempo que levar. É o melhor sentimento da sua vida.

A Google anunciou recentemente um grande investimento em Portugal… acha que isso vai melhorar a felicidade dos portugueses?
Lamento desapontar mas nada fora de si vai fazê-lo mais ou menos feliz, especialmente a tecnologia. A tecnologia é apenas uma ferramenta, uma caneta, por exemplo, pode ser usada para escrever ou para me fazer um buraco olho. É um erro da caneta? Não. Pode usar os social media para estar em contacto com as pessoas que ama ou pode usá-lo para fazer mal a si próprio, para se deprimir, para odiar a vida e por aí fora. A escolha é sua. Acredito que a Google pode fazer uma grande diferença no mundo, a Google é espantosa…mas esperar que  o faça mais feliz? É diferente. Nós é que temos de nos fazer felizes. Está tudo na nossa mente.

Comentários

Comments are closed.

Artigos Relacionados