Criação de insetos recebe um incentivo graças aos subsídios da UE

Bruxelas fez o seu primeiro investimento numa start-up especializada na produção de insectos provenientes da farinha de milho.
A Comissão Europeia anunciou um apoio 20 milhões de euros à Ynsect, uma fábrica para a produção industrial de proteínas provenientes de larvas da farinha, como forma de impulsionar o setor que está à procura de formas mais baratas e mais ecológicas de produzir alimentos. Trata-se do primeiro grande investimento da UE numa start-up de insetos, um sinal de que os reguladores estão a encarar seriamente a ideia de fabricar, em escala industrial, proteína à base de insetos.
O apoio para a fábrica da Ynsect não vem diretamente do orçamento agrícola da Comissão, mas sim do orçamento de investigação da Bio-Based Industries Joint Undertaking que investe em fábricas que trabalham no setor da bioeconomia.
Fundada em 2011, a Ynsect produz ração animal e fertilizante a partir de larvas de farinha e pretende produzir proteína a uma taxa de 1500 toneladas por mês numa fábrica totalmente automatizada no norte da França. A empresa usa técnicas agrícolas verticais e robôs para tentar reduzir o custo de produção que, até agora, tem sido demasiado alta para ser um concorrente viável a outras proteínas, como a farinha de peixe.
Os insetos foram identificados pela ONU como uma fonte de alimento com menos impacto ambiental que a agricultura convencional. As larvas de farinha comem desperdício alimentar, como os grãos usados na indústria cervejeira. A Comissão removeu algumas restrições à alimentação dos peixes de viveiro com proteínas de insetos, mas não na alimentação de galinhas e porcos.
Mundialmente existem cerca de 50 as empresas produtoras de insectos, que angariaram cerca de 480 milhões de dólares. Estas empresas consideram que os insetos devem ser usados como fonte de proteína para ajudar a alimentar uma população mundial de 9 mil milhões de pessoas em 2050. A Ynsect foi das que recebeu o financiamento mais elevado.