Opinião
Capital de risco: dos potenciais ganhos às perdas totais!
Os primeiros antecedentes dos investimentos em capital de risco encontram-se no século XV, quando as primeiras expedições marítimas eram financiadas com expetativa nos lucros decorrentes, mas com grande risco de perda total do investimento.
Outro período relevante para o crescimento do capital de risco, enquanto atividade económica, encontra-se no século XVIII, em Inglaterra, produto da Revolução Industrial e do ambiente propício aos investimentos em projetos fabris emergentes com elevado potencial de rentabilidade, quando mercadores, armadores e os primeiros industriais da tecelagem procuravam apoio financeiro para os seus projetos.
As primeiras operações de investimento em capital de risco, tal como as conhecemos hoje, têm as suas origens nos Estados Unidos da América, em meados da década de 40 do século XX.
Em 1946, foi criada a primeira sociedade de investimentos em capital de risco, gerida por profissionais dedicados a realizar investimentos de alto risco.
O capital de risco pode ser definido como uma forma de investimento empresarial, com o objetivo de financiar empresas, apoiando o seu desenvolvimento e crescimento, com fortes reflexos na gestão.
É uma das principais fontes de financiamento para jovens empresas, “start-ups” e investimentos de risco com elevado potencial. O capital de risco destaca-se pela análise concreta dos projetos apresentados, do seu potencial de crescimento e da relação com o risco.
Uma vez feita essa análise, e aprovado o investimento, o capital de risco assume um interesse direto na sua valorização e crescimento. Comparado com as outras formas de financiamento, é a única que assume o sucesso do negócio como o sucesso do seu próprio investimento.
O capital de risco assume integralmente os desafios do mercado, ao não ser recompensado pelos juros do capital investido, mas sim pelo sucesso da empresa financiada. Os ganhos dos investidores de capital de risco estão dependentes do sucesso ou insucesso das empresas.
O investidor compreende e reconhece o elevado risco a que se submete e que pode resultar na perda total do capital investido … é um novo sócio da empresa: se esta fracassa, ele não retirará benefício algum do investimento. Se tiver êxito, terá direito a participar nesse sucesso.
O capital de risco constitui uma alternativa interessante para capitalizar pequenas e médias empresas, em especial pela dificuldade que estas encontram na fase de desenvolvimento e crescimento.
O capital de risco participa no capital social das empresas, apoiando a sua gestão e tentando otimizar ao máximo o seu sucesso, uma vez que o seu investimento está dependente dos resultados obtidos.
Não esquecendo, naturalmente, que o capital de risco não é garantido. Tomar risco significa oportunidades e benefícios, mas também potenciais perdas. E, potencialmente, perda total.