Conny, o famoso investidor alemão entra no Sri Lanka

Sri Lanka é a mais recente aposta de Cornelius Boersch, conhecido investidor internacional atualmente com participações em mais de 200 start-ups. O país tem um grande potencial de crescimento, assegura.
Empreendedor e business angel alemão, Cornelius Boersch (Conny) virou a sua atenção para o mercado do Sri Lanka onde está a planear investir em start-ups relevantes para o futuro, cita o Daily FT.
Considerado um dos investidores europeus mais ativos e com um portefólio superior a 400 start-ups desde 1995 (e onde constam nomes como Alando, a antecessora do eBay, Trivago ou Scout 24), Cornelius Boersch tem um percurso profissional desde sempre ligado ao mundo dos negócios. Fundou a construtora global Mountain Partners AG, a empresa de coinvestimento Conny & Co. e foi eleito European Business Angel of the Year, em 2009, pela EBAN.
Atento aos mercados internacionais e às potencialidades de negócio de países emergentes, atualmente está a apostar naquele país asiático onde, inclusive, já firmou parcerias com Asad Sultan, consultor da Mountain Partners e coinvestidor, e Love Yadav, sócio da Lion Ventures, com duas décadas de experiência em banca de investimento global e gestão de ativos. A Mountain Partners e a Lion Ventures planeiam, aliás, criar um fundo específico de 10 milhões de dólares para o Sri Lanka, com foco em start-ups de alta tecnologia com implantação bem-sucedida em mercados internacionais.
A experiência de investimento de Cornelius Boersch já realizada na Índia será também uma mais-valia para a conquista deste mercado. “Apesar dos vários desafios, acreditamos que o Sri Lanka é um mercado interessante, com estabilidade política após a eleição de um novo presidente e governo. No contexto do sul da Ásia, vemos que a localização geográfica estratégica do Sri Lanka oferece muitas novas oportunidades. É de facto um bom destino para chegar a alguns dos maiores mercados da região”, explicou o investidor alemão ao Daily FT.
Cornelius Boersch salienta que o Sri Lanka tem uma população jovem, qualificada, talentosa e ambiciosa. “Vemos ali muitas oportunidades (…). Queremos aproveitar esse talento e começar empresas, bem como investir em empresas que tenham os melhores talentos”, afirmou.
Acionista de cerca de 200 start-ups quer replicar aquelas que são mais adequadas ao Sri Lanka. “Procuramos talentos locais, apoio político, bem como a consciencialização para garantir que o Sri Lanka beneficia da transformação digital”, frisou o investidor alemão. E explicou a sua visão para aquele mercado: “A receita para investir em start-ups é muito simples. Se um modelo funciona em Londres, Berlim ou Kuala Lumpur, também funcionará, por exemplo, no Sri Lanka. Não há magia envolvida. Transferimos um modelo de negócio comprovado de uma parte do mundo para outra onde não existe. Se existir, verificamos se podemos comprá-lo ou abrir uma empresa”. Neste contexto, a parceria com a Mountain Partners AG e a Lion Ventures da Yadav são fundamentais uma vez que conhecem a realidade local.
“Para já, não estamos com falta de fundos, por isso esperamos dar início a algumas das nossas iniciativas e investimentos. A Lion Ventures Ltd. concordou em estabelecer um compromisso com um consórcio de investidores globais para investir no Sri Lanka num modelo de construção e expansão de empreendimentos de alta tecnologia”, adiantou Cornelius Boersch.
Com a Lion Ventures, já identificou várias empresas com potencial para investir. Alguns projetos estão prontos para implementar ou para desenvolver soluções para comunidades inteligentes, logística elétrica, F&B Tech e soluções de gestão de acesso inteligente. “Queremos que as empresas familiares existentes e as empresas listadas no Sri Lanka coinvistam connosco”, reafirmou.
O investidor está confiante de que o Sri Lanka, como muitos outros mercados emergentes, crescerá significativamente no futuro, juntamente com melhorias na qualidade de vida. “Embora tenha ocorrido uma mudança considerável, daqui a 10 anos o Sri Lanka terá uma aparência completamente diferente, assim como a forma como as empresas operam ou atendem os seus clientes. Os jovens preferem usar o smartphone em vez de ir a uma loja. O vídeo vai proliferar ainda mais. As empresas precisam de entender que não se trata daquilo de que gostamos, mas do que os nossos futuros clientes gostam”, conclui.