Como devem as empresas portuguesas atrair e gerir talento global? Gestores respondem.

Talento para a próxima década. Este foi o tema e o ponto de partida da 1.ª Web Conference Link to Portugal que reuniu três convidados, com experiências internacionais em setores distintos, para uma análise da atualidade e das tendências do mercado de trabalho.

O Link To Leaders e o Portugal Agora promoveram esta semana um webinar para debater as competências para os novos mercados de trabalho e ao mesmo tempo refletir sobre como as empresas portuguesas devem atrair e gerir talento global. Uma iniciativa que, como lembrou Carlos Sezões, coordenador da Plataforma Portugal Agora, no arranque do webinar tinha como objetivo debater o capital humano e visões para o futuro numa fase em que a transformação digital está a acontecer a um ritmo acelerado.

A 1.ª Web Conference Link to Portugal juntou três profissionais portugueses, a trabalhar no estrangeiro: Teresa Coelho, sócia responsável de Recursos Humanos e Membro da Comissão Executiva da KPMG em Espanha e Andorra; José Couto, Head Human Resources, Europe South,Middle East & Africa Schindler; e  Ricardo Peres, vice-presidente de HR na Lagunitas Brewing Company  (Heineken EUA).

Moderado por Rita Oliveira Pelica, membro da direção do Portugal Agora, o debate materializou-se numa produtiva troca de visões, fruto também das diferentes realidades/geografias profissionais em que os convidados estão integrados.

Entre os vários temas abordados, Teresa Coelho frisou a questão da incerteza que se tem observado nos últimos meses, em relação ao futuro, o que tem levado a um elevado nível de reflexão sobre quais as alterações que devem ser feitas nos modelos de trabalhos e de negócios, na maneira como as empresas se relacionam com os colaboradores e com os clientes. “Estamos a viver um período de aceleração da digitalização e da transformação digital que nos está a fazer a todos refletir, perguntar e questionarmo-nos sobre qual é o caminho que queremos aproveitar com esta alteração. É como um livro aberto, incerto, em que nós podemos escrever um bocadinho o futuro”.

Também José Couto, Head Human Resources, Europe South,Middle East & Africa Schindler, destacou o facto de estarmos vivermos uma realidade que, apesar do teletrabalho, evidenciou a necessidade de determinadas atividades. Na opinião deste profissional, a Covid é um acelerador de decisões e de tendências, mas também  introdutor da consciência de que é preciso dar atenção a todas as atividades essenciais que não podem ser feitas senão presencialmente.

A trabalhar no mercado norte-americano, Ricardo Peres trouxe para a discussão o fenómeno dos trabalhos flexíveis que se vive naquele mercado, fenómeno ligado às novas gerações e às tecnologias. Uma explosão que se deve, em parte, ao facto da tecnologia permitir que exista trabalho feito a partir de casa de forma mais flexível, e também porque as novas gerações se mostram desiludidas com o mundo corporativo.

Coube a Carlos Carvalho, presidente da ADP França, Suíça e Tunísia, encerrar o webinar, ocasião que aproveitou para reforçar, num registo otimista, que há muito boas ideias Portugal. Falou da importância da regulação nos casos em que os profissionais trabalham partir do seu país para empresas localizadas noutro país, do facto de Portugal ter a vantagem de possuir uma capacidade de adaptação enorme, da importância da formação e da aposta das tecnologias desde os liceus, e de como as start-ups têm um papel crucial no tecido empresarial português.

Alguns headlines que resultaram do debate entre os três convidados:

– Importância de dar mais valor a quem trata da saúde;
– Vivem-se momentos de incerteza e instabilidade;
– Estamos todos a aprender;
– As novas gerações procuram mais trabalhos flexíveis.
– Jovens e os consumidores desiludem-se com mundo corporativo;
– Os novos talentos não querem trabalhos para a vida;
– É preciso repensar a forma como se atraem talentos para as empresas;
– As empresas devem refletir sobre os seus planos de formação;
– Reforço da capacidade de autonomia dos colaboradores;
– Contratar pessoas com capacidade para aprender novas skills;
– Capacidade de ser resiliente;
– As empresas têm de falar verdade e serem autênticas;
– Cada vez mais são as pessoas que escolhem a empresas e não o contrário;
– Possibilidade de se trabalhar para outros países a partir de Portugal. Dilui-se o conceito de estar onde está o trabalho;
– Perceção internacional de que os profissionais portugueses são valorizados, responsáveis e empenhados;
– As empresas têm de apostar em atividades de futuro;
– Competência digital dos colaboradores deve ser um dado adquirido;
– Necessidade de falar outras línguas além do português. Reforço de competências linguísticas;
– As empresas têm de apostar em atividades de futuro.

Esta primeira Web Conference Link to Portugal insere-se no projeto Link To Portugal, lançado este ano pela Plataforma Portugal Agora e pelo Link To Leaders, com o objetivo de dar voz aos portugueses que estão à frente de empresas e projetos espalhados pelo mundo fora.

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