Como causar boa impressão no primeiro contacto

Entrar numa sala cheia de pessoas e ser o centro das atenções pode ser  um desafio. Felizmente existem técnicas que o podem ajudar a passar uma imagem positiva no primeiro contacto.

O que é que faz com que algumas pessoas consigam ser imediatamente populares em qualquer ocasião enquanto que outras têm de se esforçar, e muito, para causar boa impressão? Segundo um artigo da BBC, embora muitos pensem que a sociabilidade e a conquista da atenção das pessoas é uma espécie de arte, a verdade é que existe uma dose considerável de ciência por trás desta “skill”.

Os fatores que determinam o sucesso nas relações com os outros, assim como a impressão que lhes causamos, podem começar mesmo antes de os conhecermos. Vários estudos provam que as pessoas que conhecemos começam a fazer juízos de valor baseados apenas no nosso aspeto. Alexander Todorov, professor de psicologia na Universidade de Princeton, provou que qualquer indivíduo pode construir opiniões sobre a simpatia, a confiança e a competência de alguém que acaba de conhecer apenas só por olhar para a sua cara durante os primeiros segundos.

Um julgamento tão superficial pode parecer imprudente, mas o facto é que o fazemos a todo o momento sem sequer nos apercebermos disso, o que pode gerar uma série de complicações. Por exemplo, nos negócios, podem determinar a direção de algumas decisões financeiras importantes. Um estudo mostrou que as pessoas que pedem dinheiro emprestado e que transmitem uma imagem pouco confiante, têm menos hipóteses de lhes ser concedido o empréstimo, mesmo quando os financiadores possuem informação fidedigna sobre a pessoa. Para contornar estes riscos, pode começar por pôr em prática algumas técnicas.

Sorria
Não sendo possível alterar as características físicas, pode, contudo, alterar as suas expressões faciais. Alexander Todorov usa modelos estatísticos para construir algoritmos e criar expressões faciais de forma a transmitirem mais ou menos confiança. Isto permite-lhe isolar as características em que mais confiamos.

“Um rosto sorridente é percebido como mais confiável, mais caloroso e mais sociável”, explica o professor de psicologia na Universidade de Princeton. “Um dos principais elementos causadores destas impressões é a expressão emocional. Ao manipularmos o rosto dos nossos modelos, de forma a parecerem mais confiáveis ou extrovertidos, vemos emergir uma expressão emocional, a cara torna-se alegre”, explicou.

Uma questão de charme
Ao contrário do que dizem algumas crenças, a simpatia tem os seus benefícios no mundo dos negócios. Os empreendedores com melhor habilidade social têm mais propensão para o sucesso e os trabalhadores mais amigáveis são os que tendem a conseguir o que querem na sua profissão.

Suzanne de Janasz, docente na Universidade de Seattle, Estados Unidos,  defende que as habilidades interpessoais são cada vez mais importantes no mundo do trabalho, à medida que as organizações abandonam as tradicionais estruturas hierárquicas. “A capacidade de trabalhar em equipa e de influenciar independentemente do cargo, tornou-se mais pertinente”, diz.

O melhor disto tudo é que o charme pode treinar-se. Jack Schafer, psicólogo e agente reformado do FBI, aponta Johnny Carson como um exemplo de alguém que prefere estar sozinho, mas que aprendeu a ser extremamente social perante as câmaras. O apresentador do The Tonight Show poderia ficar anos sem dar entrevistas e chegou a dizer ao LA Times que 98% das vezes preferia ir para casa a seguir ao programa, em vez de ficar a sociabilizar com as celebridades. “Carson é um exemplo de alguém introvertido que se treinou para parecer extrovertido”, diz Schafer, “assim que o programa terminava, recolhia-se em casa mas, frente às câmaras tornou-se famoso pelas suas piadas e gargalhadas.”

Levantar as sobrancelhas
Então o que podemos fazer para nos tornarmos mais charmosos? Schafer afirma que tudo começa com um levantar de sobrancelhas. “Os nossos cérebros estão constantemente a vigiar o meio que nos rodeia, à procura de sinais que nos revelem os amigos e os inimigos”, diz. “As três coisas que fazemos quando abordamos alguém, e que assinalam que não somos uma ameaça, são: um movimento rápido de levantar as sobrancelhas, um pequeno inclinar da cabeça e um sorriso.”

Depois da primeira impressão, os especialistas são unânimes em que o passo seguinte para conquistar a simpatia de alguém é colocar o outro no motivo da sua abordagem, isto é, não falar de si. “A regra de ouro da amizade é: se conseguimos fazer com que os outros se sintam bem consigo mesmos, eles vão gostar de nós”, diz Schafer, sugerindo que sejam feitas declarações empáticas que possam refletir o que a outra pessoa sente.

Encontrar terreno comum
As pessoas simpáticas possuem frequentemente a habilidade de encontrar um terreno comum com as pessoas com quem interagem. “Se se deparar com um ponto em que discorda, tente ouvir a outra pessoa em vez de ficar a pensar na resposta de retaliação. De acordo com diversos estudos este é o comportamento adotado pelas pessoas mais inteligentes. Ao ouvir pode descobrir que, afinal até pode concordar em alguns pontos.” explica a docente na Universidade de Seattle.

Atento aos movimentos
“Um outro segredo para ganhar pontos em simpatia é espelhar a linguagem corporal da outra pessoa. Num diálogo entre duas pessoas, a tendência é começar a sincronizar os movimentos do outro, um sinal de sintonia”, diz Schafer. Este aspeto também pode ser utilizado para avaliar o quanto a outra pessoa está envolvida na conversa. Se mudarmos a nossa posição e a outra pessoa fizer o mesmo, é um bom indício.

Com estes pequenos truques, da próxima vez que entrar numa sala cheia de estranhos, não se espante se, de repente, todos o quiserem conhecer melhor.

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