Crowdfunding do mês: professores e Big Ben no centro de campanhas de financiamento

Professores que recorrem ao crowdfunding para levar o Estado português a tribunal e o primeiro ministro britânico que quer pôr o Big Ben a tocar na saída da União Europeia. Estas são as campanhas do mês.

Este mês escolhemos dois casos de campanhas de crowdfundig completamente distintas, mas que exemplificam o alcance desta ferramenta de financiamento. A primeira delas diz respeito a uma iniciativa realizada em Portugal e que envolve a classe profissional dos professores. De forma a reunirem verba para avançar com um processo contra o Ministério da Educação no Tribunal Europeu, os professores fizeram uma campanha de crowdfunding para criar um Fundo Judicial Docente e, assim, terem condições para proceder a um possível ação judicial junto do Tribunal Europeu tendo como alvo o Ministério.

Em causa está o descongelamento das carreiras e, ainda, a discrepância de tratamento entre os profissionais do continente e das ilhas. A iniciativa foi do STOP – Sindicato de Todos os Professores, que divulgou os resultados da campanha na sua própria página de Facebook. A iniciativa ultrapassou os oito mil euros.

Dar voz ao Big Ben na saída de UE

Para marcar a saída do Reino Unido da União Europeia, marcada para a próxima sexta-feira, 31 de janeiro, o primeiro ministro britânico fez um desafio sui generis aos ingleses: colaborarem financeiramente para pôr o famoso relógio Big Ben a tocar. A ideia de Boris Johnson é ter o conhecido relógio a tocar no dia em que o Reino Unido sair da UE, mas como é um processo dispendioso (na ordem dos 600 mil euros), como o próprio reconheceu publicamente, desafiou os ingleses a participarem na iniciativa através de uma ação de financiamento. “Bung a bob for a Big Ben bong” foi a proposta de Boris Johnson na televisão inglesa.

A peculiar campanha de crowdfunding surgiu depois da Câmara dos Comuns entender que não fazia sentido usar dinheiro público para suportar uma despesa tão elevada apenas para que o emblemático sino tocasse na altura em que se assinalasse efetivamente o Brexit.

O desafio do primeiro ministro teve eco, com diversas personalidades públicas a aderirem à iniciativa. Mark Francois, deputado conservador e eurocético foi um deles ao prometer mil libras (pouco mais de mil euros), assegurou a imprensa inglesa. O lorde Michael Ashcroft e Nick Ferrari, conhecido homem da rádio, são outros dos nomes apontados como apoiantes da campanha.

O emblemático relógio instalado numa das torres do Palácio de Westminster, em Londres, onde funciona o parlamento, está em obras desde 2017 e, por isso, sem tocar desde essa altura. O simbolismo, nacional e internacional, das badaladas do relógio foi uma das motivações usá-lo para assinalar o Brexit.

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