A crise mundial da água motiva cada vez a inovação tecnológica e a criação de processos que permitam transformar a água salgada do mar em potável. Algumas start-ups já puseram mãos à obra com soluções inovadoras.
Os números, de acordo com o World Economic Forum (WEF), são arrazadores: cerca de 4 mil milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de escassez de água em, pelo menos, um mês do ano. E segundo a ONU até 2030 haverá um déficit de 40% em água doce.
É com este cenário mundial de escassez de água na ordem do dia que muitos investigadores e empresas têm vindo a estudar a melhor forma de aproveitar um recurso natural como a água do mar tornando-a potável, através da dessalinização, para consumo humano. Aliás, a dessalinização é há muito um dos métodos que mais cresce para fornecer água.
A contribuir para este processo estão também algumas start-ups que através das suas soluções tecnológicas estão a contribuir para que se dê mais um paso na transformação da água do mar em água bebível.
A Manhat, a Desolenator e a Oneka são disso exemplo, como destaca o WEF. Todas recorrem a fontes de energia limpas e são amigas do meio ambiente. O equipamento de dessalinização da Manhat flutua na superfície do oceano. Tem uma estrutura que permite que o sol evapore a água que está por baixo, que é condensada em água fresca pura no interior do dispositivo. O equipamento pode, inclusive, ser uzado para regar hortas flutuantes.
Por sua vez, a Desolenator transforma a água do mar, e até a contaminada, em água potável e ultra-pura. Os módulos que integram o equipamento usam energia solar para produzir até 250 mil litros de água por dia. Foi no Dubai, em 2022, que a Desolenator implantou, em larga escala, o seu primeiro equipamento. Agora, a start-up está a desenvolver um sistema integrado que permitirá fazer sal dos resíduos resultantes da dessalinização para que estes não voltem para o mar.
Por último, o processo de dessalinização da Oneka usa como fonte de energia as próprias ondas do mar. Recorre a boias que são presas no fundo do mar. Depois as ondas empurram a água para uma bomba onde esta passa por um processo de filtragem. Cada unidade deste equipamento pode fornecer água potável para cerca de 1500 pessoas.
Estes são três exemplos internacionais de como a inovação e o empreendedorismo juntos podem ter um papel fundamental no aproveitamento dos recursos que a natureza nos dá, neste caso a água.