Biotecnológica portuguesa desenvolve novas soluções terapêuticas contra o cancro

A CellmAbs está a trabalhar para desenvolver uma nova terapêutica para o tratamento de cancros sólidos. A equipa quer começar testes pré-clínicos dentro de 12 meses.
A CellmAbs, empresa do Óbidos Parque – Parque Tecnológico de Óbidos, está a desenvolver imunoterapias e terapêuticas personalizadas de nova geração para o tratamento de tumores sólidos (pâncreas, bexiga, gástrico, mama, colorretal, entre outros). Está previsto entrar em ensaios clínicos em humanos no espaço de 12 a 18 meses.
A start-up é uma spin-off da Universidade Nova de Lisboa, tendo sido fundada em 2019 pelos investigadores Nuno Prego Ramos e Paula Videira, mas o projeto de investigação que lidera, centrado numa área completamente nova – a Glico-Imuno-Oncologia – está a ser desenvolvido desde há alguns anos na academia.
O objetivo da sua tecnologia é fazer com que “o próprio corpo do doente reconheça e neutralize as células tumorais”, tendo como alvos alguns tipos de açúcares aberrantes presentes nessas mesmas células, explicou Nuno Prego Ramos, CEO e cofundador da CellmAbs, em comunicado enviado à redação.
“São alvos muito específicos que existem apenas nas células cancerígenas e que, portanto, não surgem nas células saudáveis”, acrescentou.
Em 2019, a CellmAbs recebeu da Portugal Ventures, sociedade pública de capital de risco, e da Hovione Capital, um investimento total de 1,4 milhões de euros. Foi uma das maiores rondas de investimento alguma vez realizadas em empresas em fase de arranque (seed) no setor da Saúde em Portugal e a maior de sempre na área da Oncologia. E prepara-se agora para levantar mais capital, segundo o comunicado.
“Esta tecnologia é um dos maiores avanços feitos recentemente no campo da Oncologia a nível mundial, tratando-se de uma nova geração de medicamentos que poderão vir a permitir tratamentos com maior eficácia. Neste sentido, o investimento da Hovione Capital e da Portugal Ventures foi fundamental para desenvolvermos as fases pré-clínicas destas terapêuticas”, afirma Nuno Prego Ramos.