Conheça as tendências do imobiliário em 2021

Se o ano de 2020 nos deixa alguma certeza, é o facto de o sector imobiliário em Portugal ter revelado muito maior resiliência do que as piores expetativas indicadas por parte de inúmeras previsões.
Com efeito, o ano mais ímpar da nossa história recente poderá ver em contraste uma recuperação sem precedentes, consoante alguns fatores essenciais que pesarão em 2021. Podemos, porém, dar lugar a algum otimismo na hora de olhar para o futuro próximo, mesmo sem esquecer alguns dos desafios que se avizinham.
Os dados mais recentemente publicados revelam que o mês de outubro deixou novamente pistas nesse sentido, ao mesmo tempo que segue disponível a janela de oportunidade para aqueles que acreditam num avultado regresso ao crescimento dentro deste segmento.
Entre setembro e outubro de 2020, o preço de venda do imobiliário em Portugal voltou a registar um crescimento. Desta feita na ordem de 1,12% que, em termos efetivos, significa que o valore médio de venda anunciado é agora de €342.621, em comparação com os €338.826 do mês anterior.
Pesos pesados do imobiliário
Todos os principais distritos de Portugal onde é mais dispendioso adquirir um imóvel apresentaram valores positivos entre setembro e outubro de 2020. Lisboa continua a ser o distrito de eleição, com um valor médio de €540.200 (€534.069 em setembro).
Faro ocupa o segundo lugar, com um valor de €454.659 contra €443.130 em setembro, seguido da Região Autónoma da Madeira, com €327.393 em lugar de €316.257 em setembro e Porto com €306.982, melhor que os €304.618 relativos a setembro.
Estes quatro distritos seguem com pequenas variações, ainda que seja notável observar o crescimento na Madeira com 3,52% ou no Porto com 2,60% neste pequeno período, o que significa confiança no futuro do mercado imobiliário entre os distritos onde os preços são mais elevados.
O extremo oposto
No extremo oposto desta lista figuram distritos onde a variação mensal é bastante acentuada, como é o caso do belo distrito de Portalegre que regista uma quebra de -5,28% no período observado. Os valores de venda de setembro que se fixavam em €116.978 estão em outubro nos €110.803, acentuando assim uma tendência de descida que no último ano se agravou em -22,66%.
Nos demais distritos onde é mais barato comprar um imóvel, menção especial ainda para Beja, que viu o preço de venda crescer em 2,44% para os €135.346. Beja tem, aliás, demonstrado um crescimento bastante assinalável ao longo dos últimos meses, atraindo o interesse de inúmeros investidores.
O que esperar de 2021
Se os números atuais revelam algo, é seguramente a enorme resiliência do mercado imobiliário nacional. Mesmo penalizado por um completo estagnar do fluxo turístico, os distritos que mais proveito deste tiravam e figuram no topo da lista seguem com uma tendência global de crescimento.
O atenuar dos efeitos da pandemia significará seguramente um retomar – em dada medida – do fluxo turístico, o qual poderá seguramente voltar a refletir-se em números mais significativos no preço do imobiliário nestes distritos em particular.
Já nos distritos onde é mais barato comprar um imóvel, Beja parece continuar numa tendência de subida que não parece, para já, ter fim à vista.
Infelizmente, Portalegre parece ser incapaz de inverter a acentuada tendência de queda e parece ainda não ter visto o fundo da desvalorização do mercado imobiliário local, porém, surpresas ocorrem no mercado e em qualquer momento podemos verificar uma inversão igualmente acentuada.
As grandes oportunidades no mercado de arrendamento estão aí momentaneamente, juntamente com as que se apresentam a quem queira e possa adquirir um imóvel. Assumindo que o ritmo acelerado de crescimento está apenas temporariamente pausado, 2021 e os anos seguintes poderão providenciar uma oportunidade de valorização em inúmeros distritos, em particular aqueles que, em plena pandemia, tenham demonstrado maior resiliência.
Por Velkomin Digital